Da sala de aula para a sala de casa - ensino superior é virtual e requer soluções de segurança cibernética integradas e robustas
Por Ivan Marzariolli - country manager da A10 Networks no Brasil
Nos
últimos anos, a conectividade se tornou uma ferramenta importante para a
educação e permitiu a adoção de uma prática rotineira para os
estudantes assistirem às aulas e palestras virtualmente a partir de seus
aposentos – seja na sala, no quarto, na cozinha, ou mesmo ao ar livre.
Programas de graduação exclusivamente online foram introduzidos por escolas
totalmente credenciadas, como a Purdue University e a Southern New Hampshire
University, entre outras.
Uma
diversidade de recursos de aprendizagem on-line está disponível tanto dentro
das redes universitárias quanto na Internet. Há dois anos, universidades de
todos os lugares foram forçadas a criar e expandir o acesso remoto on-line para
seus alunos, incluindo muitos dos quais ainda não haviam iniciado os estudos.
Mais do que apenas uma conveniência, a conectividade se tornou vital para os
estudantes e professores. Para a TI universitária, isto significa fazer uma
mudança fundamental da rede no campus para o suporte de uma rede distribuída
globalmente.
O
crescimento a longo prazo da demanda pelo ensino superior tem implicações
significativas para as universidades. De acordo com um estudo recente, o número
de estudantes no ensino superior em todo o mundo aumentará de aproximadamente
216 milhões em 2016 para quase 600 milhões em 2040. Ao mesmo tempo, os dados da
UNESCO sobre a mobilidade internacional de estudantes de nível superior mostram
uma alta taxa de fluxo em diversas combinações de países de origem e destino em
todas as partes do globo.
O
crescimento da demanda estudantil representa uma oportunidade valiosa para
aumentar a matrícula e a receita - desde que elas possam oferecer uma rica
experiência educacional e, ao mesmo tempo, garantir a acessibilidade econômica.
Em todos os casos, a maior disponibilidade de opções on-line expande ainda mais
a disponibilidade dos estudos universitários além de suas fronteiras
geográficas e destaca a importância de um acesso adequado e seguro.
O esgotamento do IPv4
A
explosão de dispositivos conectados em campus universitários acrescenta uma
pressão indesejável a uma transição já desafiadora do protocolo de Internet
IPv4 para o IPv6. Com os centros de dados IPv4 antigos e os pools de endereços
IPv4 esgotados, as universidades já estavam lutando para acomodar as
necessidades de conectividade de suas populações. Com os conjuntos de endereços
IPv4 existentes quase esgotados não apenas dentro das universidades, mas em
todo o mundo, novos endereços IPv4 devem ser adquiridos no mercado aberto -
muitas vezes com custos exorbitantes. Enquanto isso, a universidade também deve
suportar um volume crescente de dispositivos e websites conectados com IPv6. Na
verdade, quase um terço dos usuários já acessam o Google via IPv6, tornando a
migração para o novo padrão cada vez mais urgente.
Para
sua população de aprendizagem no campus, as universidades precisam aproveitar
suas redes existentes para apoiar dispositivos e tráfego crescentes. Mesmo que
a população do campus não esteja crescendo, o número de dispositivos e conexões
continua a aumentar. Em vez de comprar novos endereços IPv4 caros no mercado,
uma solução de carrier-grade network (CGN) torna possível estender seu pool
atual através de carrier-grade NAT (CGNAT), que utiliza a tradução de endereços
e portas em larga escala para estender a vida útil de uma infraestrutura de rede
IPv4.
Enquanto
isso, é importante ter um plano de migração IPv6 em vigor. Recursos
especializados como ERP para estudantes, registro, cobrança, aulas online e
colaboração serão acessados em dispositivos que rodarão cada vez mais IPv6,
enquanto as infraestruturas de rede podem ainda estar rodando IPv4 num futuro
próximo. Como o IPv6 não é retrocompatível com IPv4, as universidades terão que
acomodar a coexistência de redes IPv4 e IPv6 para garantir a continuidade dos
negócios e preparar-se para o crescimento futuro.
Diante
deste cenário, o ensino superior enfrenta um dos ambientes mais desafiadores em
TI. Desde a proliferação de dispositivos não gerenciados, passando por padrões
de tráfego intenso impulsionados por horários de aulas, até aplicações
altamente sensíveis à latência, como aulas on-line, pesquisa, vídeo, música e
jogos, a TI universitária enfrenta exigências mais semelhantes às de um
prestador de serviços comerciais do que de uma empresa. Para atender a essas
exigências, a TI deve ter uma estratégia totalmente desenvolvida para garantir
alta disponibilidade, recuperação de desastres, segurança multicloud e load
balancer.
Cada
solicitação de usuário exige as tratativas de segurança e utilização,
representando um elo entre a camada de segurança, o datacenter e o departamento
de TI. Sem um controlador de acesso, existe um comprometimento dos dados de
alunos, professores e funcionários. Os responsáveis pela segurança nem sempre
contam com os insights necessários para atuar de maneira preventiva e preditiva
contra falhas ou ataques, que neste caso pode gerar um ataque DDoS.
Como
o ambiente universitário se expande além do campus, as instituições precisam de
um modelo de segurança baseado no reconhecimento de que uma ameaça pode vir de
qualquer lugar. O modelo Zero Trust responde a estes desafios adotando a
abordagem de "não confiar em ninguém" - dentro ou fora da rede. As
estratégias de segurança cibernética são redesenhadas de acordo com três
princípios-chave:
-
Criar micro segmentos e micro perímetros de rede para restringir o fluxo de
tráfego Leste-Oeste e limitar ao máximo os privilégios e acessos excessivos dos
usuários.
-
Reforçar a detecção e resposta a incidentes usando uma análise e automação
abrangentes.
-
Fornecer visibilidade abrangente e centralizada dos usuários, dispositivos,
dados, a rede e fluxos de trabalho.
A evolução dos modelos empresariais é agora clara; o que resta é garantir que a infraestrutura tecnológica da universidade possa apoiar a nova direção. A rede está na frente e no centro deste esforço. Ao atualizar sua capacidade de suportar um número crescente de conexões e aumento do tráfego, garantir a segurança e conformidade cibernética e manter a disponibilidade onde e como os estudantes se conectarem, as universidades podem fornecer uma base sólida para o sucesso de suas instituições e dos estudantes.
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