Especialista destaca 10 fatos e fakes sobre a nova atualização da Ethereum
Operação, prevista para setembro, provavelmente
será o ápice e o momento mais crítico do plano de escalabilidade da Ethereum,
que não apenas é a segunda blockchain mais valiosa em termos de MarketCap, como
é também de longe a maior plataforma de contratos inteligentes do mundo
São Paulo, setembro de 2022 – Previsto para este mês, o The Merge é o
maior e mais aguardado evento da história da Ethereum (ETH), que promete mudar
de forma significativa o maior ecossistema cripto da atualidade. Em suma, a
operação irá proporcionar a migração da Ethereum de seu consenso original em
Proof-of-Work para um novo consenso baseado em Proof-of-Stake.
De acordo com Orlando Telles, diretor de research da
Mercurius Crypto, holding de inteligência em criptomoedas, a
operação provavelmente será o ápice e o momento mais crítico do plano de
escalabilidade da Ethereum, que não só é a segunda blockchain mais valiosa em
termos de MarketCap, como é também de longe a maior plataforma de contratos
inteligentes do mundo.
Dada a sua complexidade no curto e longo
prazo, Telles aponta que é normal que haja confusões em torno da atualização.
Para ajudar no esclarecimento da comunidade, o especialista traz 10 afirmações
mais recorrentes do mercado e classifica entre fake ou fato:
1) O The Merge vai reduzir as taxas e
aumentar a velocidade da rede
Fake. O especialista destaca que o The Merge é a migração de
PoW para PoS, e muito embora isso faça parte de um grande plano de
escalabilidade concebido em 2018, esta etapa, em particular, não é nem nunca
foi a responsável por baratear taxas ou tornar a rede mais rápida. “A
escalabilidade era originalmente atribuída aos Shardings, sendo depois
remanejada para os rollups, a partir do momento em que a Ethereum adotou o
Rollup-Centric Roadmap”, diz.
2) Assim que o The Merge estiver pronto,
os valores em Staking poderão ser sacados
Fake. Após a atualização a rede funcionará em modo PoS, mas
ainda sem a possibilidade de retirada de valores colocados em Staking. Telles
aponta que a funcionalidade só será possível após outro upgrade chamado
Shangai, ainda sem data de previsão.
3) Então, quando o Staking puder ser
retirado, vamos ver um despejo de Ethereum
Fake. As retiradas de valores em Staking terão que obedecer
limites e cronogramas, ainda não definidos, uma vez que a retirada for
habilitada. “Hoje a rede Ethereum tem apenas 10% dos seus tokens travados em
staking, enquanto outras redes PoS possuem de 50% a 75%. É bem possível que o
efeito de as retiradas estarem prontas seja o contrário, aumentando a confiança
da comunidade e aumentando ainda mais a proporção de tokens travados”, explica.
4) Só pode fazer staking quem tiver 32
ETH
Fake. Para Telles, o requisito de staking 32 ETH é para quem
deseja operar um nó validador da rede, sendo capaz de propor blocos e assim
recolher diretamente as recompensas da emissão de ETH. Para quem não tem essa
capacidade, existem outras possibilidades, como a utilização de pools, staking
em corretoras ou até mesmo staking líquido em plataformas como a Lido Finance.
5) Com o The Merge teremos um novo token
ETH2
Fake. Essa confusão se deu por muito tempo, enquanto a Ethereum
Foundation se referia a rede proof-of-stake da Beacon Chain como ETH2, mas o
fato é que nomenclatura nunca se referiu a um novo token, servindo apenas para
diferenciar as redes, aponta o especialista. “Ainda assim, algumas corretoras
cogitaram criar um token ETH2 para diferenciar os tokens que estavam em staking
daqueles que não estavam, o que ajudou a criar uma confusão ainda maior.
Atualmente, com o The Merge, a ideia é que a fusão entre as redes seja
transparente e isso se reflete também nos tokens em staking, que são e
continuarão sendo tokens ETH”.
6) Após o The Merge a impressão de novos
ETH vai diminuir drasticamente
Fato. Com a mudança de PoS para PoW, não serão mais
impressos os ETH destinados a remunerar os mineradores e os validadores
passarão a ser remunerados por uma realocação das taxas de transação. A
expectativa é que o upgrade corte a emissão de novos ETH em cerca de 90%, um
fenômeno que vem sendo apelidado pela comunidade de Triple Halving, o que seria
o equivalente a três halvings do Bitcoin de uma única vez.
7) Com o Triple Halving os ganhos de
staking serão triplicados
Fake. Essa é outra confusão que tem se formado na comunidade. O
Triple Halving não tem relação com os ganhos dos stakers, sendo relacionado
apenas com a redução na emissão de novos tokens ETH. De acordo com o
especialista, a Ethereum irá destinar uma maior parcela das taxas da rede para
remunerar os seus validadores, com a expectativa de que os ganhos de staking
aumentem em pelo menos 50%.
8) O The Merge irá tornar as segundas
camadas inúteis
Fake. Considerando que o The Merge não irá acelerar a rede nem
baratear as taxas, não existe qualquer motivo pelo qual prejudicaria as
segundas camadas. “Na verdade, hoje os rollups são considerados o caminho
oficial pelo qual a Ethereum será escalada, e diversos upgrades futuros para o
pós-merge são concebidos para ajudar e facilitar a vida dos rollups”, ressalta.
9) Os mineradores da Ethereum podem
fazer um hard-fork e teremos duas redes Ethereum
Fato. Esta não é apenas uma possibilidade, mas um movimento que
está sendo liderado pelo Justin Suns, dono da corretora Poloniex, com apoio de
um grupo de mineradores chineses e suporte de corretoras como BitMex e
Huobi.
Na teoria, Telles explica que um
hard-fork alternativo continuaria funcionando em modo de PoW e iria concorrer
diretamente com a nova Ethereum em PoS, pois fora o mecanismo de consenso,
ambas seriam “iguais”. Contudo, na prática, a rede Ethereum hoje possui muitas
dependências externas que não podem ser duplicadas, como stablecoins, tokens
sintéticos em pontes, conexões com Oráculos, e muito mais. “No final das
contas, essa Ethereum forkada em modo PoW, caso venha a ser estabelecida, vai
ser uma rede extremamente prejudicada e disfuncional”, aponta.
10) O processo de upgrade do The Merge
pode dar errado
Fato. Qualquer upgrade em uma blockchain pode dar errado. Não é
à toa que o The Merge chega em setembro, após vários meses de testes e estudos,
cobrindo a migração de quatro testnets e diversos shadow-forks com sucesso. “No
final das contas isso não nos dá garantias, mas pelo menos temos a segurança de
que o dever de casa foi muito bem feito”, finaliza.
Sobre a Mercurius Crypto
A Mercurius Crypto é uma holding de inteligência em criptomoedas. A companhia conta com a Mercurius Research, com foco na análise e pesquisa do mercado, e a Mercurius Asset, voltada à gestão de fundos de investimentos regulados pela CVM e Anbima. Juntas, as frentes de atuação têm forte presença nas redes sociais, bem como a maior e mais experiente equipe de especialistas do mercado. A empresa conta, ainda, com a Mercurius PRO, a maior plataforma de educação em cripto exclusiva para assinantes. Mais informações podem ser consultadas por meio do site oficial e nas principais redes sociais.
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