Esqueça suas senhas, o futuro é Passwordless
*Por Emerson Lima
Embora o uso de senhas para autenticar
informações na internet seja bastante tradicional, a opinião dos especialistas
em cibersegurança é unânime: o futuro da segurança digital é Passwordless Authentication (autenticação
sem senha). O termo ainda pouco explorado vem ganhando relevância em razão do
aumento de ataques cibernéticos verificado nos últimos anos, que passou a
exigir senhas mais complexas e difíceis de memorizar frente às senhas de 12
dígitos que passaram a ser “quebradas” por atacantes em menos de um minuto. Só
em 2021, vale ressaltar, presenciamos aquele que já é considerado o maior
vazamento de senhas da história da internet, o RockYou2021, que foi responsável
por divulgar 8,4 bilhões de senhas de acesso em um fórum popular entre hackers.
Para se ter uma ideia de que o conceito
de Passwordless já
é uma realidade sem volta, o Gartner prevê, que até o final de 2022, 60% das
empresas grandes e globais e 90% das empresas de médio porte implementarão
métodos sem senha em mais de 50% dos casos de uso. Em 2018, esse percentual era
um pouco acima dos 5%.
Com o aumento significativo do volume de
transações digitais, sobretudo durante a pandemia, a identificação digital
passou a ser peça-chave para melhorar a experiência do usuário, e ao mesmo
tempo garantir a produtividade, a segurança e evitar fraudes, uma vez que o
conceito passwordless não reduz o nível de segurança, muito pelo contrário,
utiliza tecnologia de ponta e criptografia avançada. Hoje, cada vez mais
empresas brasileiras estão se dedicando à oferta de sistemas biométricos de
autenticação para validação de identidade, de forma mais robusta e sem gerar
estresse para o usuário final.
Há uma oportunidade real para a adoção
da biometria continuar crescendo em todos os setores, impulsionada
principalmente pela Geração Z (geração de pessoas nascidas, em média, entre a
segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010). Esses “nativos
digitais” cresceram acostumados a usar leitores de impressões digitais ou reconhecimento
facial em seus tablets e celulares, por isso, estão menos acostumados a decorar
e gerenciar uma série de senhas para cada acesso. Segundo uma pesquisa feita
com a Geração Z em 2021 pela empresa de cibersegurança Transmit, quase 50% dos
entrevistados admitem que saíram de um site ou não finalizaram suas compras
porque esqueceram suas senhas.
Além do aumento de produtividade e de
sua usabilidade, outro ponto importante é que as estratégias de Passwordless estão em
conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), afinal todos os
acessos só podem ser garantidos com a permissão do usuário. Dessa forma, a
autenticação sem senha permite que as empresas atribuam mais autonomia aos
usuários com suas informações, evitando riscos de uma invasão ou vazamento de
dados sensíveis.
Com a tecnologia cada dia mais presente
em nossas rotinas, o cuidado com a segurança deve ser redobrado, pois essa
experiência tecnológica tem se tornado uma “mina de ouro” para os
cibercrimonosos. À medida que tomamos rumo para um futuro sem ter que lembrar
ou criar combinações de letras, números e caracteres especiais, devemos
entender que o processo é real, mas que ainda carece de investimentos e
conscientização, prezando a segurança e comodidade.
*Emerson Lima é business development manager e coordenador de vendas da área de segurança da Adistec Brasil
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