Govtechs e grandes empresas: o match perfeito
*Por Diogo Catão, CEO da Dome Ventures - domeventures@nbpress.com
Ao sermos apresentados para alguém, é
normal que façamos perguntas sobre ela, sobre suas experiências, atuação,
trajetória, até descobrir um ponto em comum. Com as empresas, não seria
diferente. Sua missão, visão e valores, além de seus propósitos, são pontos a
serem observados caso sua startup queira se aliar a essa marca – e este é um
movimento que, pelo que tenho observado, vem crescendo.
Nos últimos anos, diversos executivos de
grandes empresas têm apontado o desejo de encontrar soluções inovadoras para
suas companhias, frequentemente buscando uma inovação aberta, ou seja, uma
mudança na forma de desenvolver soluções e de fazer negócios dentro de
companhias de maior porte justamente para fomentar a criação inovadora.
E isso acontece em diversos setores,
como o de finanças, varejo, comércio, que têm se destacado na inovação aberta.
Com isso, surgem novas possibilidades para as govtechs, startups cujo propósito
é gerar inovação para a gestão pública e auxiliar na economia de recursos
através de soluções tecnológicas.
Govtechs e grandes empresas: uma
parceria ganha-ganha
As govtechs têm um grande potencial de
geração de valor, uma vez que podem dar maior visibilidade aos projetos sociais
de impacto das grandes corporações, com um bom compliance e uma boa gestão.
Isso ajuda na criação inovadora e proporciona reconhecimento de marca,
especialmente na área de responsabilidade social.
Em paralelo, um movimento muito forte no
marketing e na publicidade das grandes marcas é o posicionamento firme alinhado
com a agenda da empresa. Um exemplo disso é a política ESG (social, ambiental e
governança). Uma forma de colocá-lo em prática é através das parcerias com
govtechs, que têm trazido resultados para a sociedade.
No ponto de vista das grandes empresas,
a associação com govtechs traz maior capacidade de geração de novos negócios,
de acelerar processos internos, incorporar novas capacidades em melhor tempo,
etc.
Já para as govtechs também há inúmeros
benefícios na parceria com grandes empresas, visto que ganham credibilidade,
pois as grandes corporações têm reconhecimento no mercado, com um branding forte, tendo
passado por uma triagem de competência técnica de compliance e inovação que vai somar. Uma
startup voltada para a gestão pública ter a credencial de uma grande empresa
confere um respaldo forte na hora que for aplicar para conquistar novos
clientes.
Desafios das govtechs
Esse tipo de cooperação ajuda as
govtechs a superar certa dificuldade que têm na capacidade de replicar suas
soluções. Por mais que tragam mais eficiência para a gestão pública, como
automatização de processos, gerando indicadores bastante satisfatórios, muitas
vezes encontram dificuldades de angariar novos clientes de outras
regiões.
Um exemplo: determinada cidade pode
usufruir disso da IoT (internet das coisas) que detecta um sistema de
alagamento, mas as outras não, pois não conhecem a ferramenta. Nesse caso, a
corporate pode proporcionar uma vitrine para a startup a fim que consiga
alcançar essa região, ou seja, replicar a solução na cidade que ainda não sabe
da tecnologia de detecção de alagamentos.
O momento é de oportunidades
A boa notícia é que de tempos em tempos
são lançados desafios, tanto da iniciativa privada como na pública, para suprir
demandas do setor público. Quando essas oportunidades se alinham com os
desafios enfrentados pelas corporações, existe uma grande possibilidade de elas
fazerem um match
com as govtechs, pois estão alinhadas no propósito e têm um potencial cliente
já muito bem desenhado, viabilizando a parceria.
Existem metodologias para determinar o
propósito de uma govtech. O primeiro passo é verificar qual a área de atuação
mais forte da empresa. Depois, encontrar o alinhamento com outras companhias
para fazer a abordagem mais propícia e buscar soluções para os desafios delas.
Muitas das grandes empresas conhecem
seus desafios e buscam na inovação aberta iniciativas que os resolvam. Com a
união às govtechs que tenham a mesma tese de investimento, é possível criar
esses contatos e potencializar o mercado ajudando também a sociedade.
*Por Diogo Catão, CEO da Dome Ventures,
uma Corporate Venture Builder Govtech que nasceu com o propósito de transformar
o futuro das instituições públicas no Brasil - domeventures@nbpress.com
Sobre a Dome Ventures
A Dome Ventures é uma Corporate Venture Builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil. Nossa missão é contribuir com o avanço digital do setor público, selecionando e desenvolvendo, de forma contínua, inovações aplicadas e startups que possuam soluções para impactar positivamente a sociedade e a vida de toda a população. Para mais informações, acesse: https://dome.ventures/ .
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