Inflação acima do planejado causa aumento na taxa de juros nos EUA
Para o empreendedor especialista no mercado
americano Leandro Sobrinho, os constantes aumentos realizados pelo FED têm o
controle da inflação como o principal objetivo
Durante o ano de 2022 o
Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, vem elevando a taxa de juros
do país com objetivo de conter a inflação e para isso, na última quarta,
divulgou um novo reajuste de 0,75 ponto percentual elevando para um intervalo
entre 3,0% e 3,25% ao ano. A votação foi unânime, com todos os 12 votos do
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed a favor da decisão. Ainda é esperado
um novo reajuste para o mês de novembro, encerrando o ano com uma taxa básica
de juros em torno de 4%.
Assim como acontece em
diversos países emergentes, os ativos brasileiros vão sofrer impactos, uma vez
que se tornam menos atrativos para os estrangeiros estimulando um aumento pela
procura nos papéis do tesouro americano. Essa saída de capital para
apostar nos Estados Unidos contempla investimentos em ações, mexe com preço de
comodities trazendo uma série de impactos para essas economias.
É bom lembrar que os
juros americanos subiram e o brasileiro foi mantido. Por mais que exista uma
grande diferença da taxa básica entre os países, muitos investidores preferem
um baixo risco como os Estados Unidos do que manter os investimentos nos
emergentes. A ata do COPOM no Brasil foi mantida em 13.75, diminuindo a
diferença dos juros. Diferentemente do que ocorria nas outras reuniões, sempre
que o índice americano subia, puxava o brasileiro.
De acordo com o
especialista em empreendedorismo e mercado americano, Leandro Otávio Sobrinho, que já
atuou em diferentes ramos como moda, varejo e construção, os movimentos do FED
são uma tentativa de controlar a inflação que cresceu especialmente durante a
pandemia. “A Covid causou desabastecimento, falta de mão de obra e o mundo
ainda não conseguiu organizar uma logística global com os suprimentos
necessários para vários segmentos. Então, além da alta demanda há o consumo
habitual das pessoas”, pontua.
Um dos primeiros
segmentos a ser afetado pelo aumento da taxa de juros é o mercado imobiliário,
que estava superaquecido e agora vem voltando a patamares de normalidade. “Não
estamos falando em recessão, e sim de uma volta à normalidade. O que estávamos
vivendo com as baixas dos juros não era saudável, as casas eram vendidas acima
do valor de mercado muitas vezes com múltiplas ofertas, gerando um leilão. As
lojas de shopping e marcas de grifes com filas para entrada, o turismo
superaquecido, tudo isso deflagrou uma demanda sem sustentabilidade a longo
prazo, então reitero que nesse momento o sentimento não é de crise ou recessão.
O mercado de trabalho está aquecido, algo que temos de dedicar especial
atenção”, explica Leandro.
Mesmo com o aumento dos
juros, investir em imóveis nos Estados Unidos ainda é uma boa alternativa, se
conduzido por quem entende do assunto. “Sempre buscamos olhar para as
oportunidades, e com o aumento nos juros a demanda por compra de imóveis
diminui porque muitos compradores não se qualificam para o financiamento
bancário, o que aumenta a demanda por locação, então o investidor tem a
oportunidade na compra do imóvel e na receita passiva da locação”, pontua.
Outra área que
estava desregulada é o da venda de automóveis, antes da pandemia as
concessionárias tinham centenas de carros em estoque, algo que facilitava muita
a negociação, porém esse cenário também mudou drasticamente, deixando as
revendas sem estoque o que gerou a venda de carros com ágil do valor e filas de
espera. “Para se ter uma ideia, eu encomendei um carro em setembro de 2021 e a
previsão de entrega está só para o ano de 2023 e isso não faz sentido
principalmente para quem vem do varejo como eu, pensar em esperar dois anos por
um carro relativamente normal assusta’’ relata.
Com uma inflação acumulada
nos últimos 12 meses que ultrapassa 8%, para os padrões americanos que tinham
uma média de 2% ao ano, explica muito sobre a necessidade de aumento dos juros,
e inclusive há quem defenda que ocorreu de forma tardia por parte do FED.
“Acredito que até tenhamos uma recessão nos EUA para resgatar a ampla
normalidade. Mas algo brando. Ainda em 2023, devemos ter mais algum aumento de
juros, e ter um ano mais morno, e para 2024 virá a retomada do crescimento”,
finaliza.
Sobre Leandro Sobrinho
Especialista em
empreendedorismo desde os 22 anos, Leandro Otávio Sobrinho graduou-se em
Direito, mas foi na gestão de diversos negócios que se encontrou
profissionalmente. Foi proprietário de restaurante, franquias no segmento de
moda, escola profissionalizante e investidor imobiliário. Hoje, morando nos
EUA, Leandro conseguiu adaptar seu modelo de trabalho em diferentes segmentos a
uma empresa de investimentos e incorporadora de imóveis. Atuando na Flórida com
foco no público local americano e residentes.
*Para mais informações, acesse www.raiseinvestor.com ou pelo Instagram raise.investor
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