Liderança capacitada, o melhor caminho para o ESG
Patricia
Punder, advogada e CEO da Punder Advogados
Liderança para que haja sustentabilidade nunca
foi tão demandada e será um divisor para os líderes que estarão na ativa nesses
novos tempos. Assim, também será necessário levar seus liderados a
desenvolver conhecimentos,
habilidades e atividades para aplicar tais premissas em
suas funções.
Nessa lógica,
as empresas precisam, cada vez mais, de líderes capacitados e
em desenvolvimento
contínuo para que transpareçam atitudes positivas sobre ESG e
conquistem os novos talentos, principalmente, a geração futura, que comandará a
economia mundial com muito mais diálogo, inovação, criatividade, diversidade e
sustentabilidade.
Em
relação às lideranças empresariais, os executivos precisam entender seu papel
na sociedade e compreender o poder da caneta. A última linha do balanço sempre
será olhada, até porque, uma empresa que não é rentável não consegue cumprir
seu papel e não vai entregar valor aos acionistas ao criar um negócio que não
se sustenta no longo prazo.
Isto
significa uma liderança preocupada não só com os números, mas com as pessoas. A
figura do líder como apenas um executor, como a pessoa que apenas bate as metas
também tem sido questionada. Mudança de mentalidade é um processo paulatino e,
não raras vezes, lento, mas que precisa ser implementado, pois liderar no
período pós-pandêmico será mais desafiador. O líder precisará trazer seus
liderados para essa pegada robusta da recuperação econômica e agregar os
preceitos dessas agendas complexas e demandantes mundialmente.
As
competências mais esperadas dos líderes no cenário atual são aquelas que garantem
fluidez na aplicação das diretrizes ESG. Para que esse movimento aconteça na
prática é preciso educar as lideranças.
Desenvolver
líderes é mais do que fazer treinamentos soltos e pontuais, é preciso ter
estratégias completas para engajar pessoas, motivar times e criar grupos com
gestores prontos para lidar com as diferentes adversidades. Reunimos alguns
pontos importantes de serem observados dentro de seu negócio:
- Identifique as prioridades para o desenvolvimento de
profissionais:
independentemente do tamanho da empresa ou do segmento de atuação, um
treinamento para o desenvolvimento de liderança deve considerar todas as
características necessárias para as equipes. Saiba o que é essencial
dentro de suas estruturas, entenda o que falta e trace objetivos pensando
nessa necessidade.
- Tenha programas atualizados e personalizados: não basta copiar treinamentos prontos e que fazem
sucesso no mercado. É preciso olhar para seu cenário e personalizar de
acordo com a realidade da empresa. Ao entender as prioridades do seu
cenário busque metodologias, tendências que vão de encontro com suas
possibilidades e trace estratégias. É interessante ir além e criar
conteúdo que conversem com os líderes. Investir em gamificação,
chatbots internos, eventos, trilhas de conhecimento, microlearning,
e-learning e outras metodologias faz toda a diferença;
- Invista em ferramentas de conhecimento: para sustentar uma estratégia de conhecimento e
desenvolvimento de liderança é preciso ferramentas para suportar
conteúdos, treinamentos, metodologias e diversas ações. Portanto, contar
com uma boa
ferramentaé entender que é preciso mais do que um local para
disponibilizar treinamentos;
- Mensure os resultados: para saber o que deu certo ou não é preciso medir
resultados e com líderes isso não pode ser diferente. Tenha
métricas, entenda o que funciona ou não, observe o andamento das suas
pessoas com as atividades propostas e trace melhorias contínuas. Somente
com dados que será possível criar novas estratégias e manter o ciclo de
capacitação e desenvolvimento.
Finalmente,
a tomada de decisões pode impactar a vida profissional dos líderes, de seus
colaboradores e dos rumos dos negócios de uma empresa. O processo de decisão
deve levar em consideração os riscos existentes, bem como ser norteado por
princípios éticos, principalmente os voltados para a transparência, licitude e
responsabilidade. Se uma decisão for norteada apenas pelo ganho ou pelo ego
existira uma forte probabilidade de o resultado não ser o almejado.
Os
caminhos tortuosos da bias/preconceito/discriminação/racismo também
podem impactar a tomada de decisão. Agir com ética pode evitar muitos problemas
futuros. Se um profissional não puder explicar por qual motivo seguiu um
determinado caminho, a luz vermelha com certeza irá acender para os que tiverem
ao redor.
Patricia
Punder, advogada, é compliance
officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da
USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de
Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020.
Com sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil). www.punder.adv.br
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