O TikTok vai definir a eleição?
Por Luciano Mathias, CCO da TRIO Hub Global
É inegável o crescimento do alcance das
redes sociais em todo o mundo. São bilhões de acessos a cada dia e novas
postagens a cada segundo. As estatísticas de engajamento só aumentam e, com
isso, crescem também a importância e a influência desse meio na sociedade. As
novas redes sociais, como TikTok, Kwai, Instagram, entre outras, tornaram-se o
foco também para a política. Nas eleições deste ano no Brasil, é fato que os
internautas serão ainda mais impactados por essa nova dinâmica que revolucionou
a maneira de se fazer comunicação e, como consequência, de se fazer campanhas
eleitorais.
Há quem acredite que o TikTok, por ser
uma rede social com um público jovem, não valha o investimento. Mas dados
apontam justamente o contrário. Segundo um relatório divulgado pela própria plataforma,
há um crescimento significativo no número de internautas e uma mudança no
perfil dos usuários. São mais de 72 milhões de brasileiros, sendo que 56,1% são
mulheres, enquanto os homens correspondem a 43,9%. Outro fator importante é a
idade: mais da metade dos usuários são maiores de 25 anos.
Voltando um pouco ao passado, nas
eleições para prefeitura de São Paulo em 2020, o aplicativo foi usado pelos
candidatos de forma divertida e bem-humorada, sem nenhuma polêmica envolvida.
Mas hoje a abordagem é muito mais ampla. As campanhas são difundidas por
diversas redes, levando o conteúdo para ainda mais pessoas. Instagram, Kwai,
Twitter e WhatsApp são só alguns exemplos.
O cientista político Carlos Jacomes
disse acreditar que campanhas nas redes sociais podem impulsionar o engajamento
dos candidatos. E ele está certo. Jacomes revela que já é perceptível o
resultado de campanhas que não apresentam mecanismos de engajamento da
juventude, e que com isso acabam perdendo espaço para quem está disposto a desbravar
o universo que envolve criatividade e tecnologia.
E é sobre isso que os candidatos estão
focados para 2022: ganhar poder e espaço. O atual presidente Jair
Bolsonaro e o candidato à presidência Ciro Gomes são exemplos de perfis bem
ativos na plataforma. Os marqueteiros políticos sabem que ter o apoio da
internet e desenvolver uma campanha bem planejada e articulada pode gerar
resultados mais significativos do que a campanha eleitoral tradicional. Ninguém
mais quer receber flyers ou papéis falando sobre os planos de governo.
O interesse do usuário que está no
TikTok é o entretenimento, mas muitas vezes esbarra também na busca por
informação. Ou seja, discursos políticos podem ser muito bem-vindos, desde que
estejam em um contexto de entretenimento, com falas empáticas, divertidas ou
até controversas. Creio que em pouco tempo veremos comícios no Metaverso,
programas como DAO's criados para alavancar campanhas (com poder de voto dos
participantes) e campanhas 100% digitais, deixando em segundo plano a TV aberta.
A transformação digital vem com uma força descomunal nos dias de hoje, e na política não é diferente.
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