Pesadelo na educação brasileira, Matemática apresenta índices bem abaixo da média
Dados divulgados pelo Saeb apontam perda do
progresso nos resultados dos seis últimos anos
Os índices de ensino da matemática são
um dos principais desafios a serem enfrentados pelos educadores nos próximos
anos. Segundo dados divulgados pelo Saeb ( Sistema de Avaliação da Educação
Básica, o desempenho dos alunos na disciplina regrediu aos mesmos patamares de
2013. Os números apresentados pelo MEC mostram que os estudantes brasileiros de
10 anos de escolas públicas e particulares voltaram à aprendizagem em
Matemática que tinham em 2013. Apesar de a Matemática ser considerada um
dos grandes vilões nas escolas brasileiras, - são 95% dos estudantes
brasileiros que saem do ensino fundamental sem atingir o nível de estudo
adequado para a idade - a disciplina tem papel importante no desenvolvimento
lógico e no processo de aprendizagem das crianças. Com uma média de
proficiência em matemática dos alunos brasileiros considerada categoria nível
3, num ranking que vai até o nível 10, a principal questão é como
solucionar esse quadro.
Quando comparamos com outros países, os
resultados são ainda mais desanimadores. Segundo o ranking de competitividade,
medido pelo International Institute for Management Development (IMD), o Brasil
ocupa o 59º lugar, dentre 63 nações, no quesito educação de crianças e
adolescentes e formação profissional. Segundo Javier Arroyo, cofundador
da Smartick, edtech que utiliza inteligência artificial e é especilizada na
educação de matemática para crianças de 4 a 14 anos, "apesar de existirem
diversos fatores externos que influenciam no pensamento, modo de ser e captação
de conhecimento de cada um desses estudantes, fato é que não faz sentido
continuar ensinando como há 100 anos. Hoje, os alunos já chegam com a sua
própria postura e com uma bagagem enorme de conhecimento, devido aos estímulos
recebidos pelas tecnologias que convivem diariamente, e assim, vão se tornando
cada vez mais protagonistas do seu próprio aprendizado.".
explica.
Segundo o Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes (Pisa), essa modernização de ensino não é o que vem
acontecendo com parte dos estudantes brasileiros há anos. O país segue estagnado
desde 2013 entre os que apresentam os piores índices no desempenho matemático
em meio a 79 países analisados.
"Além disso, é importante que a
matemática seja considerada além de uma disciplina da escola. Ela é fator
fundamental para o desenvolvimento intelectual das crianças. A partir dela é
possível trabalhar o pensamento crítico, a criatividade, a autodireção, o
pensamento sistêmico, a comunicação e a reflexão. No dia a dia, a carência do
uso desses conhecimentos pode trazer problemas na interpretação de situações em
contextos individuais, ocupacionais, sociais e científicos. Por isso, é comum
que jovens que se dão bem com os números na escola sigam carreiras em setores
como administração, finanças, economia, ciência da computação, engenharia,
ensinos técnicos e até mesmo na área da comunicação." explica Javier
Arroyo.
De maneira prática, o desafio na
educação está em utilizar novas ferramentas para garantir que estudantes
aprendam de fato a ter um raciocínio lógico e matemático. No documento
"Inteligência artificial na educação: mudanças e oportunidades para um
desenvolvimento sustentável", a Unesco traz pontos de contribuição da
Inteligência Artificial capazes de contribuir significativamente no
desenvolvimento educacional e na equidade de ensino. A personalização da
aprendizagem auxilia na progressão dos alunos, seja em atividades individuais
ou em grupo. As ações podem ser monitoradas, com detecções de falhas de
aprendizado e até a percepção do estado de ânimo dos estudantes.
"A personalização educacional se torna necessária para sanar as lacunas que ficam em uma educação tradicional. As plataformas mais modernas de educação já entenderam a importância da criança trabalhar dentro do seu próprio ritmo. Como é o caso por exemplo do Smartick, para crianças que queiram aprender matemática. É preciso olhar para o cenário com mais subjetividade, compreendendo as diferenças.", conclui.
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