Universidade de Yale celebra 15ª edição do programa que traz estudantes norte-americanos ao Brasil
New Haven (Connecticut, EUA), 5 de setembro de 2022 - A Universidade de Yale comemora neste ano a 15ª edição do “Summer Exchange Program in Brazil”, um programa de verão criado pelo professor Kenneth David Jackson e por sua esposa Elizabeth Jackson para que estudantes de graduação norte-americanos possam aprender, na prática e in loco, os fundamentos da língua portuguesa e o melhor da cultura brasileira.
A iniciativa consiste em uma carga
horária de 120 horas de aulas de português com a professora Elizabeth,
ministradas no Instituto Brasil Estados Unidos (IBEU), localizado em Copacabana
(Rio de Janeiro/RJ), além de um curso de história da cultura e literatura
brasileira com o professor Kenneth Jackson.
Os alunos têm ainda a oportunidade de
não apenas imergir nas tradições brasileiras, como também vivenciá-las, seja
através da música, dança, culinária e até pelo contato com a população local.
No decorrer de 15 edições (o programa
foi criado em 2006, embora tenha sido suspenso em 2020 e 2021 por conta da
Covid-19), mais de 225 universitários norte-americanos – entre 18 e 20 anos - e
até de outros continentes participaram do programa de visita ao Brasil. Em
média participam entre 10 e 15 estudantes por ano.
“Foi muito satisfatório poder retomar o
programa após dois anos de pandemia. É muito gratificante ajudar os alunos a
aprender sobre a cultura e literatura brasileira – as regiões, personalidades,
obras literárias e artísticas mais importantes”, afirma Kenneth Jackson que,
embora não resida no Brasil, se declara fascinado por Machado de Assis, pelo
Modernismo e pela poesia concreta.
O início de seu interesse pelo Brasil e
pelo idioma português começou na época da faculdade, quando veio à América
Latina como integrante de uma orquestra. Ele fez pós-graduação na Universidade
de Wisconsin e pesquisou sua tese na Universidade de São Paulo (USP) com o
crítico literário Antônio Cândido, além de trabalhar com os poetas concretistas
brasileiros Haroldo de Campos e Augusto de Campos.
“Estudei e colaborei com muitos
professores e pesquisadores brasileiros, começando com Haroldo de Campos e, na
Universidade de São Paulo (USP), com Antônio Cândido e Alfredo Bosi”, afirma,
acrescentando que, ao longo dos anos, estabeleceu diversas parcerias com outros
acadêmicos brasileiros.
A mesma paixão pelo Brasil é
compartilhada por sua esposa, Elizabeth Jackson, que deu aula de português e
cultura brasileira na Universidade do Texas e de Yale e que, desde 2000,
leciona na Wesleyan University. “Amo minha profissão. Lecionar português é
minha verdadeira paixão. É impressionante como, depois de apenas oito semanas
de aulas intensivas, os estudantes já se sentem à vontade para interagir e se
comunicar com os brasileiros”, revela.
Vivência a todo vapor
A edição de 2022 está em pleno
andamento. Um grupo de 10 estudantes norte-americanos - que estão se graduando
em Yale - visitaram Paraty (RJ) na última semana de junho e, desde então, estão
tendo contato com a natureza, praias, cachoeiras e comidas típicas, além de se
surpreenderem ao caminhar nas incríveis ruas de pedras da cidade histórica e
colonial – algo muito diferente do asfalto e concreto que estão habituados a
ver em solo estadounidense.
“Viajar sempre foi um ponto primordial
da dinâmica humana. Acredito que toda viagem simboliza ‘adquirir conhecimento’
e, para os estudantes norte-americanos que estão aqui no Brasil, trata-se de
oportunidade única para enriquecerem sua experiência. É uma bagagem que levarão
para toda a vida”, avalia o brasileiro Rafael Lemos, aluno de doutorado de Yale
e que pela primeira vez participa como coordenador-assistente do programa de
intercâmbio.
“Os alunos de Yale estão não apenas
tendo uma aprendizagem muito mais interativa e dinâmica sobre a nossa cultura,
como também estabelecem contato com diversidades. O convívio com as famílias
hospedeiras no Rio de Janeiro ajuda muito a quebrar conceitos e paradigmas, a
enxergar o mundo de uma forma mais ampla”, completa.
Momentos marcantes sobre a visita dos
alunos estrangeiros também estão na memória do casal de professores. Em 15
edições são inúmeras lembranças, seja assistindo novelas com os alunos,
celebrando a Copa do Mundo ou interagindo através da música.
“As aulas de samba e forró são sempre
muito divertidas. Os estudantes ficam alegres e descontraídos. É muito
gratificante ver eles à vontade e dançando animados. Nesse ano uma aluna
comprou um cavaquinho e aprendeu a tocar incrivelmente. Isso sem falar quando
se interessam por capoeira e até com atividades solidárias, prestando apoio e
assistência à sociedade”, relembra Elizabeth.
As comidas típicas brasileiras também
têm papel importante na missão de conquistar o coração dos “gringos”. De acordo
com o professor Kenneth Jackson, a paixão pelo nosso país começa, muitas vezes,
pelo paladar.
“A coxinha foi a verdadeira surpresa
para a maioria dos alunos na edição de 2022, mas já teve casos passados de se
encantarem pelo ‘X-Tudo’, pela tradicional ‘moqueca’, isso sem falar da
magnífica e internacionalmente reconhecida feijoada. São os temperos locais e a
variedade de sucos de frutas que colaboram para estreitar os laços dos
estudantes com o Brasil”, explica.
Visão dos participantes
O estudante norte-americano de Yale
Carlos Torres, descendente de mexicanos, não pensou duas vezes em participar do
programa de verão para expandir seus conhecimentos sobre a história da América
Latina, em especial do Brasil. Ele destacou a importância de aprender português
e a posição do país sul-americano no contexto internacional.
“Estamos falando da maior nação da
América Latina, com mais de 200 milhões de pessoas, mas que muitas vezes parece
isolada dos Estados Unidos e dos demais países da região por conta da diferença
de idiomas. Nesse sentido, estudar a língua portuguesa e conhecer a cultura
local se tornaram objetivos vitais para que eu pudesse superar essa barreira,
romper fronteiras e ampliar meus conhecimentos”, explica.
Torres afirma que todas as suas
expectativas foram superadas quando desembarcou em ‘terras tupiniquins’: “A população brasileira é
incrivelmente carismática. Tivemos todo apoio e suporte para aprender a língua,
interagir e trocar experiências, além de conhecer a cultura e costumes locais.
Está sendo uma experiência única! Agora já posso dizer aos meus amigos que eu
sei fazer moqueca, pois aprendi a receita e já sei como prepará-la!”.
O americano Carlos Torres (à
esquerda) e o mexicano Christian Tamez (à direita) em Paraty (RJ)
Christian Tamez, mexicano que cursa
Engenharia Química em Yale, também não pensou em outro país - exceto Brasil -
quando decidiu trilhar sua formação como estudante internacional. Segundo ele,
a vontade de conhecer o país já vinha da convivência com amigos próximos.
“Eu sempre estive rodeado de colegas de
Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro em Yale. Nossas conversas sobre o Brasil
eram tão animadas que a curiosidade em conhecer o país e aprender português
tomou grande proporção entre minhas metas e objetivos. O programa de verão de
2022 se transformou na oportunidade perfeita para tornar tudo isso realidade.”
Sobre a Universidade de Yale:
Desde sua fundação em 1701, Yale tem se
dedicado a expandir e compartilhar conhecimento, inspirar inovação e preservar
informações culturais e científicas para as gerações futuras. O alcance de Yale
é local e internacional. Ela faz parceria com sua cidade natal de New Haven,
Connecticut, para fortalecer a comunidade e a economia da cidade. E se envolve
com pessoas e instituições em todo o mundo na busca de promover a compreensão
cultural, melhorar a condição humana, aprofundar os segredos do universo e
treinar a próxima geração de líderes mundiais.
Access Yale Website | Access Yale Website for Latin America | Access Yale Website for Brazil
Nenhum comentário