Aperam BioEnergia desenvolve queimadores de gases para reduzir fumaça em 100% de sua produção de carvão vegetal
Equipamentos instalados próximos aos fornos
evitam lançamento de 150 mil toneladas de CO2 na atmosfera
Imagem mostra produção de carvão vegetal com queimadores
e sem queimadores de gases
Arquivo Aperam
A produção de carvão vegetal a partir de
florestas plantadas gera energia renovável e contribui para a preservação de
matas nativas. Porém, ainda é muito associada à chaminés que lançam a todo
momento gases de efeito estufa na atmosfera.
Na Aperam BioEnergia, onde é fabricado o
carvão vegetal usado na produção do Aço Verde Aperam, essa imagem está cada vez
mais distante.
A BioEnergia está concluindo a
implantação de queimadores de gases em todas as suas seis unidades do Vale do
Jequitinhonha, que produzem cerca de 450 mil toneladas por ano de carvão
vegetal. O insumo é usado como combustível nos alto-fornos da usina de Timóteo
(MG), a única empresa do setor que é 100% abastecida com energia renovável.
Patenteados pela Aperam, os queimadores
de gases são equipamentos construídos nas unidades de produção para captar os
gases gerados no processo produtivo e incinerá-los, evitando que grande parte
deles sejam lançados na atmosfera.
“Todo forno é equipado com chaminés, os
gases vão direto para a atmosfera. O que o queimador faz é canalizar essa
fumaça para uma câmara de combustão, onde ela é incinerada. Há uma série de
tubulações que conectam o forno à câmara de combustão. E uma câmara constituída
pela junção de aço e refratário, com um sistema automatizado de controle de
pressão e temperatura, através de um balanço do gás/oxigênio/calor controlado,
gerando assim uma queima eficiente da fumaça emitida, explica o diretor geral
da Aperam BioEnergia, Edimar de Melo Cardozo.
Segundo Cardoso, quando os seis
queimadores estiverem operando, juntos, impedirão a liberação no meio ambiente
de quase 150 mil toneladas de dióxido de carbono.
O primeiro deles foi implantado em 2018,
paralelamente ao projeto de construção, também com tecnologia desenvolvida
internamente, do maior forno do mundo para a produção de carvão vegetal, o FAP
2000.
Até o fim deste ano, a empresa concluirá
a construção de mais dois equipamentos em duas unidades de produção que ainda
não contavam com o recurso - Chácara e Cruz Grande, no município de
Itamarandiba -, totalizando 100% de suas seis unidades do Vale do Jequitinhonha
equipadas.
A implantação dos dois novos queimadores
integra um projeto de modernização da produção de carvão vegetal da Aperam
BioEnergia, que prevê também a substituição e a automação de vários fornos pelo
FAP 2000 até 2025. O plano é substituir, no médio prazo, os atuais 283 fornos
da empresa por um número menor de unidades, de maior capacidade e de melhor
performance. Para tanto, serão trocados 121 unidades FAP 220, que tem uma menor
capacidade, por 31 fornos FAP 2000.
O FAP 2000 é o maior forno do mundo para
a produção de carvão vegetal e foi desenvolvido e patenteado pela própria
BioEnergia. “Isso aumenta nossa capacidade de automatizar o processo produtivo
e, consequentemente, nossa competitividade, com condições de trabalho cada vez
melhores para nossas equipes”, diz Edimar Cardoso.
Os aportes na BioEnergia estão incluídos
no programa de investimentos da Aperam South America anunciado para o atual
exercício, de R$ 588 milhões, que prevê ainda a modernização da usina
siderúrgica, em Timóteo, incluindo melhorias em inovação, otimização de
processos, redução de poluentes e sustentabilidade.
Neutralidade em carbono
Essa modernização das plantas de carvão
vegetal é parte de um programa integrado de ações para tornar as operações da
Aperam South America cada vez mais sustentáveis, o que foi essencial para que a
empresa conquistasse, de forma inédita em seu segmento, a neutralidade entre
emissões e remoções de carbono em 2022, no escopo 2 - que contempla todas as
operações da empresa.
Além de utilizar 100% de carvão vegetal
em seus alto-fornos, eliminando o uso de coque a partir de 2011, a empresa
investiu em tecnologias inovadoras e na ampliação de suas florestas plantadas
no Vale do Jequitinhonha - são 76 mil hectares que, somados às suas áreas
preservadas de matas nativas, funcionam como um grande estoque de CO2.
Os resultados que hoje coroam a jornada
de sustentabilidade da Aperam South America são fruto de um direcionamento
estratégico muito claro da empresa adotado há cerca de 10 anos, afirma o
presidente da empresa, Frederico Ayres Lima. “Foi uma semente plantada lá
atrás, quando transformamos nosso alto-forno para carvão vegetal. E esse é um
processo que não para. Nosso objetivo agora é nos tornarmos carbono neutro
também no escopo 3, envolvendo nossos fornecedores”, diz ele.
O presidente da Aperam afirma ainda que
o Brasil tem a grande oportunidade de liderar a agenda de descarbonização da
siderurgia, um setor tradicionalmente reconhecido pelos altos índices de
emissões. “Temos condições únicas para desenvolver ainda mais a produção de
carvão vegetal e transformar a matriz energética do setor. E, ao mesmo tempo,
utilizar energia de hidrelétricas para produzir aço por meio da reciclagem de
sucata”, diz Ayres Lima.
Sobre a Aperam
A Aperam South America é produtora
integrada de aços planos inoxidáveis, elétricos e carbono. A partir de uma
gestão baseada nos valores: liderança, inovação e agilidade, consolida-se como
líder no mercado brasileiro em seu segmento. Sua planta industrial,
localizada em Timóteo-MG, possui capacidade produtiva total de 900 mil
toneladas de aço líquido por ano.
Desde 2011, integra o Grupo Aperam, segundo maior da Europa, composto de outras cinco plantas industriais na França e na Bélgica, cuja capacidade alcança 2,5 milhões de toneladas de placas de aço por ano. Utiliza 100% de carvão vegetal produzido por sua subsidiária no Vale do Jequitinhonha: a Aperam BioEnergia, que produz e comercializa carvão vegetal, tecnologia, mudas e sementes, a partir de florestas renováveis de eucalipto em Minas Gerais.
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