CAR-T: Renato Cunha chega ao Grupo Oncoclínicas para liderar projeto baseado na técnica que vem revolucionando o tratamento oncológico no mundo
Premiado internacionalmente e pioneiro na
adoção do CAR-T no Brasil, o médico hematologista estará à frente do projeto
envolvendo o desenvolvimento de pesquisas e tratamentos baseados na terapia
gênica
O Grupo Oncoclínicas, maior instituição
de tratamento oncológico do Brasil e da América Latina, anunciou nesta
segunda-feira (17/10) mais um importante marco no desenvolvimento de novos
tratamentos no combate ao câncer: a chegada do médico hematologista Renato
Cunha para liderar um programa voltado à implementação do CAR-T, terapia
genética que é considerada o maior avanço global em métodos de tratamento de
cânceres hematológicos.
Formado em Medicina pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (2004), Renato liderou a equipe
clínica responsável pelo primeiro tratamento bem sucedido baseado nessa
modalidade de terapia celular realizado na América Latina. A técnica foi
implementada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(HC-FMRP-USP) para tratar um paciente com linfoma não Hodgkin de células B,
cujo resultado positivo foi anunciado em 2019. Entre os diversos outros feitos
de sua carreira como médico e pesquisador, em 2021 também coordenou o Consenso
Brasileiro para Células Geneticamente Modificadas pela Associação Brasileira de
Hematologia e Hemoterapia (ABHH) e foi o primeiro brasileiro a receber em 2018
o prêmio ASH Global Research Award, importante iniciativa da American Society
of Hematology, que fomenta o desenvolvimento de novos pesquisadores.
Agora, Renato Cunha chega ao Grupo
Oncoclínicas com a missão de liderar o programa nacional em terapia celular,
englobando o tratamento com células CAR-T. “O Grupo conta com inúmeros
experientes hematologistas e de referência em formação técnica, que agora
passam a integrar um programa nacional de desenvolvimento e implementação da
terapia celular CAR-T. Com DNA inovador, o Grupo Oncoclínicas investe
constantemente em novas tecnologias, como esta, se posicionando na vanguarda do
tratamento de pacientes onco-hematológicos”, explica.
No Brasil existem poucos centros
credenciados para realizar as etapas que envolvem esse procedimento. O Grupo
Oncoclínicas faz parte dessa seleta lista dos que já possuem o respaldo para
realizar o procedimento no país. Segundo Renato, o desenvolvimento dessa nova
frente de atuação demandou uma profunda atuação com centros de referência e
especialistas no Brasil e exterior:
“Para estar apto a incluir o CAR-T na
sua linha de cuidados oncológicos, o Grupo Oncoclínicas passou os últimos anos
em um intenso processo de estruturação. Para isso, houve ainda o apoio do
Dana-Farber Cancer Institute, da Harvard Medical School - referência global no
tratamento do câncer e com o qual contamos com uma parceria exclusiva para a
América Latina. Assim foram somadas expertises nesse processo de aprimoramento,
tanto das áreas físicas como da estruturação das práticas para realização das
etapas que envolvem esse tipo de tratamento, criando um centro completo e
altamente qualificado para atendermos aqueles que forem elegíveis à terapia com
células CAR-T”, frisa Renato.
O que é a terapia CAR-T
A terapia gênica baseada em células T de
receptores de antígenos quiméricos (do acrônimo em inglês CAR) deu origem ao
nome CAR-T. Ela consiste em usar células do próprio paciente e geneticamente
modificá-las em laboratório para combater o câncer. Desta forma, se tornou
possível habilitar células de defesa do corpo com receptores capazes de
reconhecer o tumor e atacá-lo de forma contínua e específica.
“Essa opção para combate a tipos
específicos de tumores hematológicos conquistou popularidade no Brasil na
segunda metade de 2019, quando a equipe da qual fiz parte obteve resultados
positivos no tratamento do paciente considerado o primeiro da América Latina a
alcançar a remissão da doença com uso de tecnologia CAR-T. De lá para cá,
outros avanços consolidaram as descobertas relativas à eficácia da terapêutica
no controle de diferentes tumores hematológicos”, comenta Renato.
Como funciona?
A terapia celular CAR-T é feita com
células do sistema de defesa do organismo, especificamente os linfócitos T, que
circulam no sangue. Eles são colhidos por meio de um processo de separação
semelhante à hemodiálise, chamado aférese, são congeladas e enviadas a um
laboratório de altíssima tecnologia para manufatura do produto final.
Após a coleta de sangue dos pacientes,
os especialistas isolam um tipo de leucócito (célula de defesa) conhecido como
linfócito T, que é um dos principais responsáveis pela defesa do organismo.
Essa célula é capaz de reconhecer antígenos de agentes infecciosos ou de
tumores e desencadear mecanismos que provocam a morte da célula alvo,
defendendo o organismo. Para a construção do receptor quimérico (CAR) um vetor
viral é usado como auxiliar (um vírus cujo material genético é alterado em
laboratório) e introduzido no linfócito T extraído, que passa a reconhecer o
antígeno específico do câncer e o ataca. É uma combinação que envolve terapia
gênica, imunoterapia e terapia celular para gerar uma medicação personalizada
para cada paciente.
Os leucócitos reprogramados são então
multiplicados em laboratório e, depois, infundidos no paciente. Em resumo,
explica Renato, as células do organismo são expostas a um vetor viral que não
causa doença, mas funciona como um mensageiro que leva as informações
necessárias para que passem a fabricar receptores de antígenos específicos que
vão reagir contra as células do tumor. “De forma simplificada, as células
geneticamente modificadas adquirem a capacidade de identificar e destruir
as células cancerígenas, descobrindo onde estão os ‘inimigos’ que estavam
enganando os mecanismos de resistência do sistema de defesa do paciente”,
explica o líder de Car-T do Grupo Oncoclínicas.
Para quem é indicada?
Os pacientes que podem receber essa
terapia são aqueles que não têm possibilidade curativa mais com quimioterapia e
radioterapia e que, em geral, recaíram após o transplante de medula óssea.
De acordo com Renato, a estratégia usada no
tratamento abre frentes para uso não só em tumores hematológicos, como
leucemia, linfoma e mieloma, podendo possivelmente ser no futuro usada
para qualquer tipo de câncer. “A metodologia já conta com pesquisas voltadas a
protocolos para leucemia linfoide aguda, mieloma e outros tipos de linfomas. Há
expectativas de que em um futuro próximo seja possível o uso de células CAR-T
em tumores sólidos, como é o caso do câncer de pâncreas, que já está em
discussão”, pontua.
Ele lembra que o acompanhamento médico
especializado é outro ponto essencial do processo. “A equipe médica e
assistencial deve ter experiência com a técnica e monitorar o paciente
continuamente. Além disso, todo o tratamento deve ser realizado em centros de
saúde altamente especializados”, finaliza Renato Cunha.
Sobre a Oncoclínicas
Fundada em 2010, a Oncoclínicas (ONCO3)
é o maior provedor de tratamento oncológico do Brasil e da América Latina. O
grupo conta com 129 unidades, entre clínicas de especialidades, diagnóstico e
prevenção do câncer, centros ambulatoriais de tratamento infusional e
radioterapia, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros de alta
complexidade (cancer centers), estrategicamente localizados em 35 cidades
brasileiras. Desde sua fundação, a Oncoclínicas tem passado por um rápido processo
de expansão, com o propósito de elevar e democratizar o acesso ao melhor
tratamento oncológico.
O corpo clínico da Companhia é composto
por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das
equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado
integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil
como o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa
e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston,
EUA.
Para obter mais informações, clique aqui para acessar o site.
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