Com jornada de crescimento sustentável, as "empresas camelo" voltam a ser valorizadas no mercado
Negócios que dispensam megainvestimentos e
trilham a verdadeira "jornada do herói", expandindo de forma
constante e olhando para a perenidade do negócio
Na
acirrada concorrência do mercado tech, despontando na frente, estão algumas
empresas “unicórnios”, que galopam velozmente para o crescimento rápido e
ostensivo, mas que muitas vezes ficam sem fôlego e morrem de sede antes de
chegar ao oásis, na dura jornada de travessia do vasto deserto do
empreendedorismo.
Logo
atrás, a um corpo de distância, vêm as empresas “camelo” em um passo mais
lento, mas consistente e sustentável, com suas reservas de água e resiliência
para vencer o calor intenso e as intempéries naturais da expansão
mercadológica.
É isso
mesmo, existem empresas que dispensam o dinheiro de investidores e optam pela
jornada bootstrapping
– isto é, seguir caminho com as próprias pernas, nem que isso represente mais
esforços e desafios extras. São as empresas “camelos”. Em tempos de altíssima
competitividade, essa opção pode parecer arriscada, mas se trata do modelo de
negócios mais comum no mercado, porém que não ganha tanto espaço nas manchetes
como as empresas que captam milhões em investimentos.
A escolha
proporciona benefícios que compensam o risco de ir contra o senso comum,
que é ter um caminhão de dinheiro disponível para fazer a empresa crescer. A
jornada bootstrapping,
apesar de mais desafiadora financeiramente se comparada à preferência por busca
de aceleradores no mercado, é mais sólida. Riscos de desenvolvimento de uma
cultura tóxica ou excesso de pressão sobre o time se tornam menores. Resultado:
um ambiente mais saudável para o ecossistema empreendedor, para empresários e
para o mundo do trabalho.
A
avaliação é de um executivo, Márcio Monson, fundador e CEO de uma empresa construída
e consolidada na jornada bootstrapping:
a Selecty, de Curitiba/PR. Além disso, o negócio de Monson – tecnologia para
recrutamento, seleção e admissão on-line – lida com um segmento termômetro para
medir êxitos e insucessos: o da empregabilidade. Empresário há mais de 25 anos,
Monson não tem dúvidas em apontar as vantagens da jornada bootstrapping.
Márcio Monson, fundador e CEO da Selecty
“As empresas camelos se
mantêm e crescem com seus próprios recursos. Geralmente, possuem equipes
criativas e de alta performance, pois precisam fazer muito com pouco recurso.
Alguns negócios até captam investimento somente no começo da operação, mas
rapidamente atingem o break
even (ponto de equilíbrio) e continuam crescendo de forma
sustentável e preservando sua cultura e valores”, afirma o CEO da Selecty.
O gestor vê com
preocupação o atual momento de demissões em massa em muitas empresas investidas
(que recebem aportes de aceleradoras ou fundos), sobretudo no setor tech. Para
Márcio Monson, o episódio tende a fazer startups repensarem suas estratégias,
voltando a olhar um pouco mais para a eficiência operacional.
“Alguns dos casos em
que está havendo demissões se referem a contratações feitas com altos salários,
aquém das possibilidades do mercado. Esse movimento de cortes é prejudicial ao
ambiente econômico, à cadeia produtiva, e prejudica principalmente sonhos, ao
demitir pessoas. Mas infelizmente é necessário, para gerar um ‘choque de
realidade’ em alguns profissionais, que precisam entregar resultados
proporcionais às suas remunerações. Então, é um momento para reflexões”, pontua
Monson.
Com a tendência mundial
do aumento da taxa de juros, houve interrupção no fluxo de investimentos,
forçando as empresas a ajustarem sua estrutura a fim de se prepararem para
manter sua operação com recursos próprios, reduzindo o burn rate (taxa de queima de
caixa para manter a operação). Junto vem a pressão dos investidores por
resultados e por eficiência operacional.
Desse mal as
empresas camelos não padecem, acrescenta o empreendedor. “As empresas camelos
aprenderam desde cedo a sobreviver dentro da sua realidade. Aliás, a alusão ao
camelo é justamente sobre atravessar o deserto, sob ‘sol intenso’, com todas as
adversidades, com poucos recursos, mas sabendo como utilizá-los de forma
inteligente”.
Dessa forma, mesmo com
oscilações externas, internamente essas empresas se mantêm viáveis. “Isso
porque elas construíram um produto sólido, validado pela própria satisfação dos
clientes. Pagam salários justos, possíveis de honrar, sem recorrer a demissões
ao menor abalo. Ou seja, conquistam condições de se manterem perenes no
mercado”, argumenta Monson.
Frente a esse cenário,
o CEO da Selecty busca estimular novos empreendedores e aponta que a jornada bootstrapping pode ser um
diferencial. “O que é, em outras palavras, uma ‘jornada do herói’, na qual você
coloca um negócio em pé baseado principalmente na sua qualidade de execução,
time qualificado e entrega real de valor ao seu cliente, que no final do dia é
o grande ‘financiador’ do seu crescimento!”.
SERVIÇO
Sobre a Selecty: https://selecty.com.br/sobre-nos/
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