Como acessar seus dados esquecidos?
*Por Alessandro Allodi, CEO da Beaver
Tecnologia
Todo mundo já ouviu a frase “dados são o
novo petróleo”. Nos últimos anos, as empresas descobriram que podem usar
técnicas de análise de dados, o famoso big
data, para fazer análises preditivas, entender melhor seu mercado e
até descobrir novos produtos.
Imagine ser uma empresa de 30 ou 40 anos
de operação, você certamente tem muita informação sobre seu mercado e sobre
como seus consumidores se comportam. Então, você decide começar uma área de BI
(business intelligence,
ou inteligência de negócios). O problema é que seus dados estão no arquivo, em
milhares de documentos em papel. Uma forma de converter seu arquivo em dados
seria contratar um time para ler cada um dos documentos, identificar os campos
importantes e digitar as informações em uma planilha ou banco de dados. Isso
certamente custaria caro e levaria bastante tempo. Além disso, as pessoas
cometem erros, ainda mais depois de realizar uma tarefa repetitiva e exaustiva
por muito tempo. A solução então é digitalizar os dados.
“Ah, mas isso é tranquilo! É só comprar
um scanner super rápido que em poucas semanas todos os meus documentos estarão
digitalizados!” Mais ou menos… Seus arquivos agora vão ser milhares de PDFs no
servidor da empresa e eles ainda não servem pra muita coisa, porque os tão
cobiçados dados ainda estão fora do seu alcance.
“Que nada! Meu scanner super moderno
veio com um software de OCR. Eu consigo converter todos os documentos para
texto!” Então agora em vez de PDFs você tem um monte de arquivos tipo TXT ou
DOC, mas os dados continuam ali, escondidos.
Para realmente conseguir transformar
suas décadas de conhecimento acumulado nos seus documentos em dados, é preciso
ainda mais um passo. Você precisa de um sistema que leia todos estes
documentos, interprete-os, extraia as informações importantes de dentro deles e
as organize em um banco de dados. É aí que entra a inteligência artificial e,
mais especificamente, o campo de processamento de linguagem natural.
Todos os contratos assinados ao longo
dos anos têm informações como datas, preços, prazos, pessoas, etc. A maioria
esmagadora dos dados do mundo estão assim, em documentos desestruturados e,
portanto, sem fácil acesso. Apenas quando estas informações estiverem,
finalmente, organizadas em uma base de dados, é que o mundo de BI e análises
preditivas vai se abrir.
Olhando uma série histórica, pode ser
dita qual a sazonalidade do seu negócio. Há meses em que historicamente fecham
mais contratos? Há meses em que há a necessidade de parcelar mais porque seus
clientes estão com caixa mais baixo? Seus preços acompanharam a inflação ao
longo dos anos, ou foram baixando em termos reais? Quem são seus melhores
clientes?
Se a sua empresa é uma imobiliária, você
vai conseguir descobrir com que frequência os imóveis do bairro, onde você
atua, são comercializados. Existem regiões em que os imóveis trocam de mãos
mais vezes do que em outras? A preferência do morador típico do bairro passou
de apartamentos maiores mas com menos suítes, para apartamentos pequenos mas
com suítes e piscina? Os compradores de imóveis já moravam no mesmo bairro ou
estão vindo de outras partes da cidade?
Estes, são apenas alguns poucos exemplos
do tipo de análise que você pode fazer se tiver seus dados estruturados,
alimentando um sistema de BI. Ninguém sabe mais do que você, qual é o potencial
destes dados para trazer insights
sobre seu negócio.
A startup deeptech Beaver, por exemplo, tem modelos de inteligência artificial treinados especificamente para a tarefa de analisar documentos jurídicos em português. Alguns dos documentos que podem ser processados por estes modelos, são matrículas imobiliárias, contratos sociais e procurações. O sistema permite, de forma bastante simples, converter um PDF em dados estruturados. Portanto, há solução para seus dados esquecidos.
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