Como evitar o transtorno com roubo de smartphones e dados
*Por Giovanni Bassi, CSA da Lambda3
Um smartphone, que hoje
tem valor médio de R$2 mil, está entre os maiores problemas de segurança
pública do país. Isso acontece pela quantidade de roubo e furto de aparelhos celulares,
que traz uma série de transtornos aos consumidores.
Segundo dados
divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2018 e 2021,
cerca de 3,7 milhões de celulares foram roubados ou furtados no Brasil. Além da
preocupação por conta dos casos de violência, há também os prejuízos material e
de dados contidos no aparelho - que pode piorar ainda mais a questão
financeira.
No Brasil, cerca de 99%
da população usa o WhatsApp, segundo pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box.
Além disso, a digitalização dos serviços bancários no celular tem aumentado e,
consequentemente, os usuários acabam expostos a casos de violência com extorsão
ou até mesmo com a utilização de seus dados para compras.
Os crimes vão além da
usurpação, podendo acontecer por meio do roubo de dados (via invasão hacker),
furto de smartphones que não tenham um método seguro de proteção de senhas,
entre outros. No entanto, algumas medidas podem ser observadas e colocadas em
prática para aumentar a segurança do usuário.
A primeira é usar o bloqueio de tela de forma
inteligente. Esta ação é capaz de dificultar as execuções de
terceiros que se utilizem indevidamente do aparelho. Para isso, sempre exija um
padrão, PIN, senha ou biometria para desbloqueio. Também é recomendado dar preferência
ao desbloqueio biométrico, com digital, íris ou outro, principalmente para quem
utiliza serviços como o PIX. Outro ponto importante é verificar se a biometria
oferecida pelo fabricante do aparelho é segura, pois algumas apresentam falhas.
A segunda dica valiosa
é: desabilitar o reset de
senha com SMS e preview de mensagens nas notificações. O reset
de senha por SMS pode ser perigoso se o criminoso tiver acesso ao número do
dono do smartphone (chip roubado ou número clonado). Neste caso, a sugestão é
que o usuário prefira que este procedimento seja realizado por e-mail,
idealmente um que você não leve o app dele instalado no smartphone. Já o
segundo fator, inclusive, pode ser um facilitador para uma pessoa que venha a
usar o aparelho para obter um código de acesso à conta, então não vale a pena
ter o preview de mensagens nas notificações.
Outra ação relevante é habilitar a verificação de dois fatores
nos apps. Segundo pesquisa realizada pela Capco, 94% delas
utilizam o Pix. Em razão disso, o usuário que usa apps bancários e de redes
sociais deve configurar uma verificação em duas etapas, também chamada de
autenticação de dois fatores. Deste modo, é adicionada uma camada a mais de
segurança à conta caso a senha seja roubada. Assim, quando uma pessoa tentar o
acesso, ela precisará confirmar um código por e-mail, SMS, WhatsApp e em alguns
casos, a ligação telefônica. Essa é a melhor forma para evitar fraudes
financeiras, por exemplo.
Por fim, verifique se alguma senha foi vazada.
Alguns serviços oferecem uma maneira de verificar se a senha do e-mail do
usuário vazou. Se o e-mail é o nosso principal contato de confirmação de dados,
ele precisa ser o mais seguro de todos, correto? Além de ter verificação dupla,
é importante ter também o hábito de trocar a senha periodicamente. No site Minha Senha é possível
verificar o vazamento de senhas.
Embora a questão do
roubo de smartphones seja uma questão de segurança pública, procedimentos e
condutas simples podem ser suficientes para dificultar a ação de criminosos.
Afinal, os dados são os patrimônios ainda mais importantes dos cidadãos.
Giovanni Bassi é Chief Software Architect da Lambda3. Também atua como palestrante e consultor especialista em diversas frentes da tecnologia.
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