Como a proposta do Banking as a Service pode impulsionar (ainda mais) o varejo?
Por Gustavo Siuves, diretor de negócios e marketing do Bankly *
Em uma loja de departamentos ou supermercados, quem nunca foi
convidado a fazer o cartão do espaço? Pois
é, essa proposta (quase que) despretensiosa é um dos exemplos mais antigos e comuns da fintechização que está
ocorrendo atualmente. Empresas de diferentes setores estão acoplando e
oferecendo serviços financeiros a seus clientes.
Não é um
movimento recente, mas está se consolidando em diversos segmentos – a começar
pelo varejo. Essa área foi uma das precursoras no serviço de finanças embutidas
em seu modelo de negócio. A questão é que, como toda evolução, é preciso dar um
passo adiante para continuar crescendo.
Essa etapa passa justamente pela aproximação do conceito de Banking as a
Service.
A partir da
proposta, qualquer organização, mesmo aquelas que não lidam diretamente com o
mercado financeiro, podem oferecer produtos e serviços que envolvem a gestão do
dinheiro, como movimentação de conta, cartão de crédito, empréstimo, entre
outros. É uma modalidade que cresceu bastante nos últimos anos e que continua
em evidência.
Para se ter
uma ideia, as empresas de varejo devem corresponder praticamente à metade (49%) do mercado de Banking as a Service nos
próximos dez anos, de acordo com projeção realizada pela Mambu com a Amazon Web Services. Trata-se de um setor que deve movimentar US$ 3,5 trilhões em transações
apenas com varejistas nesse período.
Mas por que o
varejo, especificamente, conta com grande força para dominar esse nicho de mercado e
oferecer soluções financeiras? Primeiro, é necessário pontuar a quantidade de
clientes que o segmento atinge. De longe, é o maior ativo que essas empresas
possuem. O alcance é praticamente o mesmo das grandes instituições financeiras, permitindo
oferecer produtos para uma escala ampla.
Além disso,
há também a influência da base de consumidores e as informações que o varejista integra.
Diferentemente de bancos e fintechs, que têm mais dificuldade para identificar os diferentes
perfis, o lojista recebe esses dados dos próprios consumidores, como histórico
de compras, formas de pagamento, eventuais dificuldades financeiras, entre
outros. Isso permite, por exemplo, manter as pessoas dentro de seu próprio ecossistema,
o que leva a uma melhor experiência, engajamento e fidelização.
Essa nova
realidade abre um leque de oportunidades para o setor, que pode desenvolver novos modelos de negócios capazes de
driblar eventuais instabilidades econômicas. Assim, as empresas de varejo podem
atacar em diferentes frentes, oferecendo aquilo que os consumidores mais
precisam em relação às finanças.
Um
supermercado pode, por exemplo, criar seu próprio banco digital para aproveitar
o engajamento natural de sua base de clientes por meio de promoções. Uma
loja de departamento pode construir as próprias soluções de cobrança e de
pagamento sem depender de sistemas de ERP. Ou ainda eliminar intermediários nas
transações, uma vez que os clientes podem utilizar o banco digital do varejista
para adquirirem os produtos e serviços.
São vantagens
interessantes, sem dúvida, mas exigem um nível de complexidade que
muitas empresas não conseguem arcar. Para realizar tudo isso in house, ou seja,
dentro de sua própria estrutura, o varejista precisa ter equipes dedicadas e
qualificadas em serviços financeiros, adquirir licenças bancárias com o órgão regulador (o que pode levar anos) e lançar mão de todo um investimento para fazer a solução funcionar.
É aqui que entra a proposta de soluções de Banking as a
Service como
aliadas no processo. Além de contar com parceria especializada, o recurso vai ser o responsável por toda a tecnologia e regulamentação,
deixando que o lojista interessado em fornecer serviços financeiros foque em sua
base de clientes e em como proporcionar a melhor experiência possível para cada
um deles.
A
transformação digital que enfrentamos nos últimos anos alterou os hábitos do
consumidor e, evidentemente, essa mudança iria chegar ao mercado financeiro
como um todo. Atualmente, a ideia de separar o consumo das finanças soa de forma arcaica. As pessoas
querem comodidade, experiência e agilidade – e esperam que as empresas
acompanhem esse movimento também. Se o varejo já recebe grande parte da renda dos consumidores,
por que o setor não pode oferecer soluções de valor para sua base de
clientes, não é mesmo? Com o apoio certo, é possível revolucionar ainda mais
essa relação no futuro.
* Gustavo
Siuves é diretor de negócios e marketing do Bankly, solução de
Banking as a Service que descentraliza a
oferta de serviços financeiros no país – e-mail: bankly@nbpress.com
Sobre Bankly:
O Bankly é uma plataforma de Banking as a Service com sua própria licença
bancária. Seu propósito é descentralizar a oferta de serviços financeiros
permitindo que cada empresa possa virar uma fintech e criar e escalonar suas próprias soluções. Para
mais informações, acesse https://www.bankly.com.br/
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