Cuidados com a ambiência e atenção ao manejo alimentar são ferramentas essenciais para o bom desempenho zootécnico no período de desmame dos suínos
O desmame é uma das fases mais importantes da produção de suínos, sendo marcado por multiplicidade de fatores estressantes, tanto biológicos quanto ambientais, com impacto significativo no comportamento na etapa seguinte e, inclusive, na ingestão de ração. "Por isso, estratégias focadas na melhoria das condições ambientais e estruturais, assim como aprimoramentos nas condições de manejos, têm sido importantes ferramentas para contribuir para o aumento do consumo e, consequentemente, melhoria do desempenho zootécnico no período", afirma Fernanda Laskoski, Especialista Técnica Nacional de suínos da Auster Nutrição Animal, empresa brasileira especializada no desenvolvimento, pesquisa, produção e distribuição de produtos de alta tecnologia para nutrição animal.
Sob o aspecto das condições ambientais, Fernanda explica que o conceito
de ambiência não é somente a mensuração da temperatura local, mas também de
gestão, pois envolve conjunto de fatores associados ao ambiente físico, aéreo,
térmico, social e acústico dos animais. "Quando falamos em ambiência
devemos enxergar o todo, inclusive o clima, que varia de acordo com as
diferentes regiões do país. Ainda, a heterogeneidade estrutural das granjas
brasileiras, acaba sendo um desafio para manutenção de um ambiente mais
adequado para a fase".
O ponto central é que um ambiente em condições inadequadas compromete o
desempenho dos animais e o seu bem-estar. "Quando falamos de ambiência, um
dos pontos de atenção e que muitas vezes tem sido esquecido a campo, é a
qualidade do ar nas instalações de creche. Estudos demonstram que leitões
submetidos a baixa qualidade de ar (considerando NH3 e CO2 elevados e com alta
concentração de partículas no ar) podem resultar em redução de até 10% do ganho
de peso diário e aumento de até 3% na conversão alimentar. Por isso, a
qualidade do ar é imprescindível e deve ser ajustada de acordo com as
exigências de cada instalação", destaca a médica veterinária na Auster
Nutrição Animal.
Ela informa outro gargalo dessa fase: a adaptação do animal a comedouros
e bebedouros para estimular o consumo de ração no período pós-desmame.
"Várias práticas de manejo focadas na disponibilidade e oferta de ração
podem auxiliar a vencer esse desafio. O uso de estratégias como os chamados
"tapetes de alimentação" próximos aos comedouros no pós-desmame,
assim como ofertar um maior espaço de comedouro aos animais para melhoria no
acesso à ração na fase, podem estimular o consumo com consequente aumento do
desempenho e oportunidades na redução do percentual de animais removidos
durante o período", orienta.
Fernanda Laskoski reforça que é bem-vinda toda e qualquer ação para melhoria das condições de bem-estar, ambiência, nutrição e sanidade dos animais. "Buscar estratégias de manejo e ambiência, de acordo com as características de cada realidade, assim como a manutenção das ações básicas ideais para o desmame, contribuem para o aumento do ganho do peso e a melhoria do bem-estar dos leitões nesse período", conclui.
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