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Dia das Crianças: a importância da educação financeira desde os primeiros anos de vida

A educação financeira na infância ainda não é um hábito entre os brasileiros, e isso favorece o endividamento dos adultos, já que, quando crianças, essas pessoas não receberam orientações adequadas sobre como lidar com o dinheiro.

Apesar de estar longe de ser um hábito, o tema ganha cada vez mais espaço no ambiente familiar. Segundo a pesquisa Finanças Infantis promovida pelo Serasa em parceria com a Opinion Box, 85% dos pais e responsáveis conversam com as crianças sobre a necessidade de ter uma vida financeira saudável. 

Para auxiliar nesse período, especialistas dão dicas sobre como promover a educação financeira desde a infância e seus benefícios, além de orientar pais e responsáveis a respeito de quais investimentos são os mais adequados para se formar uma reserva.

 

Educação financeira em todas as idades 

Para Cauê Mançanares, CEO da Investo, a educação financeira é muito importante e precisa ser incentivada desde cedo, independentemente da idade. “Ter consciência dos benefícios de um bom planejamento financeiro e investimento é fundamental para que os filhos possam estruturar suas finanças pessoais para viverem suas vidas e construírem um patrimônio ao mesmo tempo. Para 2023, estamos estruturando o lançamento de uma plataforma com ferramentas e vídeos para ajudar na educação financeira de pais e filhos e promover esta prática”, afirma. 

O executivo explica ainda que, para um investimento de longo prazo, no qual os pais deixarão o valor investido, pelo menos, por cinco anos sem precisar “mexer” no dinheiro, é interessante considerar os produtos de renda variável global. Dessa forma, estarão investindo no futuro de seus filhos, com um investimento que realmente pode ajudar a construir um patrimônio. Por outro lado, caso o valor investido seja feito para ser utilizado em menos de 5 anos, os produtos de renda fixa devem ser considerados, buscando sempre retornos estáveis e sem volatilidade.

 

Educação financeira para um futuro seguro

Fabio Silva, country manager do alt.bank, concorda sobre a importância de ter uma educação financeira desde cedo. “A educação e responsabilidade financeira dos pais, contribui para que as crianças aprendam desde cedo a tomar decisões inteligentes, evitando inclusive stress financeiro pela falta de uma boa gestão dos recursos”, explica o executivo. “Com pequenas ações no dia a dia os pais podem vincular a mesada a realização de ações para que seus filhos comecem a entender o vetor responsabilidade e remuneração por exemplo. É importante também que os pais abram uma conta para seis filhos e desde cedo. O ideal é uma conta em uma corretora, uma vez que a riqueza é gerada no longo prazo e vai proporcionar uma segurança financeira”, indica Fabio.

 

Educação financeira nas periferias 

A educação financeira infantil é um tema que precisa ser pautado desde o primeiro mês de vida da criança. Na periferia - onde a situação é mais delicada -, Dagmar Rivieri, mais conhecida como Tia Dag e fundadora da Casa do Zezinho, organização sem fundos lucrativos no Capão Redondo que tirou 30 mil jovens da extrema pobreza, explica como é preciso reeducar a criança para que ela entenda a importância de investir desde cedo. 

“Eu lido todo dia com crianças que sentem vontade de abandonar os estudos e estão desmotivadas para o mercado. Cada vez mais eu sinto que o jovem da periferia está se sentindo muito irrelevante. E isso é muito perigoso”, destaca. E finaliza: “Como reeducar este aluno financeiramente? Ensinando que é preciso investir dinheiro desde pequeno. Investir não é só para os ricos, é para todos, inclusive os menores.”

 

Educação financeira e a compreensão que nada vem “de graça”

Felipe Pontes, diretor educacional e de P&D do TC, plataforma que conecta a comunidade brasileira de investidores, comenta que a rotina do poupador pode ser formada desde cedo, de modo que as crianças não se tornem adultos endividados ou sem poupar recursos suficientes para se aposentar mantendo a qualidade de vida. O especialista cita um caso de sua infância como exemplo.

“Minha mãe e minha avó, especialmente, tiveram um papel muito importante na minha educação financeira na infância. Outra vez, por volta dos seis anos de idade, eu comentei que queria fazer uma viagem para a Disney quando tivesse 15 anos, porque vi minhas primas mais velhas comentando sobre isso. Minha mãe disse que eu teria que juntar dinheiro e me presenteou com um cofrinho. Tenho certeza que foi a partir daí que iniciou minha carreira de ‘poupador/investidor’”, diz.

O TC tem alguns produtos/serviços gratuitos voltados para a educação financeira de crianças, como uma série de gibis de educação financeira para crianças, em parceria com um dos projetos que Pontes fez parte quando atuava como professor na Universidade Federal da Paraíba, o Educação Financeira para Toda a Vida. Eles podem ser baixados e impressos na forma colorida ou ‘para colorir’, de modo que a criança aprenda brincando sobre educação financeira. A empresa também disponibiliza cursos gratuitos para crianças a partir dos anos de idade, como o 1UP - Investimentos para todas as idades (mais focado em investimentos) e o Guia do Jovem Investidor (para que os jovens possam começar a ter alguma renda desde o período de escola e que fala, inclusive, sobre empreendedorismo).

Quanto aos investimentos, eles precisam variar de acordo com o perfil do investidor, o seu estágio do ciclo de vida e os seus objetivos com aquele investimento. “Se for para um objetivo de muito longo prazo, como pagar a faculdade daqui a 18 anos, eu iria de 100% de renda variável (ações) e, ao longo do tempo, com os novos aportes, eu iria alocando novos recursos em investimentos menos arriscados, como renda fixa pós-fixada para que, à medida que for se aproximando da época de usar o dinheiro, o risco da carteira de investimento vá diminuindo. Se for, por exemplo, para pagar uma viagem com a turma da escola ou formatura do ensino médio daqui a 5 anos, eu já faria um balanceamento maior de cara com renda fixa pós-fixada, mas também com ações na carteira”, conclui.

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