Híbridos tolerantes ao pulgão ajudam a reduzir o prejuízo que pode devastar as plantações de sorgo
Ele não passa
dos 3 milímetros de comprimento, mas pode devastar 100% de uma lavoura. Esse é
o poder destrutivo do inseto Melanaphis sacchari, o pulgão da cana-de-açúcar – que, a despeito de seu nome
popular, é um potencial inimigo do cultivo de sorgo e pode comprometer as mais
de 2,5 milhões de toneladas produzidas anualmente no país, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Hoje
o pulgão afeta as plantações do sorgo em todo o mundo, estando presente em
quase todas as regiões produtoras. A partir de 2013, quando as infestações
começaram a aumentar exponencialmente no México e nos Estados Unidos, o combate
ao inseto e busca por tolerância genética se intensificou – inclusive no
Brasil, a duas safras o problema com pulgão é real e crescente atingindo as
principais regiões produtoras como estados de Minas Gerais e Goiás, onde os
produtores ainda estão aprendendo a identificar e realizar o controle da
praga", comenta Lucas Sleutjes Silveira, líder de tecnologia e
desenvolvimento de negócios da Advanta Seeds.
Geralmente
encontrado sob a parte de baixo das folhas, o Melanaphis sacchari suga a seiva da planta, e expele uma substancia açucarada,
abrindo porta para fungos saprófitas como a fumagina, reduzindo a
taxa de fotossintese das plantas e consequentemente o potencial
produtivo – é possível identificar a a mudança de coloração das
plantas para tons próximos de bronze, vermelho e marrom. O desafio é agravado
pelo ciclo reprodutivo da praga: em 10 dias, a população pode se multiplicar
por 10. Sem manejo adequado, o inseto facilmente se espalha por toda a lavoura
e causa danos diretos a produtividade.
"O
avanço da pesquisa tem possibilitado o desenvolvimento de soluções que apoiem o
agricultor em suas dores. Nossas equipes de pesquisa e desenvolvimento, por
exemplo, identificaram hibridos com alto potencial produtivo e grande
nível de tolerância ao pulgão, o que culminou na criação de aphix, uma
linha de sementes de sorgo híbridas tolerantes ao pulgão. Essa tecnologia ajuda
a reduzir os danos do pulgão a cultura, racionalizar o uso de pesticidas e
assim, potencializar a rentabilidade do sorgo", destaca Lucas Silveira.
Os
estudos que resultaram no desenvolvimento de Aphix foram conduzidas
na estações de pesquisa da Advanta Seeds em College Station,
Texas, nos Estados Unidos. O desempenho positivo dos híbridos contra o pulgão
foi reconhecido pelo serviço de pesquisa agrícola do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), que classificou a
linha aphix como o mais alto nível de tolerância a pulgões da
cana-de-açúcar do mercado norte-americano. No Brasil, a tecnologia está
disponível no híbrido ADV1277AX, apresentando excelentes resultados de
tolerância aos niveis de infestação do país em todos
os estagios de desenvolvimento da cultura.
"Aphix representa
nosso compromisso com o desenvolvimento de soluções de ponta para o sorgo,
cultura que ganha cada vez mais relevância no país, em razão do
seu crescente uso na nutrição animal como substituto do milho e que pode ser
utilizado na alimentação humana, principalmente na produção de farinhas sem
glúten, já que o sorgo também é uma importante fonte de fibras", ressalta
Pedro Pardo líder do programa de Pesquisa & Desenvolvimento global de sorgo
da Advanta.
A Advanta Seeds, empresa do Grupo UPL, é líder global em sementes de sorgo e há 60 anos tem apostado na investigação genética de vegetais.
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