Juros elevados no Brasil atraem mais capital de investidores, favorecendo a valorização do real ante o dólar
Especialistas do Grupo Travelex Confidence
analisaram como o valor do câmbio se comportou no último ano diante dos juros
no país
Após um longo ciclo de altas na taxa
básica de juros, em sua última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária)
decidiu manter a Selic em 13,75%. Com isso, o Brasil segue na liderança
do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou
e pela Infinity Asset Management. Lá fora, o Federal Reserve (Fed), banco
central americano, anunciou a elevação dos juros para uma faixa de 3% a 3,25%,
em linha com as previsões do mercado.
Essas movimentações atraem o olhar dos
investidores para a rentabilidade de seus investimentos, porém, segundo estudo
conduzido pela tesouraria do Grupo Travelex Confidence, maior especialista em
câmbio do mundo, mais do que mexer com os rendimentos da renda fixa, essa
variação influencia positivamente o preço do dólar. O levantamento analisou o
impacto dos juros nominais (taxa estipulada) e dos juros reais (calculados com
abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada
uma medida melhor para comparação com outros países) sobre o câmbio.
O ciclo de aperto monetário para conter
o processo inflacionário coloca o país como destino preferido das operações de
carry trade, que em base é o ato de direcionar o capital de um país com o juro
baixo para outro com juro alto. Esse tipo de operação movimenta um grande
volume financeiro pelo mundo, com destaque para os fundos soberanos e hedge
funds. Esse direcionamento de capital acaba gerando maior oferta de dólares e
maior demanda pela moeda local, levando a uma apreciação desta ante ao dólar.
Apesar de outros países emergentes também realizarem uma movimentação parecida
em suas taxas de juros, o Brasil possui tendência em elevar os juros aos sinais
de possíveis processos inflacionários, dado histórico de momentos de
hiperinflação.
O levantamento analisou as taxas de
juros no país, entre janeiro de 2021 e agosto de 2022, momento onde os efeitos
iniciais da pandemia passaram. O Banco Central do Brasil foi um dos primeiros a
reduzir os juros, que chegou a 2%, a fim de conter as consequências de uma
desaceleração da economia, durante a pandemia. Para conter os temores
relacionados à inflação, o BC iniciou o ciclo de aperto monetário elevando a
Selic para 13,25%. Durante este mesmo período, enquanto os juros estavam
baixos, o valor do dólar era de R$5,60 e caiu para o preço atual de R$5,01.
“Ao observar os dados, percebemos que há
uma relação contrária entre os juros e o preço do dólar. A taxa de juros
elevada torna o Brasil mais favorável para o carry trade, que traz mais dólares
para dentro do país, gerando uma maior oferta da moeda e, consequentemente, seu
valor se deprecia ante o real. É a famosa lei da oferta e procura que, mesmo
não sendo o único fator que define a cotação cambial, tem um impacto
significativo no preço do dólar”, analisa Marcos Weigt, Head de tesouraria do
Grupo Travelex Confidence
Sobre o Grupo Travelex Confidence
A Travelex é hoje uma especialista em câmbio reconhecida mundialmente, marcando presença em mais de 20 países. No Brasil, o Grupo é formado pelo Travelex Bank, primeiro banco exclusivo para operações de câmbio regulamentado pelo Banco Central no País, e pela corretora Travelex Confidence, com mais de 20 anos de experiência no setor. Dentre as operações realizadas pelo Grupo, estão as operações cross-borders como transferências e pagamentos internacionais, importação, exportação, Mass Payments, banknotes, compra e venda de mais de 20 tipos de moedas estrangeiras, troca de cheques internacionais, venda de cartões pré-pagos, seguro viagem, chip internacional para celular, entre outros. Clientes do Grupo Travelex Confidence contam ainda com atendimento omnichannel incluindo loja online, aplicativo exclusivo, internet banking, mesas de operações com atendimento por telefone ou WhatsApp e mais de 100 pontos de atendimento espalhados por todo território nacional.
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