Por que a tokenização de recebíveis representa o futuro das operações financeiras?
Por Cássio
Krupinsk, CEO da BlockBR *
Trata-se de uma rotina bastante comum para a grande
maioria das empresas brasileiras: no intuito de atender seus consumidores,
elas vendem produtos e serviços a prazo. Isto é, dividindo pagamento total em
prestações menores ao longo de um determinado período. Isso permite que um item
de maior valor possa ser adquirido por quem não possui os recursos necessários
naquele momento.
A questão é que, nesses casos, é a própria companhia
que passa a correr risco de complicações financeiras e de não ter dinheiro em caixa para sua própria estrutura. A antecipação de recebíveis foi uma das soluções encontradas, mas
hoje surge uma nova possibilidade, bem mais segura e rentável: a tokenização de recebíveis. Esse conceito representa o futuro das operações
financeiras no país.
Antes de explorar os efeitos dessa prática, é
importante rememorar suas causas. Em uma proposta econômica, os recebíveis nada mais são do que
as famosas contas a receber no balanço financeiro – como os valores que ainda
serão pagos pelos consumidores numa compra a prazo.
Diante da dificuldade que muitas companhias têm em
equacionar o dinheiro em caixa com esses valores devidos, surgiu a antecipação de recebíveis. Uma forma de empréstimo que a empresa toma para cobrir
essa quantia total a ser recebida. Em cima disso, ela remunera com juros quem
emprestou esse dinheiro – o que faz com que essa modalidade seja um importante
ativo de investimento.
A questão é que, quando mal utilizado, esse recurso pode colocar em risco a sobrevivência do negócio. Afinal, ao
antecipar o recebimento dessas contas, a empresa está abrindo mão dos valores no futuro – o dinheiro pago pelo consumidor vai
diretamente para a instituição que emprestou o dinheiro; iniciativa que pode desequilibrar o planejamento financeiro a médio e longo
prazo.
Além disso, não se trata de um procedimento tão
simples, uma vez que envolve aprovação e envio de documentos (como as notas
fiscais) para os bancos, corretoras ou fintechs que realizam o serviço. Em suma: por mais digital que o processo seja, sobretudo com as startups financeiras, exige certa burocracia que, no fim das contas,
pode não acompanhar a pressa da companhia em ter esse valor.
É
nesse ponto que os tokens surgem como grandes apostas do mercado, oferecendo agilidade, segurança e
rentabilidade no processo. A premissa é simples: em vez de contar com o apoio
de uma instituição financeira que antecipa os recebíveis, a organização pode simplesmente transformar o ativo a receber em tokens que podem ser negociados no mercado primário (num
ambiente controlado pela própria empresa) e até secundário (em exchanges digitais).
Assim, não é o banco ou a fintech que “empresta” o dinheiro que a empresa tem a receber de
seus clientes, mas os próprios usuários que podem comprar “pequenas partes”
dessa dívida em troca de uma remuneração de juros ou até pensando na possível
valorização que esse ativo, agora digital, pode ter no futuro. Isso garante não só mais velocidade,
como também economia, uma vez que as taxas de juros a serem pagas
podem ser mais vantajosas do que aquelas praticadas pelas instituições
financeiras tradicionais. É uma relação mútua: a
companhia consegue o dinheiro e a pessoa proprietária do token ganha o retorno sobre o investimento.
Essa é a base do processo conhecido como tokenização, que busca transformar ativos físicos, como bens e serviços, em
modalidades digitais que podem ser negociadas e valorizadas no ambiente
on-line. Isso é possível graças à tecnologia blockchain, que garante segurança à transação por conta da criptografia em blocos, e
aos smart contracts – documentos que regem aquela operação. No caso da
antecipação de recebíveis, o token serve ao mesmo tempo como regulador da transação ao carregar as
regras estabelecidas e a moeda de troca para quem está investindo.
É
uma tendência global porque consegue destravar e desburocratizar diferentes
oportunidades que anteriormente dependiam de semanas (ou meses) de negociação.
Indústria automotiva, setor imobiliário e mineração são exemplos de áreas que
identificaram o conceito como uma forma de estimular novas receitas. Não à toa, a expectativa é que o mercado global de tokenização movimente US$ 10,75 bilhões em 2030, com um crescimento médio
anual de 18,9% até lá, segundo a Polaris Market Research.
Atualmente, os tokens já se consolidam como alternativas interessantes para
diferentes setores melhorarem seus processos e desenvolverem novas soluções
para seus clientes e parceiros. Entretanto, como se vê, ainda há um amplo
espaço de crescimento, possibilitando que os recursos possam ser usados em sua plenitude. A tokenização de recebíveis está apenas começando sua caminhada no ambiente corporativo, mas já
abre um mundo inteiro de possibilidades para todos.
*Cássio Krupinsk é CEO da BlockBR, fintech de digital assets marketplace e investimentos – e-mail: blockbr@nbpress.com
Sobre a BlockBR
A BlockBR é uma fintech especializada em tokenização e investimentos em ativos digitais. O objetivo é
transformar não somente ativos financeiros em ativos digitais (tokens) como
também ativos físicos em negócios inovadores e rentáveis que requerem tokens superestruturados, não limitando-se apenas à emissão do token na blockchain. A BlockBR trabalha com equipe
multidisciplinar e fundamentos nas áreas jurídica, financeira, comercial e
tecnológica, que validam e tornam a migração de operações físicas em digitais
de forma segura, legal e adaptada a uma nova cultura econômica. O objetivo é criar novos produtos financeiros
para o mercado de forma descentralizada, aumentando a liquidez e democratizando
a oferta, a fim de tornar tudo mais eficiente e fácil. A BlockBR tokeniza de ponta a ponta, desde simples negócios para
captações ou recebíveis até produtos superestruturados para ofertas no mercado secundário no Brasil, na
Suíça e nos Emirados Árabes. Para mais
informações, acesse: www.blockbr.com.br
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