Pós-pandemia: como lidar com o socioemocional do jovem?
De 69 milhões de jovens, entre 0 a 19 anos, 10
milhões sofrem com ansiedade generalizada ou depressão
São Paulo, outubro de 2022 - A pandemia da Covid-19 afetou o mundo
todo de diversas formas, mas principalmente, na saúde emocional. Além disso,
uma parcela da sociedade que sofreu - e ainda sofre com resquícios desse
período - são as crianças e os adolescentes. Um estudo feito pela ABMP
(Associação Brasileira de Medicina Psicossomática), mostra que dos 69 milhões
de jovens, entre 0 a 19 anos, 10 milhões possuem casos de transtornos, como
ansiedade generalizada ou depressão.
O motivo dos números alarmantes é o
isolamento social, uma vez que os jovens foram obrigados a ficar em casa, sem
conseguirem se socializar novamente e manter uma rotina diferente do qual já
estavam acostumados no dia a dia.
“Perdas de entes queridos, desemprego,
dificuldade de ajustar a rotina escolar de modo adaptado, devido a
inconsistência de recursos tecnológicos para estudar, são alguns dos problemas
diários que enfrentamos. Reconhecemos a rede de serviços existentes, acionamos
apoios direcionados para necessidades específicas. Contamos com a área da
educação, da assistência social e da saúde de forma imersiva, e muitos
parceiros na linha de frente dos acolhimentos, no fomento para a realização dos
projetos direcionados às questões identificadas, principalmente no tema saúde
mental e emocional de modo elevado", destaca Ana Beatriz Nogueira,
diretora pedagógica da Casa do Zezinho.
Projetos que auxiliam a saúde emocional
e bem-estar dos jovens
No Brasil, existem projetos que buscam
aliviar este cenário, como por exemplo, a Casa do Zezinho, ONG focada na
educação de crianças e jovens, que vivem em estado de vulnerabilidade social,
que conta em seu portfólio a Pedagogia
do Arco-íris, tecnologia socioeducacional idealizada por Dagmar
Rivieri (Tia Dag), fundadora da Casa do Zezinho.
A ação tem como objetivo o
desenvolvimento da criança, do adolescente e do jovem, por meio de projetos
pedagógicos em diversos nichos, como tecnologia, saúde, bem-estar, meio
ambiente e sustentabilidade. “A pedagogia tem a possibilidade de propor novos
começos e caminhos estratégicos de atuação (considerando os desafios dos
profissionais ao desempenhar o seu papel), bem como da família em sua função
como primeira instituição”, explica a especialista. A organização recebe apoio
de institutos, fundações, empresas privadas, e do poder público para a
consistência da aplicação dos seus programas e projetos.
Se cuida Zezinho
Pensando então na Saúde integral do seu
público direto, a Casa do Zezinho também possui uma iniciativa que está
relacionada diretamente ao cuidado com a saúde mental e bem-estar de todos. O
“Se cuida Zezinho" é um projeto que promove por meio da educação, oficinas
de ensino e aprendizagem, que contribuem para o desenvolvimento das habilidades
socioemocionais das crianças, adolescentes e jovens.
O Projeto realiza oficinas de nutrição,
terapias naturais, Yoga, atendimento psicológico clínico, e oficinas
psicoeducacionais. Além disso, um dos objetivos também é potencializar a
cultura do auto e mútuo cuidado, visando atuar na prevenção de danos emocionais
e físicos, guiando-se pelos objetivos do desenvolvimento humano.
“Buscamos acolher diariamente nossos
Zezinhos, além de serem afetados diretamente pela desigualdade social e falta
de oportunidades, enfrentam problemas de saúde mental como efeito de um período
tão incomum. O cenário é de muita insegurança nos jovens e nas crianças, que
além disso tem apresentado uma série de comprometimentos de aprendizagem na
escola, e nas relações de convívio em suas vidas”, finaliza a fundadora.
Sobre a Casa do Zezinho:
A Casa do Zezinho é uma organização sem fins lucrativos que atende crianças, adolescentes e jovens, com idade entre 6 e 21 anos. Ao todo são mais de 1.100 Zezinhos matriculados. Todos são envolvidos em dois Programas: Aprender Brincando e Educação de Jovens para o Século XXI, e dentro destes programas acontecem as oficinas de educação, arte, cultura, tecnologia e desenvolvimento pessoal. Criando assim, condições para a formação do pensamento crítico, transformação da própria realidade e autoconfiança. Fundada em 1994, por Dagmar Rivieri, conhecida como Tia Dag, a instituição fica localizada no Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
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