Qual a importância de ser doador de medula óssea atualmente?
Adriano Aparecido Bezerra Chaves, professor do
curso de Enfermagem e de pós-graduação da Unicid, enfatiza que bancos de
transplantes estão reprimidos devido os impactos da pandemia
São Paulo, 31
de outubro de 2022 – A pandemia impactou os bancos de sangue
e de medula, postergando a doação de muitas pessoas. Outro fator fundamental é
que um doador de medula óssea consegue ajudar no tratamento de mais de 80 doenças,
como: leucemias, linfomas, mielomas múltiplos,
alguns tipos de anemia, doenças imunes e diversas síndromes.
De acordo com o Prof. Dr. Adriano
Aparecido Bezerra Chaves, do curso de Graduação em Enfermagem e de Pós-graduação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), no período pós-pandêmico os pacientes que já possuíam
doenças oncológicas tiveram muitas adversidades para realizarem o seu
tratamento devido o percentual baixo de doadores. “Além disso, muitos doadores
apresentaram dificuldades de realizar as doações devido ao esforço no sistema
de saúde para tratar os casos emergenciais de pacientes graves com Covid-19.”
Com esse cenário de demanda reprimida de
transplantes que não ocorreram nos últimos dois anos, o professor reforça que neste
momento é importante que toda a população possa ajudar de todas as formas as
pessoas que necessitam de doação de medula óssea.
Como doar?
Dr. Adriano explica que a medula óssea é
um tecido (conjunto de células) localizado na parte mais interna dos ossos
longos, como o fêmur e os achatados (ossos da bacia). Ela é responsável pela produção de todas as células do nosso
sangue (tecido hematopoiético) a partir da
célula tronco hematogênica, que é muito importante e dá origem ao nome do
tratamento.
Para que uma pessoa seja doadora de
medula óssea é necessário realizar um cadastro e uma coleta de sangue para que
sejam analisadas as suas características celulares e genéticas. Os interessados
podem buscar por um hemocentro em qualquer cidade brasileira e por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) poderão tornar-se doadores.
“Os hemocentros regionais ou mais
conhecidos como bancos de sangue públicos são
responsáveis por cadastrar os interessados em se tornar doadores de medula
óssea. Os dados são agrupados em um registro único e nacional, o REDOME, e um indivíduo pode ser voluntário para a doação
de sangue, doação de medula ou de ambos. É importante que este desejo seja
explicitado no momento do cadastro”, explica Adriano.
Podem ser doadores pessoas entre 18 e 35
anos que estão com um bom estado de saúde, que não possuam doenças infecciosas,
incapacitantes, neoplásicas, hematológicas ou imunológicas. Existem algumas
complicações de saúde que não são impeditivas, mas que precisam ser verificadas
individualmente.
Adriano destaca que ser um doador de
medula é um ato voluntário de humanidade com
pacientes que sofrem condições patológicas de doenças
graves como leucemia e linfomas. “Essa ação traz um sentimento de solidariedade
e de ajuda a quem mais precisa”, considera.
Além disso, o especialista aponta que
existem alguns benefícios garantidos por lei aos doadores de medula, confira:
- Doadores de medula óssea, devidamente
registrados em órgãos públicos, são isentos de pagar a taxa de inscrição de
concursos públicos. A regra obedece a Lei nº 13.656, de 2018;
- Também tem todos os custos da doação
cobertos pelo SUS (Sistema Único de Saúde);
- Realiza uma grande quantidade de
exames que podem identificar prováveis alterações de saúde durante o
desenvolvimento do processo.
Por fim, o professor de Enfermagem da
UNICID salienta que quanto maior o número de doadores, maiores as chances para
as equipes de transplante encontrarem compatibilidades entre eles e os
receptores. “Por isso, campanhas de
conscientização e participação da população no cadastro REDOME são tão
importantes”, pontua.
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