Scania avança na descarbonização e fecha parceria com Raízen para utilizar 100% de biometano em sua operação industrial
Empresas se unem na pauta por um mundo Net Zero
e, por meio do acordo, a fabricante sueca de veículos pesados substituirá o uso
de gás natural por biometano nas operações da empresa que, somada a outras
iniciativas, irá superar a meta de redução de 75% das emissões de CO2 na planta
de São Bernardo do Campo/SP até 2025.
Planta da Scania em São Bernardo do Campo/SP usará
biometano em suas operações
São Paulo, 25 de
outubro de 2022
– A Scania, referência mundial em transporte e logística sustentável, e a
Raízen, empresa integrada de energia e referência global em bioenergia,
firmaram uma parceria que viabilizará o fornecimento de biometano para
utilização na operação industrial da fabricante de veículos pesados em São
Bernardo do Campo/SP a partir de 2024.
O contrato estabelece o
fornecimento médio de 7.800 metros cúbicos de biometano por dia, volume que
representa 100% do consumo da fábrica da Scania. A medida é uma das ações que a
empresa sueca tem adotado para cumprir suas metas de descarbonização. “Vínhamos
nos preparando para migrar para o biometano, fazendo testes e estudando
maneiras para adquirir essa energia renovável de maneira estruturada. A
abertura do mercado livre de gás nos possibilitou um novo modelo de negócio,
fizemos uma consulta de mercado e depois de meses de negociações e
aprendizados, finalmente fechamos esse acordo, que nos coloca em uma posição de
pioneiros”, destaca Christopher Podgorski, Presidente e CEO da Scania Latin
America.
Nos últimos anos a
Raízen vem reforçando seu papel no mercado como uma empresa provedora de
soluções de energia e renováveis e, com metas similares às da Scania, a
companhia tem focado em apoiar clientes e parceiros na descarbonização e
transição para uma matriz energética mais limpa. “Desde sua formação, a Raízen
já evitou a emissão de 30 milhões de toneladas de CO2 e temos como objetivo ser
um parceiro estratégico para ampliar o potencial e incentivar a jornada de
descarbonização de nossos clientes, contribuindo para a construção de uma
matriz cada vez mais limpa”, afirma Paula Kovarsky, Vice-Presidente de
Estratégia e Sustentabilidade da Raízen.
A Raízen possui metas
sociais e ambientais estabelecidas para 2030, na década da ação, com destaque
para os compromissos relacionados às mudanças climáticas com alvo na redução da
pegada de carbono dos nossos produtos que nos permitirão ter 80% do EBITDA
ajustando vindo de negócios renováveis. “É um orgulho estar ao lado da Scania,
uma empresa referência em seu segmento, ajudando nesta trajetória”, completa
Paula.
O acordo entre as
empresas é consistente com as metas climáticas de curto prazo assumidas pela
Scania e aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi) de reduzir em
50% a emissão de gases de efeito estufa de suas operações industriais e
comerciais até 2025 (com base em 2015), considerando as emissões próprias
(escopo 1) e as de energia adquirida (escopo 2); e reduzir em 20% as emissões
de carbono equivalente na frota circulante (ônibus e caminhões produzidos pela
empresa que rodam nas mãos de terceiros), com foco no escopo 3 (emissões
indiretas).
“São metas desafiadoras
que nos levam a inovar, investir em tecnologias e desenvolver soluções que
ajudem outras empresas a também reduzirem suas emissões. Independentemente do
quanto cresceremos, nossas ações giram em torno de eficiência energética,
transição de combustíveis fósseis para renováveis e contratos de energia
limpa”, explica Christopher Podgorski.
Substituto para o gás
natural, diesel ou GLP, o gás natural renovável é produzido a partir do
reaproveitamento de resíduos da cana-de-açúcar, com potencial para reduzir mais
de 90% das emissões diretas de GEE (gases de efeito estufa) ao substituir
combustíveis fósseis, sendo uma solução sustentável, capaz de acelerar a
descarbonização de diversos setores de forma eficiente.
“Toda a nossa produção
é baseada na economia circular. Utilizamos esse conceito como uma ferramenta
para produzir cada vez mais utilizando a mesma área plantada de cana,
garantindo assim a otimização e aproveitamento dos recursos naturais e
contribuindo para um futuro mais sustentável”, comenta Raphaella Gomes, CEO da
Raízen GEO Biogás, responsável pela produção do biometano.
No total, cinco
operações da fábrica da Scania utilizam, atualmente, o gás natural: nos testes
de caminhões a gás, na pintura de cabinas, no abastecimento de veículos
industriais, na geração de vapor, nos restaurantes e na frota de veículos
próprios da Logística da Scania.
“Focada nos
compromissos de redução de emissão de poluentes, a empresa seguiu procurando,
dentro de suas estruturas, onde estavam os maiores emissores e quais soluções
poderiam ser incorporadas para avançarmos na transição. Identificamos que a
maior emissão de CO2 nas operações industriais é relacionada ao uso do gás e o
biometano se mostrou uma solução”, conta Debora Tanaka, gerente de projeto de
sustentabilidade e coordenação de parcerias estratégicas da Scania Latin
America, uma das responsáveis pela implementação do acordo.
O acordo entre as
empresas vai permitir que a Scania adquira moléculas de biometano diretamente
da Raízen e, da mesma forma que ocorre com o mercado livre de energia,
utilizará um sistema de distribuição, neste caso, da Comgás, a quem a Raízen
solicitará um estudo de viabilidade técnica e econômica. “Até então,
comprava-se biometano com entrega física sobre rodas. Para os testes,
utilizamos carretas de biometano comprimido nos pontos de abastecimento de
nossas operações e conseguimos comprovar que o uso do biometano é 100%
intercambiável com o gás natural, não altera em nada o desempenho dessas
operações e ainda é 100% limpo”, conta Debora.
Para cumprir os
desafios, a Scania estabeleceu seis Metas Ambientais Corporativas até 2025:
energia elétrica livre de fósseis em 100% das operações até 2020 (meta atingida
em 2016, quatro anos antes do objetivo inicial); redução de 50% das emissões de
CO2 no fluxo logístico terrestre por tonelada transportada (meta atingida em
2021); reduzir 25% o uso de energia nas operações industriais; reduzir 50% a geração
de resíduos não reciclados por unidade produzida (ou 25% em valores absolutos);
reduzir 40% no uso de água por unidade produzida; e reduzir 75% das emissões de
CO2 das operações industriais de escopo 1 e 2.
“O uso de gás natural
nas nossas operações representará em torno de 60% das emissões totais de 2022.
Com a substituição por biometano, somada às demais iniciativas, conseguiremos
atingir os objetivos estabelecidos de redução de emissões de CO2 até 2025 para
os escopos 1 e 2. Trata-se, portanto, de mais um objetivo que iremos superar”,
revela Christopher Podgorski.
Biometano: o “pré-sal
caipira”
Ainda pouco disseminado
no Brasil, o biometano é um combustível renovável derivado do refinamento e
processamento do biogás – composto pelos gases metano (entre 50% e 70%) e
dióxido de carbono (30% a 50%), produzido a partir de resíduos orgânicos
decompostos por bactérias em biodigestores. Obtido a partir de um processo de
purificação, com a retirada de gás sulfídrico, dióxido de carbono e umidade
(vapor de água) do biogás, o biometano tem a mesma especificação do gás natural
e poder de combustão maior que o biogás.
Biocombustível com
comportamento semelhante ao GNV (gás natural), o biometano pode ser utilizado
em substituição aos combustíveis fósseis. Ele é, inclusive, uma das soluções no
mix de tecnologias já desenvolvidas ou em desenvolvimento identificado pelo
estudo “Transporte comercial net-zero 2050: caminhos para a descarbonização do
modal Rodoviário no Brasil” – realizado pela Scania em parceria com a Rede
Brasil do Pacto Global e a Bain & Company – capazes de zerar as emissões de
caminhões e ônibus no Brasil até 2050.
Entre as soluções
indicadas pelo estudo – biometano, diesel renovável (HVO), veículo elétrico a
bateria (BEV) e células de combustível de hidrogênio (FCEV) – o biometano é o
que está em processo mais avançado no Brasil, já regulamentado e com grande
potencial de produção no país. “A tecnologia já existe e o Brasil tem potencial
de biomassa e biogás gigantesco, o maior do mundo. É preciso ampliar o
desenvolvimento de infraestrutura e investimentos em estudos, aplicações e
apropriação dessa solução incrível que é o biometano, nosso ‘pré-sal caipira’”,
destaca Podgorski.
Segundo a Associação
Brasileira do Biogás (ABiogás), o potencial de produção do Brasil é de 44,1
bilhões de Nm3 anuais a partir de quatro setores econômicos: sucroenergético,
produção agrícola, proteína animal e saneamento. No entanto, apenas 2% são
utilizados, representando menos de 0,01% da matriz energética do Brasil – o
país desperdiça 100 milhões de m³ de metano renovável por dia, que equivalem a
35% da energia elétrica consumida no Brasil e 70% do diesel. O termo ‘pré-sal
caipira’ é utilizado para qualificar o potencial do aproveitamento de resíduos
da agropecuária para a produção de biometano, que teria escala semelhante à de
um poço de petróleo do pré-sal.
Sobre a Scania
Fundada há 130 anos na Suécia e há 65
anos no Brasil, a Scania é referência mundial em soluções de transporte
sustentável e um dos principais fabricantes de caminhões pesados, de ônibus e
de motores industriais, marítimos e para geração de energia. Com presença em
mais de 100 países, o propósito da Scania é conduzir a mudança para um sistema
de transporte e logística sustentável, contribuindo para um mundo melhor para
os negócios, para a sociedade e para o meio ambiente. A fabricante conta
globalmente com 54 mil colaboradores e linhas de produção na Europa, Ásia e
América Latina, que permitem o intercâmbio de componentes e veículos completos.
Em 2021, a receita líquida da Scania alcançou 146,14 bilhões de coroas suecas e
o lucro líquido do exercício, após a dedução de impostos, foi de 7,17 bilhões
de coroas suecas.
Sobre a Raízen
Com o propósito de redefinir o futuro da
energia a partir de um amplo portfólio de soluções renováveis, a Raízen possui
um modelo de atuação único e irreplicável, sendo protagonista em todos os
setores em que atua e liderando a transição energética do País. Ao promover
impacto positivo a todos os seus stakeholders, a empresa tem como compromisso
produzir hoje a energia do futuro, por meio do crescimento sustentável
lucrativo do negócio, orientada por metas factíveis, sólidas e alinhadas ao seu
propósito.
Por meio de tecnologias avançadas e
proprietárias, a Raízen tem ampliado seu portfólio de renováveis, como o etanol
de segunda geração (E2G), o biogás, biometano e a bioeletricidade de fontes
100% limpas. Desde sua formação, a Raízen já evitou 30 milhões de toneladas de
CO2 e tem como objetivo ampliar o potencial de descarbonização por meio de seus
produtos para mais de 10 milhões de toneladas de CO2 evitados por ano. Ainda, a
empresa tem como um de seus objetivos, ser o melhor parceiro na
descarbonização, por isso, assumiu a meta de ter 80% do EBITDA de negócios e
fontes renováveis até 2030.
Com um time de mais de 40 mil
funcionários, opera 35 parques de bioenergia, com capacidade instalada para
moagem de 105 milhões de toneladas de cana com cerca de 1,3 milhão de hectares
de áreas agrícolas cultivadas com tecnologia de ponta e colheita totalmente
mecanizada. Na safra 21´22, produziu 3,5 bilhões de litros de etanol, 6,2
milhões de toneladas de açúcar e 2,9 TWh de bioenergia produzida a partir da
biomassa da cana.
Por meio de uma rede de mais de 7.900
mil postos revendedores que estampam a marca Shell no Brasil, na Argentina e no
Paraguai, atende milhões de consumidores diariamente em suas jornadas,
oferecendo desde os exclusivos combustíveis da família Shell V-Power até
praticidade e benefícios na hora do pagamento com o aplicativo Shell Box. Pelo
Grupo Nós (Joint venture com a FEMSA Comercio), atua no varejo de conveniência
e proximidade com mais de 1.400 lojas Shell Select e com os mercados OXXO. Na
safra 21´22 comercializou 34 bilhões de litros de combustíveis por meio de sua
infraestrutura que conta com mais de 70 terminais de distribuição pelo país,
com presença em 19 portos e 70 bases de abastecimento em aeroportos.
Está entre as maiores empresas do Brasil. Na safra 21’22, a Raízen apresentou uma receita líquida de R$ 196 bilhões, gerando emprego e renda, dinamizando a economia e promovendo impacto social positivo por meio de inúmeras ações, com destaque para a Fundação Raízen, instituição sem fins lucrativos que há 20 anos atua na educação de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
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