A importância de compreender e validar o lado humano das fraudes financeiras
*Por Cassiano Cavalcanti, diretor de pré-vendas
da BioCatch na América Latina.
Segundo dados do estudo Consumer Pulse,
referentes ao segundo trimestre de 2022, o número de fraudes no Brasil aumentou
20%. Entre os golpes citados, os principais foram: cartões de crédito roubados,
cobranças fraudulentas e golpes de cartão-presente. Seguindo a mesma linha
desta pesquisa, um relatório divulgado pela Apura Cyber Intelligence indicou
que, com cartões, a quantidade de tentativas de fraude online aumentou 637%, em
comparação com o primeiro semestre do ano passado. Além disso, evidenciou que
outro cibercrime em alta é o de “tela falsa”. Nele, os fraudadores criam sites
de compra fakes na
internet, semelhantes aos das empresas que as vítimas pesquisam.
Diante de todas essas informações, é
importante saber que um dos fatores que também levam as vítimas a cair nesse
tipo de golpe é o emocional, o que muitas vezes acaba não sendo levado em
conta.
É do conhecimento geral que há um
“tesouro” de Informações de Identificação Pessoal (PII) roubadas que são
vendidas na dark web
e que podem ser aplicadas em inúmeros esquemas criminais. As instituições
financeiras entendem a magnitude desse problema, além de seus deveres e
responsabilidades com os stakeholders.
No entanto, quando se trata de prevenir
fraudes e roubos online, os profissionais tendem a focar mais na complexidade
técnica, análise financeira, manutenção da conformidade, eficácia operacional
ou nas métricas comerciais. Esquecendo-se de que as vítimas que estão tentando
proteger são pessoas reais.
Viver em um mundo digital e hiper
conectado pode ser imponente e intimidador, principalmente para os idosos, que
naturalmente se preocupam com sua segurança financeira e, ao mesmo tempo, são
considerados mais vulneráveis por não estarem familiarizados com as novas
tecnologias digitais. Enquanto isso, a ingenuidade financeira e excesso de
confiança costumam ser o calcanhar de Aquiles dos nativos digitais mais jovens.
Neste contexto, os fatores críticos de sucesso para criminosos financeiros
incluem entender essas vulnerabilidades, bem como explorá-las e contornar as
medidas de segurança convencionais.
Tendo em vista o aumento dos riscos, 83%
das organizações brasileiras preveem um aumento nos gastos com cibersegurança
neste ano, conforme um estudo da consultoria PwC. Nele, também se vê que 45%
consideram um aumento de mais de 10% nos investimentos em segurança digital
para garantir a segurança dos dados.
O aumento desses investimentos será
muito positivo na prevenção de fraudes, porém, é necessário que tenham
consideração de que o que é aprendido e demonstrado do comportamento humano
pode servir como indicador confiável de atividade online.
Isso significa que reconhecer as fraquezas humanas que a maioria de nós prefere não compartilhar, como, idade, ansiedade, hesitação, desconforto entre outros servem como marcadores relevantes para identificar riscos de fraude e tornar o ambiente digital mais seguro.
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