Centro Cultural Fiesp apresenta exposição fotográfica "Cidades Líquidas", de Gustavo Minas
Mostra retrata a transitoriedade das cidades e
as transformações das relações humanas, por meio de várias camadas da realidade
Sem
título, Brasília, 2016 | Gustavo Minas
A transitoriedade das cidades e as
transformações das relações sociais e culturais - a “modernidade líquida”,
definida por Baumann - podem ser observadas nas imagens de Gustavo Minas. Cidades Líquidas, em
cartaz de 22 de novembro
de 2022 até 23 de abril de 2023, na Galeria de Fotos, no Centro Cultural Fiesp (CCF),
tem curadoria de Rosely
Nakagawa e reúne 55 obras do fotógrafo, que retrata o cotidiano
dos grandes centros urbanos, com um olhar apurado para a relação do espaço,
tempo e o ser humano.
Minas captura minuciosamente várias
camadas das realidades, definidas por diferentes necessidades pessoais de múltiplos
grupos socioeconômicos. Do homem branco executivo que se fecha em um automóvel
de luxo, até a diarista que leva horas para se locomover por meio de transporte
público lotado. Dos lugares construídos para garantir, em nome do medo e da
segurança, o isolamento e a desumanização nas relações sociais e culturais.
Leva em consideração que a cidade contemporânea não tem uma configuração de
paisagem única, linear, geral. Clica a pluralidade, acentuada ainda mais pela
velocidade tecnológica, como a do uso e da transmissão da imagem como
instrumento de comunicação, localização e informação.
Segundo a curadora, ele “insere seu
olhar na percepção de um espaço/tempo cibernético. A experiência de ir e vir é
indicada em janelas espelhadas individuais. A realidade presente é a da
internet onde quer que estejamos. Conhecemos o lugar pelo link. O sujeito, pelo
perfil. As paredes são espelhos, as poucas janelas se abrem para dentro; as
portas são túneis de telas planas; as escadas sobem automaticamente para o
subsolo. O percurso é um mapa digital, no qual sensores que decidem seu
itinerário e indicam que você chegou a lugar nenhum. Suas imagens nos trazem
esse desconforto do passageiro no ônibus, que embarca e se senta para ver o sol
se pôr nos relógios digitais.”
As relações visuais entre o lugar
simbólico, o ser e o estar, no entanto, são características marcantes do
fotógrafo. Um exemplo são os registros feitos em Brasília, que fogem do
estereótipo das formas geométricas arquitetônicas e das manifestações e desfiles
no Palácio da Alvorada e destacam os tempos fluidos, líquidos.
A exposição é uma produção da Holy Cow
Criações, uma empresa especializada no desenvolvimento e implantação de
soluções em cultura e investimento social para empresas privadas, institutos, fundações,
artistas e coletivos.
Sobre Gustavo Minas
Nascido em Cássia, uma pequena cidade do
interior de Minas Gerais, em 1981, Gustavo Minas estudou jornalismo na
Universidade Estadual de Londrina, onde aprendeu fotografia básica e técnicas
de laboratório. Em 2007, começou a trabalhar em um jornal diário em São Paulo
como repórter de economia. A rotina era muito desgastante e sentiu que
precisava fazer algo que fosse só pra si mesmo, como forma de expressão e de
esvaziar a cabeça. Escolheu a fotografia. Em 2009, já fora do jornal, entrou no
curso de linguagem fotográfica do mestre Carlos Moreira, e desde então tem
fotografado a vida urbana nas cidades por onde passa quase diariamente. Em
2014, mudou para Brasília, onde passou a fotografar a estação central com
frequência. Três anos depois, esse projeto, Rodoviária, foi vencedor da
categoria "O Futuro das Cidades" no concurso Pictures of the Year
LATAM e chegou a Lois Lammerhuber, um editor austríaco que o convidou para
produzir seu primeiro livro. "Maximum Shadow Minimal Light", uma
coleção de quase 10 anos de fotografias de rua, foi lançado em maio de 2019 em
Hamburgo, Alemanha, com uma exposição na Freelens Galerie. Além de fotografar,
desde 2016 tem realizado oficinas curtas de fotografia de rua, no Brasil e no
exterior.
Serviço
Cidades Líquidas
Curadoria: Rosely Nakagawa
Local: Galeria de Fotos, no Centro
Cultural Fiesp - Av. Paulista, 1313, São Paulo - SP
Período expositivo: 22 de novembro de
2022 a 23 de abril de 2023
Horários de visitação: Quarta a domingo,
das 10h às 20h
Entrada gratuita
https://sesisp.org.br/cultura
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