Com PL em andamento, cenário cripto tende a influenciar a economia
O especialista no tema, Wagner Moraes, explica
que este mercado já está influenciando e, ainda, deverá influenciar as
economias do Brasil e de outros países, se tornando um caminho sem volta.
São Paulo - Previsto para ser votado na próxima
semana, o Projeto de Lei 4401/2021 pretende desenvolver um escopo para o
mercado de cripto ativos. Segundo o relator do PL na Câmara dos Deputados,
deputado Expedito Netto (PSD), o texto trará segurança jurídica para todos.
“Como relator, procurei trazer um texto enxuto que traga segurança jurídica
para todos e também que coloque o Brasil no hall dos países desenvolvidos
economicamente”.
Com 10 milhões de usuários, cerca de 5%
da população, o Brasil passa a ocupar o 7º lugar em volume de transações com
crypto currencies, atrás da Índia, EUA, Rússia e Nigéria. Esquentando
ainda mais o setor, na última semana, o Nubank anunciou a ‘Nucoin’, sua nova
criptomoeda criada com o objetivo de democratizar mais as novas tecnologias,
como a blockchain e a web3.
Sob análise do especialista em mercado
financeiro, Wagner Moraes, esse cenário é um feito inédito para o país. O
especialista explica que a criptomoeda trata-se de uma forma de moeda que
existe no modo digital, ou virtual, e usa bases de criptografia para proteger
as transações. “As criptomoedas não possuem uma autoridade central de emissão
ou regulação, em vez disso usam um sistema descentralizado para registrar
transações e emitir novas unidades, usando a tecnologia blockchain (“cadeia de
blocos”) que permite um nível de segurança bastante elevado para suportar as
transações e controles de saldos em carteiras digitais. Essas operações ainda
não possuem um sistema centralizado de gestão, bem como ainda não passam
diretamente pelos órgãos reguladores e emissores de moedas nos países. Os
Bancos Centrais dos principais países estão se movimentando de forma
consistente e rápida para também fazerem a virtualização de suas moedas”,
ressalta.
Wagner explica que, o exemplo do Nubank
que anunciou a Nucoin - uma criptomoeda própria que também servirá de
base para um novo programa de fidelidade do banco digital - deverá ser seguido
muito rapidamente por outras instituições. “ Esta é uma iniciativa bastante
consistente por parte do Nubank e deverá ser seguida muito rapidamente. A
tecnologia para que se crie novas criptos atualmente evoluiu muito e está com
alta disponibilidade. É relativamente “fácil” se criar uma nova moeda nos dias
atuais e isso poderá servir como instrumento de fidelização para os neo-bancos
e Fintechs nichadas, complementando ainda mais os “loyalties” e programas de
relacionamento atuais, pois quanto mais se consegue manter os seus clientes em
sua base, ou ecossistema, mais a empresa poderá capturar o valor gerado e
evitar a sua evasão. Isso se reverterá diretamente na manutenção, ou aumento,
no seu LTV – LifeTime Value”, disse.
Moraes, destaca que este mercado já está influenciando e, ainda, deverá influenciar muito mais as economias dos países, pois as transações não geram os mesmos retornos em arrecadações que os outros ativos, além de possibilitar a troca de reservas (evasão de recursos ou troca de posições financeiras entre os diferentes mercados) de uma forma muito rápida entre investidores de diferentes localidades, pois é possível comprar ativos em criptomoedas de outros países e localidades de uma forma muito rápida e relativamente fácil. “É claro que é preciso ter muito cuidado na hora de escolher os parceiros e plataformas para se realizar transações, porém a tendência é de aumento forte no volume financeiro daqui para a frente, é um processo irreversível “, disse.
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