Como mensurar o impacto da gestão de resíduos nas mudanças climáticas
Por Chicko Souza, CEO da GreenPlat
Os resíduos sólidos são fontes de
emissão de gases de efeito estufa (GEE), não apenas pela sua relação com a
produção e o consumo, mas também em função das emissões de metano (CH4) quando
dispostos em lixões ou mesmo em aterros sanitários. E a busca de soluções para
o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos tem se constituído em desafio,
tanto para o setor público como para o setor privado. Há preocupação, sobretudo
no que concerne à poluição dos recursos do solo, ar e água, bem como na
compreensão dos mecanismos de biodegradação da massa de resíduos e sua
influência nas mudanças climáticas e, por extensão, na vida das populações.
O assunto é novidade para o mercado,
recentemente a revista The Economist soltou na capa que ESG pode cair em descrédito por falta de
mensuração. É urgente criar sistemas de gestão, métricas e transparência para
que a agenda evolua. Inclusive já existem
estimativas das emissões de GEE provenientes de práticas de gestão de resíduos
tendem a basear-se em métodos como a avaliação do ciclo de vida (ACV). Estudos
de ACV forneceram análises extremamente úteis dos impactos climáticos
potenciais e benefícios das várias opções de gestão de resíduos.
Segundo dados divulgados pela Accenture,
a Economia Circular é vital para os esforços de descarbonização, para se
alcançar o Zet Zero até 2050 e entregar o Acordo de Paris,45% das reduções das
emissões vem das estratégias de economia circular. O setor industrial
contabiliza 27% das emissões globais, sendo 4 materiais os mais responsáveis
dentro da indústria (metais - ferro e aço, cimento, químicos e alumínios)
As mudanças climáticas ainda é um tema
com um gap muito grande de mensuração, padronização e geração de transparência.
O tema é alarmante e segundo o INCC temos poucos anos para reverter o aumento
de temperatura de 2º ou o idealmente 1,5 desafiado após acordo de paris. Mas
ainda se há uma grande confusão sobre as ações, vemos empresas anunciando metas
de 100% de energia elétrica proveniente de fontes renováveis, enquanto sua
pegada maior está pautada na queima de caldeiras, excluindo a produção maior da
mensuração.
No caso do Brasil, ainda vemos muita
preocupação com ações pequenas, de baixa escalabilidade e baixo impacto, mas
que trazem grande repercussão. Mitigar as mudanças climáticas não é isto, a
sociedade precisa se unir, e fazer os esforços corretos que precisam ser
aplicados, além disso pé necessário conseguir acompanhar essas mudanças com
dados confiáveis. E nós já estamos vendo os impactos da mudança climática
nas nossas vidas, de amigos e famílias, é algo urgente.
O que nos leva a pensar que talvez os
tomadores de decisão estão sentados em cadeiras que os privilegia, em caso de
serem afetados pela seca, pelo fogo ou pela chuva, poderão mudar de casa ou até
de país. Por isso, o importante é fazer a
mensuração corretamente e gerar transparência,
além de ser honesto com os funcionários, investidores e com a própria
sociedade, isso permite que toda a comunidade se movimente em busca de soluções
eficientes.
Um outro ponto que pouco se fala é no
impacto da reciclagem sobre a mitigação das mudanças climáticas. Para isso, é necessário mensurar com transparência e segurança, tanto
as emissões globais, como abraças a economia circular com mais assiduidade, mas infelizmente, o que percebemos é que há mais descaso
com a verdade e com a transparência.
Hoje é
amplamente discutido como GreenWishing (banho
verde) indica a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte
de organizações ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações
públicas. E as empresas que diziam fazer e não o faziam, mudou para o
GreenWishing, ou seja, as organizações já estão se comprometendo a fazer em um
futuro sem métricas ou prazos claros, assumindo uma posição que o farão, mas
apenas postergando as suas ações perante o mercado.
Sobre GreenPlat
A GreenPlat é uma startup brasileira criadora do software SaaS
(software como serviço) PlataformaVerde™ para gestão ambiental,
responsável por fazer o controle e a rastreabilidade em blockchain de cadeias
produtivas para empresas e governos. A startup tem o objetivo de acelerar uma
produção mais sustentável e sua solução gerencia todas as etapas do processo
produtivo, além de licenças, certificados, transportes, matérias-primas,
resíduos e indicadores ambientais que vão do consumo de água, resíduos, energia
a emissão de carbono. A startup completou cinco anos de atuação com importantes
reconhecimentos mundiais: é a primeira startup na área ambiental a ser
reconhecida como Technology Pioneer pelo World Economic Forum, além de ser
membro integrante do Toilet Board Coalition, coalisão internacional de conselho
sanitário. São cerca de 3 mil clientes no setor privado usando o software PlataformaVerde™, além de 700 mil usuários em sua solução freemium do seu
software direcionado ao setor público.
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