Diversidade pode transformar o futuro das empresas
A especialista Taís Rocha orienta que para
aumentar a diversidade, as empresas precisam mudar seus processos seletivos
Taís Rocha de Souza - Psicóloga e Diretora de Operações
Grupo Soulan
Divulgação Soulan RH
Não é de hoje que ouvimos falar sobre a
importância de valorizar a diversidade, tema que vem sendo discutido ao redor
do mundo como estratégia de negócio para tornar as organizações mais justas e
igualitárias a todos os profissionais. Apesar do aumento dos debates em torno
do assunto, é preciso ainda mais esforço e dedicação das empresas para tirar a
diversidade do campo do discurso e trazê-la para o dia a dia.
Quando estamos tratando de diversidade e
inclusão falamos sobre pessoas, suas vivências e individualidades, o que as
fazem ser quem são e as tornam únicas. Assim, quando as empresas incentivam e
realmente aplicam a diversidade, elas conseguem transformar suas culturas
organizacionais, afinal já é comprovado que equipes formadas por profissionais
de grupos com diversidade trazem mais inovação, engajamento e produtividade às
organizações.
Temos que ressaltar o primeiro passo
dado por empresas inovadoras nesse sentido: a mudança no processo seletivo –
que, quando realizado sem vieses inconscientes, aumenta a diversidade. Os
vieses inconscientes são as crenças e atitudes aprendidas ao longo de nossas
vidas e que por vezes nos fazem, inconscientemente, reforçar estereótipos. A
simples ação de mudar os processos seletivos já é um caminho para construir
equipes com maior diversidade.
Nos dias de hoje, em que as empresas
necessitam ter processos cada vez mais ágeis e assertivos, as ferramentas de
análise comportamental se mostram grandes aliadas não só da diversidade – já
que avaliam as pessoas candidatas a partir de suas habilidades e não com base
em características físicas ou histórico profissional –, mas principalmente
melhoram os resultados da seleção do perfil que a empresa realmente precisa e
busca para suas vagas.
Podemos considerar que uma empresa que
trabalha para ampliar a diversidade e inclusão em seus quadros de colaboradores
deve avaliar os mais diversos perfis de pessoas candidatas de forma imparcial,
tratando todos como possíveis colaboradores, de forma igualitária e legítima.
Por meio disso, a empresa garante multiplicidade para o seu ambiente e,
consequentemente, para seus projetos, gerando maior receita, orgulho de
pertencimento por parte de seus profissionais e respeito do mercado.
Falamos aqui do primeiro passo a ser
dado no caminho da inclusão, mas, depois de contratado, o que uma / um
profissional vai encontrar em sua rotina dentro da organização? Sabemos que,
infelizmente, nem toda empresa ou equipe está preparada para lidar com a
diversidade. Um ambiente de trabalho inclusivo é aquele que abraça as
diferenças de classe social, de educação, idade, gênero, deficiência ou etnia,
oferecendo oportunidades iguais a todos, respeitando as necessidades
específicas ou especiais de cada um. As (os) gestoras (es) também têm um
importante papel: devem se comprometer e atuar para que todos os profissionais
convivam e se unam em prol do melhor clima organizacional.
Por isso as empresas vêm investindo na
criação de programas completos de diversidade, que, em um primeiro momento,
devem sensibilizar as/os colaboradoras/es para esse tema, garantindo assim que
seu ambiente estará livre de episódios de preconceito de qualquer origem. Após
a fase de sensibilização, é preciso olhar os dados da organização, ver de que
forma é possível melhorar os índices de diversidade e, o mais importante,
estabelecer um plano de metas e objetivos para garantir que, além de contratar,
essas empresas possibilitem que suas/seus profissionais se desenvolvam e
recebam treinamentos que vão impulsionar suas carreiras dentro da organização.
Assim, elas estarão criando toda uma estratégia de valorização dessas pessoas,
porque quando pensamos em diversidade é necessário entender que ela, assim como
as organizações, é para sempre!
Os benefícios de maior inclusão são
incontáveis, e incluem desde o melhor rendimento das/dos profissionais, a
redução dos conflitos internos e uma maior capacidade de captação de talentos
até equipes mais criativas. Apesar disso, existem empresas que insistem em
manter seu quadro de colaboradores majoritariamente homens, brancos e
heteronormativos.
Estudos apontam que, apesar de 56% da
população brasileira se declarar preta ou parda, apenas 4% dessa parcela estão
em cargos de liderança. Por conta disso, o Pacto Global da ONU Brasil tem como
ambição ter mais negros e negras na liderança de grandes instituições. Essa é
uma missão para as(os) líderes e gestores de Recursos Humanos, que precisam se
engajar para que a diversidade avance nos quadros corporativos. O processo de
transformação pode ser lento, mas certamente, quando concretizado, trará
excelentes resultados. Para isso é preciso começar logo essa mudança. O futuro
agradece!
Taís Rocha de Souza – Psicóloga e diretora de Operações do Grupo Soulan.
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