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Dores da endometriose podem ser reduzidas

Conheça quatro métodos simples que ajudam a minimizar incômodos causados pela doença

São Paulo, novembro de 2022 – É um fato de que ainda há um longo caminho a percorrer quando o assunto é endometriose. Mas, hoje há muito conhecimento relacionado à doença e grandes expectativas de que cresça ainda mais sendo que os desconfortos e as dores incapacitantes são os sintomas mais conhecidos. Viver com dor não é bom para ninguém. Por isso, o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), separou quatro dicas simples que ajudam a prevenir as dores da endometriose e explica sobre cada uma delas. Confira a seguir.

 

Bloqueio da Menstruação

“Quando suspeitamos de endometriose ou quando temos o diagnóstico confirmado, uma das primeiras medidas que tomamos é o bloqueio da menstruação. Este é um período em que as mulheres que convivem com a doença mais sofrem com os sintomas de dor e cólicas intensas. Por este motivo, a intenção é minimizar o máximo possível todo esse período de desconforto para dar a elas uma maior qualidade de vida”, explica o médico.

Lembrando que a endometriose é a presença do tecido do endométrio, camada que reveste o útero e que é expelido durante a menstruação, para fora da cavidade uterina. Esse tecido pode se alojar nos ovários, tubas, peritônio (tecido que reveste o abdômen), podendo atingir intestino, bexiga ou outros órgãos como diafragma, apêndice, entre outros. Possui diferentes graus e intensidades.  

 

Alimentação Saudável

Uma alimentação saudável e balanceada é uma dica útil para melhorar a qualidade de vida. Quando o assunto é uma mulher com endometriose, o médico explica que esse cuidado deve ser redobrado, afinal, existem alimentos que causam desordem ao organismo que, somados à doença, podem gerar ainda mais desconfortos.

Comidas ultra processadas, ricas em sal e gordura, por exemplo, devem ser evitadas, pois elas retêm líquidos, fazendo o corpo inchar e ficar mais suscetível às dores. Já as carnes vermelhas contêm tanta gordura saturada que pode aumentar os níveis de estrogênio que, no período menstrual, colaboram com a piora dos sintomas. Além disso, é importante evitar café, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em açúcar.


Atividade Física

Assim como uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos é um poderoso aliado da saúde. Com a realização regular, o corpo libera endorfina, uma proteína com grande poder analgésico. Essa proteína tem a capacidade de neutralizar a adrenalina e o cortisol, substâncias liberadas pelo estresse. Também inibe o FSH (folículo-estimulante), que serve como um combustível para o endométrio se desenvolver. Com o estímulo da endorfina, consequentemente, o crescimento dos implantes de endométrio na cavidade abdominal é desacelerado, o estresse diminuído e as dores são reduzidas.

 

Controle do Estresse

A ansiedade, o estresse e a depressão devem ser considerados quando se fala em endometriose. Esse trio causa uma grande interferência negativa para a qualidade de vida de qualquer paciente com dor crônica. De acordo com o médico, não se deve desassociar o aspecto psicológico da doença e as suas consequências no corpo. “Afinal, estar diante de uma doença que não tem cura, deve ser tratado com cautela, atenção e responsabilidade. Uma dica fundamental para o início do tratamento é incentivar que a paciente busque o que lhe traga relaxamento. Se necessário, o acompanhamento psicológico também é recomendado. Assim, ela terá suporte para lidar com toda a carga emocional que a endometriose gera na vida de uma mulher”, finaliza Tcherniakovsky.

 

SOBRE O MÉDICO

Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra – Alto conhecimento em Endometriose e Vídeo-endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). É Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE). Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. Membro da comissão de especialidades na área de Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Médico Responsável da Clínica Ginelife. Instagram: @dr.marcostcher

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