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Empresa Ocel e RZ Consultoria são investigadas por suspeita de pirâmide financeira

A Polícia Federal em Florianópolis (SC) instaurou inquérito policial para apurar crimes contra o Sistema Financeiro Nacional praticado pelas empresas OCEL (Celvirtual) e RZ CONSULTORIA. Ambas ofereciam investimento no mercado de criptoativos em território nacional.

A empresa OCEL, sediada em Portugal, oferecia a seus clientes serviços semelhantes a um fundo de investimento: permitia que  realizassem aportes na empresa e, em troca, garantia a rentabilidade dos recursos em até 10% ao mês. Esse produto financeiro era oferecido por intermédio de uma espécie de “consultor de investimento autônomo”, a RZ CONSULTORIA. Essa empresa era responsável pela identificação de potenciais clientes e pela captação de recursos para a OCEL, a qual teria a incumbência de realizar operações de investimento no mercado de criptaotivos (trade) para rentabilizar os recursos.

No período inicial a empresa pagava seus clientes. Porém, há pelo menos um ano parou de fazer os repasses. O motivo alegado pela empresa foi noticiado anteriormente pela mídia especializada. Leia Mais.

Os sócios da empresa justificaram que os fundos (criptoativos) estavam “presos” na BINANCE decorrente de um ataque cibernético. Após isso, todas as informações da empresa fizeram referência à existência de uma investigação sobre os fatos em Portugal, mas que estariam correndo em sigilo. Assim, afirmavam que não possuíam mais informações e passaram a recomendar que seus clientes buscassem informações diretamente perante a autoridade policial portuguesa.

O fato resultou em um prejuízo milionário, mas ainda não contabilizado. Isso porque, apesar de algumas vítimas terem ido buscar a autoridade policial e reportado um prejuízo de mais de R$ 4 milhões, trata-se de uma pequena parcela dos clientes que buscaram auxílio do Estado. Segundo reportado pelos clientes, grande parte ainda acredita nas promessas feitas pela empresa.

Uma das sócias da OCEL, Veridiana Fumegalli Paiva, figurou como advogada de integrantes de uma empresa chamada “Indeal”, cujos membros foram presos e estão sendo processados por delitos contra o sistema financeiro nacional e, também, existe a suspeita de terem operado em formato de pirâmide financeira – na chamada Operação Egypto (leia sobre o caso Aqui).

Além disso, há a informação de que ela figura como ré em processo de corrupção envolvendo o oferecimento de vantagem a um funcionário público para conseguir informações para membros da Indeal (leia sobre o caso Aqui).

Essa mesma advogada, ao lado dos sócios da empresa OCEL e da RZ CONSULTORIA, está sendo investigada também por crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

O pedido foi formulado pelos advogados Beno Brandão e Felipe Américo Moraes, este especialista na área de criptoativos e suas implicações jurídicas. O especialista conta que as informações que se tem sobre os fatos estão em apuração pela Polícia Federal catarinense. “São poucas as pessoas que buscaram auxílio da Polícia Federal. Muitos continuam acreditando que a empresa irá pagar. Outros pensam que, devido ao fato da empresa estar sediada em Portugal, a investigação somente poderia ocorrer naquele país. Isso não é verdade. Tanto que foi instaurado Inquérito Policial muito recentemente e os fatos agora estão em apuração pelas autoridades.”, diz.

A expectativa do advogado é que os mecanismos de investigação policial, aliado ao novo sistema SNIPE -  lançado pelo CNJ em agosto deste ano e que realiza a busca patrimonial - seja possível a realização de quebras de sigilo e, consequentemente, descubram-se bens dos envolvidos. O objetivo da investigação deverá ser, além de apurar a responsabilidade penal, localizar patrimônio para ressarcir os clientes.

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