Empresas devem agir com transparência nas demissões em massa, defende autora
Nesta quarta-feira (09), Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta (dona do Facebook, Instagram e Whatsapp) anunciou o desligamento de mais de 11 mil funcionários. O grupo comandado por Zuckerberg não foi o único na atual “onda” de demissões coletivas. Na semana passada, o Twitter demitiu metade dos cerca de 7,5 mil colaboradores, após a marca ser comprada pelo bilionário Elon Musk.
Crédito:Shutterstock
A pesquisadora e autora
best-seller Tonia Casarin - que acaba de lançar o livro "Liderança Exponencial"
- no qual aborda as principais características do líder do futuro - comenta
como os gestores de equipes devem tratar situações de revés, como é o caso dos
desligamentos em massa.
“Em momentos delicados
como esse, é fundamental agir com transparência. Quanto mais transparente a
empresa e o líder forem, menos darão chance para rumores entre os
colaboradores, com disseminação de informações infundadas que instauram um
clima de desconfiança, medo e alarde”, defende a autora.
Para isso, na visão de
Tonia, o líder deve compartilhar com o time o que sabe a respeito das mudanças
em curso. “É natural que a equipe fique com receio diante de um cenário como
esse, mas o líder deve trabalhar para que o clima entre os membros da equipe
não seja ainda mais prejudicado”, explica a especialista. Ela ressalta que em
casos de demissão de massa, muitas vezes, as lidernaças não são informadas de
muitos detalhes. O importante também é que ninguém seja pego de surpresa.
Outro aspecto
importante, para a especialista, é o canal utilizado para desligar os
funcionários. “Demissão por e-mail, por exemplo, é muito ruim, a forma de
dispensar o colaborador é tão (ou até mais) importante quanto a notícia
negativa”, alerta ela. Porém, ela ressalta que em casos de demissão em massa, a
empresa costuma visar que será por e-mail, já preparando as pessoas sobre o que
esperar. No caso do Facebook, em torno de 13% das pessoas foram cortadas e o
e-mail acaba sendo a forma escolhida para dar a notícia ao mesmo tempo para as
pessoas.
Por fim, a pesquisadora
ressalta que é importante ter compaixão por parte da liderança. “É preciso
compreender que é uma fase difícil para os colaboradores, e verificar o que a
empresa ou o gestor pode oferecer para auxiliar os dispensados - como uma carta
de recomendação, ou apresentar para pessoas da rede de networking que sejam
empregadores em potencial”, finaliza Tonia. “As empresas costumam oferecer um
pacote de desligamento de alguns meses de salário, manutenção do plano de saúde
por alguns meses e até serviço de recolocação profissional. Ainda que não faça
o processo ficar mais fácil, é a forma que a empresa tem muitas vezes de fazer
algo pelos colaboradores.
Para aqueles que
continuam na empresa, apesar do alívio de não ser afetado pela demissão, a dor
de perder companheiros de trabalho também é grande. Dar acolhimento para essas
pessoas e incentivá-las a contactar seus colegas pode ajudar no processo.
Muitas pessoas se colocam a disposição para apresentar pessoas de seu
networking e akudar em conversas em casos assim. A cultura de cuidado é
importante para quem fica e para quem vai, de forma que a decisão é focada em
negócios, mas deve-se cuidar das pessoas no processo.
Sobre Tonia Casarin- Mestre em Liderança
com foco no desenvolvimento de Competências Socioemocionais pela Universidade
de Columbia (NY), é pesquisadora, palestrante e autora de best-sellers. Em
outubro/22, lançou seu novo livro, sobre liderança exponencial, abordando
aspectos socioemocionais, com foco no papel do líder e no ambiente corporativo.
Atualmente, mora no Vale do Silício e trabalha com consultoria e
desenvolvimento de lideranças.
Crédito: Divulgação Tonia Casarin
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