Especialista alerta para riscos de endividamento com cartão consignado do INSS
Segundo a educadora financeira Bruna Allemann,
o benefício deve ser usado com gastos emergenciais para evitar a contração de
novas dívidas
O novo cartão consignado do INSS,
benefício exclusivo liberado para aposentados e pensionistas, garante o
comprometimento de até 45% da renda previdenciária. A modalidade é similar ao
cartão de crédito convencional. A diferença está na forma como a fatura é
quitada. Nesse caso, as parcelas são descontadas diretamente da folha de
pagamento da aposentadoria ou pensão. Ao menos três bancos já oferecem a
modalidade: Santander, Crediperto e BMG.
Para Bruna Allemann, educadora
financeira da Acordo Certo, fintech especializada em renegociação de dívidas, o
novo cartão consignado do INSS deve ser usado com cautela. Deve-se dar
preferência ao uso com gastos emergenciais, como a compra de remédios, por
exemplo.
“O benefício traz uma falsa sensação de
segurança. É importante lembrar que só o valor mínimo da fatura,
correspondente a 5% da renda previdenciária, será coberto pelo benefício.
Então, evite utilizar esse recurso para outras finalidades. O risco de
endividamento é alto. E ao invés de acertar uma dívida, o consumidor pode
acabar com outra muito maior”, explica Bruna.
O Brasil concentra hoje quase 32 milhões
de idosos. Segundo levantamento da Acordo
Certo, de janeiro a agosto de 2022, consumidores acima de 64 anos fecharam
mais de 99 mil acordos financeiros. A média foi de 1,58 acordos por consumidor
– ou seja, as pessoas buscaram mais de um tipo de acordo para arcar com
diferentes dívidas.
Mais sobre o consignado do INSS - Para os consumidores que vão aderir o
produto, não há pagamento de anuidade e ainda é possível sacar 70% do limite
máximo de crédito autorizado pelo banco - sem o comprometimento da margem para
contratação de empréstimos.
O prazo de pagamento é de até 40 dias. Com a adesão, o beneficiário também terá acesso a desconto em farmácias, auxílio e assistência gratuitos em caso de funeral. Como qualquer cartão, existem riscos de endividamento, ainda que as taxas sejam menores que as de cartões de crédito comuns.
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