Estudo aponta que 16% dos brasileiros são fanáticos por Copa do Mundo e devem assistir a todos os jogos de 2022
Pesquisa feita pela APOEMA mostra o perfil do
torcedor brasileiro e indica ainda que 79% da população declara gostar do
evento e 21% não gosta
Em 2022, pela primeira
vez na história, a Copa do Mundo vai ser realizada no final do ano. O evento
acontece entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro, inverno no Qatar e
quase verão no Brasil. Em busca da voz das arquibancadas em um ano atípico, uma
pesquisa desenvolvida pela Apoema aponta o perfil do torcedor brasileiro de
forma ampla, com percepções, gostos, memórias, comportamento de consumo,
prioridades, estilos de comemoração e expectativas para o evento mais
importante do planeta bola.
Sobre o perfil dos
torcedores, o estudo indica que 16% da população brasileira se considera
fanática pelo evento e vai assistir a todos os jogos de 2022, não só os da
nossa seleção. E o brasileiro ainda vai além. Pelo menos 24% dos entrevistados
pretendem comprar uma TV nova para ver a bola rolar. Sobre esse comportamento
de consumo, outros 30% declararam que vão comprar a camisa da seleção, enquanto
41% não pretendem adquirir nada novo para o evento.
Apesar de tantas
emoções e investimentos, nem todas as pessoas gostam do esporte, até mesmo
quando se trata de Copa do Mundo. O interesse por ambos não ultrapassa a casa
dos 70%, e o estudo ainda revela que grande parte, cerca de 45%, é de pessoas
não muito engajadas.
Ainda assim, o maior
evento esportivo do planeta consegue despertar o interesse daqueles que dizem
não gostar do esporte, e isso corresponde a 14%. Uma possível explicação para
esse comportamento é o fato de que a Copa acaba sendo um momento de união
nacional, de confraternização, que envolve memórias, legado familiar, a quebra
de regras sociais e de rotina – símbolos que se conectam com as
pessoas.
A conclusão é de que,
mesmo para quem não gosta do esporte ou do evento, é impossível não ser
impactado. É futebol na TV, no rádio, na internet, nas redes sociais, no
trabalho, em casa e na rua. O Brasil é o país do futebol e 79% declaram gostar,
sim, da Copa do Mundo.
Copa do Mundo e união
familiar
Na hora da organização,
os torcedores prezam muito pela família: 88% acompanham os jogos pela TV e em
outros canais de transmissão, sendo 91% em casa, 41% na casa de outras pessoas
e 20% no bar. Quando perguntados sobre o que não pode faltar na Copa, 51%
responderam que é a família; em seguida vem churrasco, com 49%, e cerveja, com
46%. A ligação do futebol com a família ainda vai além da Copa. Para 53% das
pessoas, a relação com o futebol em geral começou desde a infância, ao ver os
familiares torcendo para seus times.
Emoções e símbolos que
ficam marcados
As relações afetivas
englobam sensações e lembranças. O evento é muito mais do que uma competição.
As cerimônias de abertura e de encerramento são espetáculos que ficam na
memória de muita gente. Músicas, mascotes, apetrechos e tantas outras coisas
também são capazes de marcar épocas.
A pesquisa mostrou que
o personagem Fuleco, o tatu-bola criado na Copa do Brasil de 2014, foi
disparadamente o mais lembrado pela amostra: 56% das pessoas o
mencionaram.
Sobre as canções dos
eventos, a música Waka Waka,
da cantora Shakira, que embalou o evento de 2010, foi lembrada por 41% dos
entrevistados, com destaque para a geração Z. As outras canções mencionadas
fazem mais referência à seleção: Pra
frente, Brasil (1970), com 37%, e A taça do mundo é nossa (1958), com 36%.
Por décadas, as duas
mais antigas tiveram grande espaço na mídia. São músicas que lembram a uma
época em que o futebol brasileiro se consagrou na Copa. Mas, mais do que isso,
remetem a um forte nacionalismo, aflorado principalmente pela ditadura. Não é
coincidência que ambas foram mais lembradas por boomers e geração X. Já Waka Waka teve maior
lembrança entre o público jovem.
Marcas ativas se fazem
lembrar
As marcas de
patrocinadores também são elementos que ficam na história e na cabeça dos
torcedores. A Copa do Mundo e a seleção são grandes vitrines. Entretanto, o
estudo mostra que isso não é suficiente. Os torcedores têm maior facilidade
para lembrar daquelas que realizam um trabalho constante no esporte, ou seja,
as que estão há bastante tempo envolvidas no assunto, marcando presença em
diversos campeonatos e abordando também o tema em suas campanhas.
Para entender como é
essa relação, pedimos para que os nossos respondentes dissessem, de forma
espontânea, a primeira marca que viesse à cabeça quando pensavam em Copa do
Mundo. O resultado mostrou que a Coca-Cola é amais lembrada, com 71%; seguida
de Nike, com 65%, e da Adidas, com 52%. Outro destaque é que 47% declararam que
uma marca pode manchar a sua reputação patrocinando um jogador ou clube que se
envolve em escândalos.
Copa do Mundo feminina:
demorou, mas chegou
A Copa do Mundo
masculina existe desde 1930. Já a feminina, desde os anos 90. Esse atraso é
consequência de um enorme preconceito. No Brasil, por exemplo, as mulheres eram
proibidas de praticar o esporte. Entre 1941 e 1979 corriam o risco de serem
levadas para a delegacia caso fossem flagradas jogando.
Enquanto 66% da amostra
dizem que acompanham e sempre acompanharão a Copa do Mundo masculina, 50%
afirmam assistir à edição feminina. Dos que não assistem, 15% não sabiam que o
evento acontecia.
Expectativas altas para
2022
Com tantos sentimentos
envolvidos, as expectativas para a Copa 2022 não são poucas, já que o momento
também se mostra um tipo de catarse da realidade. Os jogos permitem a ocupação
da cidade, festas, aglomerações, amigos na calçada, ruas lotadas e tantas
outras agitações que acontecem “fora de hora”. Hoje, 63% dos torcedores em
geral acredita que a seleção tem chances de se tornar hexa em 2022. A geração Z
é a mais otimista. Pelo menos, 64% se consideram animados para o evento deste
ano.
Veja a pesquisa
completa em: www.apoema.info/quemtorce
Sobre APOEMA
Agência de pesquisa que foca no
comportamento das pessoas, trazendo humanização para os estudos feitos para
grandes agências e marcas. Nasceu em 2016, com a empreendedora Julia Ades, que
ganhou o reforço da Helena Dias no fim de 2020. Juntas elas estudam comportamentos
indo a fundo no que realmente as pessoas são, o que fazem, suas essências e,
com os dados colhidos, criam materiais como mini documentários, podcasts, e
relatórios completos que aproximam o mundo corporativo de diferentes realidades.
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