Impacto das eleições na reputação empresarial
Estratégias de longo prazo podem ser mais
bem-sucedidas sem misturar política e negócios
A finalização das
eleições deixou uma questão no ar: até que ponto o apoio político explícito ao
candidato derrotado pode ter impactado as marcas que o fizeram?
A decisão de apoiar um
determinado candidato, com ou sem expectativas de benefícios com a posição
política assumida, carrega um risco particular à marca envolvida, nem sempre
bem ponderado. Eleições passam, e mesmo que posições políticas partidárias
permaneçam, todos – empresas, distribuidores, consumidores – continuarão a
produzir, vender e comprar produtos e serviços.
O mundo não parou de
ter suas próprias necessidades, independentemente do governante escolhido. O
envolvimento político pode afastar das marcas consumidores não aderentes com os
valores ou preferências expressas pelo apoio a determinado lado da moeda, dando
margem a críticas, espaço para a concorrência e oportunidade de “cancelamento”
de produtos e serviços.
“Para a reputação de
marcas e empresas a decisão de misturar política e negócios é no mínimo
desnecessariamente arriscada”, diz Victor Olszenski, sócio da Percepta
Marketing e Reputação. Segundo ele, a visão de longo prazo voltada a reputação
se beneficia da distância de atitudes polêmicas com potencial de riscos,
sobretudo quando envolvem emoções e clima conflituosos.
A reputação de uma
empresa ganha e perde pontos em fatos do dia a dia, desde os mais evidentes,
como sua propaganda, ou reação a manifestações em redes sociais. Reputação
depende, até, do respeito e da correção com que a empresa se relaciona com
fornecedores e consumidores, ou de evitar envolvimento profundo em guerras
políticas como a atual.
Claro que todos podem e
devem ter suas convicções políticas e não deveria ser problema expô-las em
público – assim como não faz sentido hostilizar, mas atender bem, consumidores
que tenham diferentes preferências política, religiosa, cultural ou de qualquer
natureza.
“As empresas, para além
de operações privadas, cujo risco de sucesso ou fracasso é de responsabilidade
exclusiva de seus acionistas, também prestam serviços à sociedade e devem
respeitar suas relações com clientes e fornecedores, sob pena de ampliar o
risco sobre suas operações e perder mercado, prejudicando acionistas,
funcionários, clientes e demais envolvidos em sua cadeia de valor”, diz
Olszenski.
No ambiente
empresarial, muitas vezes temos que recordar os ensinamentos de Darwin – mais
do que estar certos ou errados sobre uma preferência política, é importante
desenvolver a capacidade de se adaptar às mudanças de uma sociedade e entender
o papel que cada empresa terá nesse novo cenário.
Sobre a Percepta
A Percepta Marketing e
Comportamento atua com reputação de marca, gestão de marketing e comunicação,
treinamento, imagem e relações institucionais. Focada no desenvolvimento
empresarial, profissional e individual, nasceu em 2001 e seus consultores atenderam
marcas como Correios, Hospital 9 de Julho, Claro, Osten/BMW, BSGI, Instituto
Soka Amazônia. Para saber mais acesse www.perceptamkt.com.br.
Sobre Victor Olszenski
Mestre em Ciências da Comunicação, graduado em Publicidade e Propaganda, é Executivo de Marketing, Comunicação e Relações Institucionais com 30 anos de experiência acumulada em empresas como Telefônica/ VIVO; Pial-Legrand; Deca e Toyota além da Agência de Propaganda Z+G Grey. Desenvolve estudos nas áreas de Marketing Estratégico; Marcas e Comunicação Corporativa; Relações Governamentais e Institucionais; é palestrante e professor em vários Programas de MBA em Marketing, Branding e Comunicação, entre eles, Franklin Covey Education, ESPM, Anhembi-Morumbi, FMU, Faculdades Rio Branco, UNIP e UNITAU. É coautor do Livro: Um Profissional para 2020 – Editora B4.
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