Incerteza econômica mundial ameaça flexibilidade e liberdade conquistada no ambiente de trabalho durante a pandemia
Dados do LinkedIn apontam que o trabalho remoto
já ultrapassou seu pico em algum momento, mas agora as postagens de empregos
remotos estão diminuindo no Brasil
São Paulo, 07 de novembro de 2022 - À medida que as incertezas econômicas
se acumulam, a flexibilidade e a liberdade conquistadas durante a pandemia -
que tanto beneficiaram os funcionários - estão agora em risco. De acordo com
uma nova pesquisa global do LinkedIn, maior rede social profissional do mundo,
realizada com executivos C-Level, o cenário atual no Brasil está forçando as
empresas a retrocederem o progresso em áreas importantes da vida profissional,
como trabalho flexível (82%), desenvolvimento de habilidades (88%) e bem-estar
(88%).
Isso ocorre quando uma nova análise de
postagens de empregos no LinkedIn mostra que as funções remotas estão em
declínio globalmente. Nos EUA, por exemplo, antes da pandemia apenas 2% dos
empregos no LinkedIn eram listados como remotos. Esse número atingiu quase 20%
em abril de 2022 e agora voltou para 15%. Isso reflete uma tendência que
estamos vendo em países ao redor do mundo e é um provável sinal de que o
trabalho remoto já atingiu o seu pico e agora os empregadores desejam ver os
funcionários de volta ao escritório.
Desconexão entre empregador e empregado
O estudo do LinkedIn com mais de 2.900
executivos C-Level de grandes organizações em todo o mundo, sendo 250 do
Brasil, e os dados de empregos da plataforma destacam uma crescente
desconexão entre o que os profissionais desejam e o que as empresas estão
oferecendo agora, visto que o controle está voltando para os empregadores à
medida que as contratações diminuem.
De acordo com o relatório Tendências
Globais de Talentos, os principais benefícios que os funcionários valorizam
hoje, além da remuneração, são: trabalho flexível, desenvolvimento de
habilidades e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Neste sentido, os
profissionais estão se recusando a retornar às antigas formas de trabalho. Em
muitos países, as aplicações para funções remotas superam amplamente a
oferta.
Segundo Milton Beck, Diretor Geral do
LinkedIn para a América Latina, as empresas não devem voltar atrás das suas
decisões. “Os líderes que
recuarem em relação ao trabalho flexível ou que que cortarem investimentos no
desenvolvimento profissional de seus times correm o risco de desmotivar sua
força de trabalho e dar margem para que esses profissionais busquem
oportunidades mais atraentes. Colaboradores motivados são a chave para obter vantagem
competitiva, principalmente em um momento em que as pessoas já estão
sobrecarregadas por outras preocupações causadas pelas incertezas econômicas.
Tradicionalmente, a flexibilidade e o foco no desenvolvimento de habilidades
são os primeiros a desaparecer em tempos de crise, mas são importantes para
construir negócios diversificados e resilientes que possam se adaptar a um
Brasil em constante mudança”, afirma.
Comprometimento dos funcionários é
crucial para navegar tempos difíceis
Em cenários adversos, os líderes dizem
que manter funcionários motivados e engajados é a prioridade nos próximos seis
meses. Isso ocorre porque eles também reconhecem que as tensões financeiras
devido ao aumento do custo de vida (32%) e as preocupações com demissão (28%) estão
preocupando os profissionais brasileiros atualmente.
Liderando durante a incerteza
Nesse sentido, a comunicação é
fundamental. Essa é a principal habilidade comportamental (37%) identificada
pelos líderes como necessária para passar por esse momento, seguida por
transparência (36%), inteligência emocional (36%) e empatia (26%). Em uma
perspectiva global, habilidades sociais de resolução de problemas, comunicação
e estratégia foram apresentadas em 78% dos empregos publicados globalmente no
LinkedIn nos últimos três meses. Em vez de deixar as equipes no escuro sobre as
decisões difíceis que precisam ser tomadas, os líderes precisam construir
pontes e garantir que os funcionários façam parte dessa jornada.
Para isso, o LinkedIn aconselha os
líderes:
- Adote uma abordagem de
liderança adaptativa - Os líderes devem ser
transparentes sobre a realidade atual e se adaptar ao que está por vir,
dando aos funcionários clareza sobre as prioridades de negócios de curto
prazo. É preciso ver esse período como uma oportunidade para aprender e
ajustar o que for necessário.
- Mantenha a conexão e a
confiança com a força de trabalho - Hoje, 52%
dos empregadores brasileiros incentivam a colaboração e o compartilhamento
de conhecimento entre os funcionários. Ao ajudá-los a construir conexões
com seus colegas, os empregadores podem incentivar suas equipes e
fortalecer a cultura da empresa. Além disso, retornar aos modelos de
liderança controladora e ditar que os funcionários devem estar no
escritório pode comprometer rapidamente a relação de confiança.
- Foco nas habilidades - O
conjunto de habilidades necessárias para os empregos mudou cerca de 25%
globalmente desde 2015 e esse número deve dobrar até 2027. Ao entender as
habilidades que seus funcionários têm hoje e as que a empresa precisa no
futuro, é possível contratar ou redistribuir talentos de forma
estratégica.
Para ajudar os líderes a navegar por
este cenário, o LinkedIn disponibiliza o relatório Tendências
Globais de Talentos, que fornece informações sobre como as tendências do
mercado de trabalho estão afetando funcionários e locais de trabalho.
Metodologia
O LinkedIn contratou a YouGov para
pesquisar 2.929 executivos C-Levels em todo o mundo (Estados Unidos, Reino
Unido, Irlanda, França, Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, Suécia, Emirados
Árabes Unidos, Brasil, México, Índia, Cingapura, Austrália, China e Japão) de
organizações com mais de 1.000 funcionários e faturamento anual de mais de £
250 milhões de 27 de setembro a 19 de outubro de 2022. A pesquisa foi realizada
online.
Os pesquisadores do LinkedIn Economic
Graph analisaram os anúncios de empregos pagos e, desses, a porcentagem remota,
com que frequência eles foram visualizados e o número de inscrições para essas
funções de janeiro de 2021 a setembro de 2022 na Austrália, Brasil, França,
Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Holanda, Cingapura, Suécia, Reino Unido e
Estados Unidos para entender quais são as tendências atuais no trabalho
flexível.
Sobre o LinkedIn
O LinkedIn é a maior rede social
profissional do mundo. Estamos presentes em mais de 200 países e contamos com
mais de 875 milhões de usuários, sendo deles 60 milhões de brasileiros.
Ajudamos a conectar os profissionais do mundo a oportunidades de emprego e a
transformar a forma com que as empresas contratam, divulgam suas marcas e
vendem. Nossa visão é criar oportunidades econômicas para todos os usuários do
mercado de trabalho.
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