O Brasil pós-eleição
Eduardo Silva*
Uma coisa já sabemos: o
Brasil de 2023 será bem diferente do Brasil de 2022!
Talvez o mais importante
é analisar a força que o governo Lula poderá ter para avançar nas reformas e
desenvolvimento do país. Diferentemente de outras eleições, este não é um
governo do PT, mas sim de aliados: são ao todo 16 partidos (PT, PV, PCdoB,
PSOL, Rede, PSB, Solidariedade, Pros, Avante, Agir, PDT, Cidadania, PCB, PSTU,
PCO e Unidade Popular), assim os ministérios do novo governo devem ser formados
por representantes de diversos partidos.
Na Câmara dos
Deputados, o presidente Lula possui 144 deputados aliados e sua capacidade
negociadora deverá ser exercida com os 175 parlamentares de centro e alguns
menos radicais de direita para conseguir avançar e formar maioria para a
reforma, incluindo o presidente da Casa. Já no Senado são 15 os apoiadores do
presidente Lula, que devem formar composição com os outros 42 de centro e
centro-direita.
Essas negociações devem
ser facilitadas pela presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, que possui um
perfil moderado pautado na eficiência do Estado, assim como a aproximação da
senadora republicana Simone Tebet, que ganhou exposição na CPI da Covid-19, foi
a terceira colocada na concorrência presidencial com 4,16% do total de votos
válidos e deve contribuir substancialmente pela influência adquirida ao longo
dos últimos 12 meses.
Do ponto de vista
internacional o Brasil deve ter grande exposição com implantação de ações
socioambientais para a defesa da Amazônia, políticas transversais e legislação
ambiental, uma vez que a Floresta Amazônica e o meio ambiente estão no centro
das discussões climáticas.
Essa agenda contribuirá
para que o Brasil receba investimentos, como já anunciado pela Noruega, e a
possibilidade da retomada do seu papel de protagonista global na formação de
economia limpa de baixa emissão de carbono, propiciará ampliar sua participação
em exportação do agronegócio e no desenvolvimento de novas tecnologias.
Quanto ao nosso
agronegócio, esse é um setor pilotado por empresários que investem em inovação,
tecnologia e alta performance, motivo pelo qual devem, segundo o Grupo de
Conjuntura da Dimac/IPEA, apresentar para 2023 um crescimento de 10,9% no valor
adicionado contra uma queda de 1,7% em 2022.
Para o mercado
doméstico o aceno também é positivo pela retomada de investimentos em educação
pelo Sisu, Fies, Prouni e programas como o Minha Casa Minha Vida com impacto
direto na construção civil, minério e serviços, melhorando a renda da
população.
A economia familiar e
de pequenas e médias empresas, que representam mais de 70% da geração de
empregos no país, também serão foco com linhas de crédito e investimentos
relacionados a sua retomada, desenvolvimento e inovação. Cabe destacar o
importante papel do Banco Central independente sob a direção do Roberto Campos
Neto no controle da inflação e políticas monetárias que serão fundamentais para
o sucesso do Brasil.
Todavia, muitos pontos
de atenção devem ser igualmente levados em consideração. O novo governo terá
que refazer o orçamento (LDO), suas negociações não poderão prejudicar uma
política fiscal responsável e os cargos nos ministérios devem ter composição
técnica reconhecida pelo mercado. Também não podemos ignorar outros agravantes
severos que certamente trarão reflexos por aqui, como a persistência da guerra
entre Rússia e Ucrânia, inflação global que segue alta com destaque para
Estados Unidos e Europa e por último o potencial desaquecimento da economia
chinesa, cenário bem diferente de seu primeiro mandato em 2003.
Assim, o novo governo
não terá vida fácil em seu primeiro ano, mas, se conseguir utilizar seu capital
político para avançar com as reformas administrativa e tributária, manter uma
política fiscal austera e o seu prestígio para conquistas nas relações
internacionais, o dólar deverá tender a R$ 4,50 ao final de 2023, a taxa Selic
entre 10% e 11% aa com queda moderada na inflação e o Brasil poderá atingir um
crescimento entre 2,5% e 3%.
*É CEO do EDANBANK com
mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro
SOBRE O EDANBANK (https://www.edanbank.online/)
Com sede em São Paulo, inaugurado em
março de 2020 por profissionais com mais de 30 anos de experiência no mercado
financeiro brasileiro e internacional, o EDANBANK é um neobanco que entende
como ninguém os desafios de empreender no Brasil, porque, afinal, também é uma
instituição de empreendedores.
Por isso o EDANBANK criou o conceito de PRIVATE BUSINESS, inspirado no modelo do Private Banking para pessoas físicas essa metodologia leva as empresas uma equipe exclusiva para estudar e aplicar as melhores soluções disponíveis no mercado considerando estratégias econômico financeiras personalizadas em produtos de crédito, câmbio, gestão de recursos, conta digital, investimentos, serviços financeiros, seguros, entre outros, sempre como foco em tornar o negócio de seus clientes cada vez mais rentáveis.
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