O futuro do marketing começa hoje
Por
Camilo Barros - Head of Sales and Partnerships Latam da VidMob*
Falar sobre o futuro do marketing é um
exercício indispensável e motivador por necessidades estratégicas. Poderia
abordar muitas ações nesse ecossistema, mas vou fechar o foco no que está
funcionando agora. Afinal, até que ponto a nossa lente alcança o futuro? A
partir de qual ponto é chute ou ilusão de ótica? Para fugir das armadilhas
precisamos ter como base as tendências que já estão aí, mas ir mais longe
naquilo que emerge, e que nos permite criar cenários para entender os caminhos
a serem trilhados até esse futuro de maneira consistente.
A análise pode parecer difícil por se
tratar de um universo dinâmico com tendências que valem para hoje, mas podem
estar superadas amanhã. Entretanto, ignorá-las representa estagnação, enquanto
a concorrência avança. O marketing é um organismo vivo que precisa ser
alimentado e retroalimentado com estratégias e ter a sua rota observada a todo
momento, sem isso ele estaciona. Sem marketing atuante, não se atrai cliente,
não se cresce e não se constrói a longo prazo. Talvez aqui seja a principal
mudança neste cenário, o marketing agora é da porta para fora, é muito mais
sobre o consumidor do que sobre a empresa e seu mercado.
Assumindo assim que o cliente, centro de
todas as estratégias, nos condiciona a produzir ações interativas que falem
diretamente com ele, sem meias palavras, numa campanha direta e assertiva,
temos aí um dos indicativos de futuro. Exemplos dessa interação já se
apresentam na expansão da realidade virtual, ou na profusão de vídeos cada vez
mais ajustados à audiência. Até mesmo os chatbots, que transformam a interação
do cliente com a empresa, já figuram como produto que veio para ficar, além de
podcasts que sinalizam que as campanhas de voz estarão em alta.
E isso é apenas o início de um processo
de construção de experiências personalizadas permanente, não importando se é
para vender um produto, serviço ou projeto. A mensagem tem de tocar o
consumidor e ela definirá a capacidade de crescimento das vendas e sua presença
no mercado. Quanto mais impactante e assertivo for o contato com o cliente,
mais próximo dos objetivos de conversão, e isso requer investir muito mais em
Inteligência Artificial e machine learning, pois estas ferramentas estão
transformando esse universo com dados enriquecidos por Inteligência
Criativa.
Elas não estão aí apenas para oferecer
acuidade no acompanhamento do desempenho das campanhas. Essas soluções exercem um
papel fundamental no entendimento de como o cérebro reage a determinados
elementos expostos nessas campanhas, gerando análises mais eficientes e
permitindo uma tomada de decisão com base em dados eficientes, em tempo real,
mudando rotas e alterando resultados.
E por falar em ferramentas, aquelas
desenvolvidas com Realidade Virtual como, por exemplo, os filtros de Realidade
Aumentada vão se tornar mais presentes e úteis à medida que a tecnologia avança
e o consumidor cobrar essa interação. Como essas ações criam impacto, elas
definem caminhos que se aproximam muito mais do consumidor por um apelo
emocional. Quando ele consegue interagir com um produto, por exemplo, “inserir”
um sofá virtualmente em sua sala ou “vestir” uma roupa, ele passa a cobrar essa
interação porque ela se torna parte do seu mundo. E quando a marca entende que
é isso o que seu consumidor procura, ela cobre a expectativa e se aproxima dele
de maneira mais efetiva, porque a experiência pessoal é intransferível e ao
atender a satisfação o ciclo se fecha.
Por serem personalizáveis é que essas
ferramentas estão ancoradas no futuro. São ações envolventes que definirão o
marketing emocional. Não é por acaso que fabricantes de carros têm investido
nessa experiência de realidade virtual. Se antes os detalhes de um veículo eram
apresentados em diferentes situações sem interação direta, hoje ele pode ser
explorado por dentro e por fora a partir de um smartphone. Quantas pessoas você
conhece que vão a uma concessionária de veículos conhecer um lançamento?
Conhecer o produto na palma da mão é mais simples. Isso vai impulsionar vendas
de maneira impactante em vários segmentos.
O novo marketing também vai envolver o
crescimento do que chamamos de Creator Economy, onde a base é a construção de
narrativa da sua marca que passa a atuar com pensamento de comunidade, que
entende e se assemelha ao público-alvo. Essa nova economia tem movimentado todo
o mercado, gerando novas oportunidades para diversos setores. Hoje, ela está
passando por um movimento que transformou influenciadores em geradores de
conteúdo. Não se paga para utilizar um espaço no canal do influenciador, mas
para que ele, com a sua linguagem e no perfil da própria marca, apresente o
produto para o público específico que a campanha quer alcançar e são seus
seguidores. Isso é futuro e também já está aí!
Mas, a grande questão que une toda essa
inovação é que o profissional de marketing precisa se atualizar. Muito se
discute sobre o CMO do futuro, esse futuro chegou e quem ainda não mudou
precisa agir rápido. Esse profissional que muitos diziam ter os dias contados,
na verdade tem um papel muito importante neste novo mundo orientado por dados.
Em companhias que já colhem frutos deste novo modelo o CMO já provisiona mais
tecnologia do que o CTO. Por isso, ele precisa usar os dados para gerar
intimidade com o consumidor, que nunca teve tanto poder de mudar os caminhos de
uma empresa através de suas estratégias de marketing. Dados por si só são
apenas dados, e cabe a esse novo profissional de marketing conhecer as
ferramentas que vão permitir utilizá-los para agir em seu negócio.
O consumidor vai querer cada vez mais
ser surpreendido, mas com algo que fale ao seu coração. Não basta gerar um
projeto de AR inovador sem que exista uma campanha impactante, pensada na forma
e no conteúdo, de maneira que possam interagir criativamente e cativar a
audiência. Impulsionar vendas com ações de marketing obrigará ao uso de
técnicas variadas para que o arco narrativo seja mais envolvente e pessoal. E
como o grande número de plataformas para as quais as campanhas precisam ser
desmembradas, não se trata de um formato, mas de vários, e isso para vender um
mesmo produto. Mas se houver dúvida após a venda, basta acionar o chatbot para
resolver no ato, consultando os assistentes de voz que terão espaço cada vez
maior nesse universo.
O que não há mais espaço é para a dúvida
em seguir pela inovação ou pela excelência operacional. Esse novo profissional
precisa exercer uma gestão ambidestra, ou seja, não se pode apenas pensar na
inovação e no desenvolvimento de um futuro e ter dificuldade de operar no
presente. Se o foco estiver apenas na excelência operacional ele terá
dificuldade de inovar e se destacar para ter vantagem competitiva no
futuro.
Você está ajustando a sua lente para
enxergar as alternativas que lançam olhar no futuro? Não há tempo a perder, mas
também vale lembrar, nunca é tarde para começar a sua jornada. E estou falando
de um futuro que começa hoje.
*Camilo Barros - Head of Sales and Partnerships Latam da VidMob, plataforma líder mundial em Inteligência Criativa que fornece uma solução tecnológica de ponta a ponta para ajudar as marcas a melhorar seus resultados de marketing
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