O papel do planejamento sucessório para a segurança de médias e grandes empresas
Por Diego Weis Júnior e Túlio Alencar*
Garantir a segurança jurídica, a
continuidade na gestão empresarial e gerar economias tributárias. Esses são
alguns dos muitos benefícios do planejamento sucessório para empresas e que
podem significar a diferença entre a manutenção do negócio ou seu encerramento,
após a falta do gestor. Porém o mais importante, e que torna o planejamento
sucessório essencial para a saúde das empresas, é a possibilidade de fazer o
planejamento ainda em vida, gerando ações que facilitarão o processo sucessório
e evitarão futuras disputas judiciais.
O planejamento sucessório empresarial
visa fazer a antecipação de riscos que podem surgir em caso de incapacidade ou
morte dos gestores. A partir de uma análise profunda e especializada, será
traçado um plano para responder a cada um desses riscos. Especificamente, no
caso de planejamento sucessório empresarial, seguem-se dois caminhos
paralelamente. O primeiro é referente à causa
mortis, que diz respeito a questões de herança e tributárias, o
segundo é sobre questões de gerenciamento, ou seja, sobre como ficarão os
poderes empresariais em caso de falecimento. Esse planejamento evita
principalmente litígios e disputas posteriores.
Trazer a discussão para quando o gestor
ainda pode mediar as decisões, declarar sua vontade e, principalmente, traçar
em conjunto com todos os envolvidos um plano para quando vier a faltar,
garantem a continuidade do negócio em qualquer situação adversa. Seja na
questão da gestão empresarial, como na sucessão de bens e direitos, essa ação
traz segurança jurídica e pode ser decisiva entre a manutenção do negócio ou o
seu encerramento.
Na nossa experiência na área jurídica,
observamos situações em que a falta de planejamento sucessório acarretou no
bloqueio das contas da empresa até a resolução judicial, que pode levar alguns
dias ou até semanas. Nesse período é possível perder grandes negociações ou até
mesmo ser engolido pelos concorrentes. Risco que é exaurido quando há um
planejamento sucessório.
Outro benefício é quanto às possíveis
economias tributárias, substanciais quando há um planejamento antecipado. Há
aspectos tributários em que a falta de planejamento acaba acarretando maiores
custos, como por exemplo o ITCD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doação de Quaisquer Bens ou Direitos). A partir da análise do patrimônio do
gestor e da empresa, é possível fazer antecipação de doação ou até a criação de
uma holding familiar já com definição de cotas, o que, não raro, traz
benefícios.
A escolha de qual processo seguir
dependerá de uma análise especializada em planejamento sucessório empresarial e
poderá ser diferente, variando de caso a caso. Essas ações geram economias nos
impostos de transferência de bens após o falecimento, podendo em alguns casos
nem haver a necessidade de novos pagamentos. O principal benefício é que essas
ações evitam a indisponibilidade imediata dos bens no caso de falecimento.
Além disso, importa ressaltar que um
planejamento sucessório, com a constituição de holdings, por exemplo, pode resultar em
significantes economias de tempo e dinheiro com a tramitação de inventário,
pois as definições podem ser antecipadas com os herdeiros, sem, contudo,
retirar do titular atual do patrimônio os seus poderes de gestão e decisão
sobre os bens.
Nesse sentido, o planejamento sucessório
empresarial impede uma burocracia futura e evita que um grande negócio venha
acabar por falta de uma ação preventiva.
*Diego Weis Júnior é advogado-sócio do
escritório Moreira Garcia Advogados, contador, com MBA em Gestão Tributária.
*Tulio Alencar é advogado e gerente
jurídico do escritório Moreira Garcia Advogados, especialista em Direito
Cível.
Sobre o Moreira Garcia e Weis Advogados Associados – Focado em advocacia trabalhista, tributária e empresarial/societária, o escritório Moreira Garcia Advogados Associados foi fundado em 2015 e apresenta aos clientes soluções por meio de estratégias consultivas e preventivas, além de oportunidades de negócio. A banca conta com profissionais com mais de 15 anos de experiência, apresentando amplo domínio em áreas do conhecimento que ultrapassam o campo jurídico e incluem contabilidade, tributação, acordos e negociações coletivas. A sede está localizada em Porto Velho, Rondônia, e a firma tem como sócios Flaviana Moreira Garcia e Diego Weis Júnior.
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