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Onça-pintada é registrada pela quinta vez em reserva no Norte Goiano

               Entre vídeos e pegadas, novo registro

soma a quinta aparição da espécie no Legado Verdes do Cerrado

 

Presença do animal atesta a qualidade ambiental do território, que tem uso múltiplo do solo, com um modelo de gestão que alia negócios tradicionais com os da nova economia

 

O novo registro reafirma a área como um corredor ecológico para onça-pintada no Cerrado, bioma onde a espécie está ameaçada de extinção

 

O maior felino selvagem das Américas, a onça-pintada (Panthera onca), foi registrado, pela quinta vez no Legado Verdes do Cerrado – Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável de propriedade da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), localizada em Niquelândia (GO). O animal é um macho adulto que, pela aparência física, indica estar em boa saúde. É a quinta aparição da espécie, que teve o registro realizado em agosto deste ano pelas câmeras de monitoramento de fauna, por meio do projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade, conduzido pela Reserva desde novembro de 2020 para o levantamento de espécies no território.

 

O primeiro registro em vídeo da espécie no Legado Verdes do Cerrado aconteceu em 2019. Nos anos seguintes, pegadas do animal foram vistas em diferentes pontos da Reserva, indicando que a espécie ainda estava presente no território. A confirmação veio em agosto deste ano, quando as chamadas “armadilhas fotográficas” fizeram um novo registro do felino.

 

As armadilhas fotográficas, também conhecidas como câmera traps ou câmeras de monitoramento de fauna, têm se destacado entre os métodos de registro de animais na Reserva. Esses equipamentos possuem uma câmera digital embutida com um sensor de temperatura e movimento. Quando eles detectam a movimentação de algum animal, ao mesmo tempo em que identificam uma temperatura diferente daquele ambiente, a câmera começa a capturar imagens – em vídeo ou foto, sem qualquer contato ou interferência com o animal. 

 

Por ser um equipamento que não causa incomodo nos animais, permite registros até das espécies mais difíceis de serem avistadas, como a onça-pintada. Ainda que os ambientes de savana, como o Cerrado, sejam mais propícios para o avistamento de animais, registrar uma onça-pintada em muitas localidades onde o bioma ocorre, é raro.

 

Isso porque, no Cerrado, a espécie está classificada como “Em Perigo”, de acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2018), divulgado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

 

“Para se ter ideia do que isso significa, depois dessa classificação – ou grau de ameaça –, faltam apenas duas categorias antes de o animal ser considerado extinto na natureza. Embora não sejam números exatos, atualmente, a estimativa para população de onças-pintadas no Cerrado é um pouco mais de 250 indivíduos”, diz Stephanie Simioni, bióloga do Onçafari, associação criada para estudo e conservação da vida selvagem.

 

A bióloga acrescenta ainda que as populações de onça-pintada no Cerrado foram reduzidas em mais de 50% nos últimos 25 anos, principalmente devido ao desmatamento. “Essas populações estão em um estado melhor do que as da Mata Atlântica e Caatinga, onde estão ‘Criticamente Ameaçadas’, ou seja, a um passo da extinção na natureza, porém correm sérios riscos ao longo do tempo. Por isso, registrar esses animais é sempre um motivo de comemoração”, diz Stephanie.

 

O Onçafari é parceiro da Reservas Votorantim – gestora do Legado Verdes do Cerrado e do Legado das Águas, no Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo – no monitoramento de grandes felinos. A parceria teve início em 2020, no Legado das Águas. O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.

 

Corredor para as onças

 

A bióloga do Onçafari também explica que a presença da onça-pintada é um indicador de qualidade ambiental. “Por ser um predador do topo da cadeia, a onça-pintada precisa de um ambiente saudável e equilibrado para existir. Ela ajuda no controle de populações e são importantíssimas no ecossistema em que estão inseridas, gerando um impacto positivo em escala de paisagem, ou seja, para toda uma região. Entretanto, as populações de onças vêm diminuindo ao longo das décadas, sendo o desmatamento e a caça as principais ameaças. Dessa forma, ao mesmo tempo em que a presença desse animal atesta a qualidade ambiental, também deve ser conservado, para que encontre ali um refúgio, conectado a outas áreas conservadas, formando corredores ecológicos paras as espécies”, diz.

 

Diversas regiões do estado de Goiás (e do Brasil, onde o bioma ocorre) foram classificadas como Áreas Prioritárias Para Conservação do Cerrado no Brasil, e hotspot mundial de biodiversidade, ou seja, que necessitam de proteção e conservação para assegurar a sua riqueza biológica. A região de Niquelândia, onde o Legado Verdes do Cerrado está inserido, é uma delas¹.

 

Para David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, o Legado Verdes do Cerrado está localizado próximo a importantes Unidades de Conservação, reafirmando a importância do território para a conservação da biodiversidade do bioma. “A localização estratégica da Reserva aliada ao modelo de negócio, permite gerar receita mantendo a floresta em pé. E esse é um modelo replicável. Isso significa que outras áreas de Cerrado, onde a onça-pintada e outras diversas espécies animais símbolos do bioma e da biodiversidade brasileira vivem, podem coexistir com o múltiplo uso do solo”.

 

Monitoramento de fauna

Para ampliar o conhecimento, catalogação e descoberta de novas espécies e registros de animais raros, O Legado Verdes do Cerrado instalou, neste ano, 20 armadilhas fotográficas em diferentes pontos do seu território. O recente registro da onça-pintada já é resultado dessas câmeras.

No entanto, conforme explica Canassa, desde a fundação da Reserva, em 2018, é realizado o levantamento da riqueza biológica presente no território, incluindo da fauna. “A CBA e a Reservas Votorantim já acreditavam que o território do Legado Verdes do Cerrado é um importante refúgio para a vida selvagem do bioma, e os registros ao longo desses cinco anos do Legado estão comprovando isso. O objetivo com o levantamento da riqueza biológica da Reserva é contribuir para o aumento do conhecimento que se tem sobre o bioma, além de gerar dados que subsidiem a criação de negócios baseados na nova economia que revertam na conservação do território”, explica o diretor.

Além da onça-pintada, a onça-parda (Puma concolor) foi outro grande felino registrado na Reserva, mas de forma mais abundante. De 2019 a 2022 foram 15 registros em diferentes pontos da Reserva. A quantidade de avistamentos de onça-parda já possibilitou observar diferentes atividades da espécie, como caminhadas e paradas para beber água.  Atualmente, além dos grandes felinos selvagens, o Legado Verdes do Cerrado já catalogou mais de 90 espécies animais, como veados, caititus, antas, tamanduá-bandeira e lobo-guará. 

 

¹Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade no Cerrado e Pantanal, WWF-Brasil e Ministério do Meio Ambiente (MMA)

 

Sobre o Legado Verdes do Cerrado

O Legado Verdes do Cerrado, com aproximadamente 80% da área composta por cerrado nativo, é uma área de 32 mil hectares da CBA - Companhia Brasileira de Alumínio, uma das empresas investidas no portfólio da Votorantim S.A. A cerca de três horas de Brasília, é composta por dois núcleos. No núcleo Engenho, nascem três rios: Peixe, São Bento e Traíras, de onde é captada toda a água para o abastecimento público de Niquelândia/GO. Nele está a sede do Legado Verdes do Cerrado onde, em 23 mil hectares, são realizadas pesquisas científicas, ações de educação ambiental e atividades da nova economia, como produção de plantas e reflorestamento; enquanto 5 mil hectares são áreas dedicadas à pecuária, produção de soja e silvicultura. O núcleo Santo Antônio Serra Negra, com 5 mil hectares, mantém o cerrado nativo intocado e tem parte de sua área margeada pelo Lago da Serra da Mesa.

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Sobre a CBA

 

Desde 1955, a CBA - Companhia Brasileira de Alumínio - atua de forma integrada, da mineração ao produto final. Com capacidade de gerar 100% da energia consumida através de fontes renováveis, a CBA fornece soluções sustentáveis para os mercados de embalagens, transportes, automotivo, construção civil e bens de consumo, além de ser líder em reciclagem de sucata industrial de alumínio.

 

Com a abertura de capital em 2021 (CBAV3), foi a primeira Companhia no segmento a ter ações negociadas na B3. Com receita líquida de R$ 8,4 bilhões em 2021 e R$ 1,5 bilhão de EBTDA ajustado no período, a CBA tem o compromisso de garantir a oferta de alumínio de baixo carbono em parceira com os stakeholders, desenvolvendo as comunidades em que está inserida e promovendo a conservação da biodiversidade.

 

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