Prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade no Brasil
Temática
de campanha internacional deste ano ressalta a importância do contato pele a
pele dos pais com os bebês prematuros
O
nascimento de bebês prematuros é uma situação preocupante no Brasil. Um bebê é
prematuro quando nasce antes da 37ª semana de uma gestação. O país ocupa a 10ª
colocação no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros e tem
na prematuridade a principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos
de idade. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o
Ministério da Saúde, 11,7% dos partos ocorrem antes do tempo.
A
campanha mundial Novembro Roxo joga luz sobre o problema e tem como objetivo
sensibilizar e conscientizar sobre os cuidados e a prevenção, além de alertar
sobre as implicações da prematuridade às crianças, podendo causar problemas
sérios e até levar à morte.
De acordo com o
Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340.000 nascimentos
prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos.
Neste
ano, o tema principal da Prematuridade ressalta a importância do contato pele a
pele dos pais com os bebês prematuros, desde o nascimento. “A presença dos
responsáveis nas unidades de terapia intensiva e semi-intensiva neonatal, seja
pelo contato via voz ou pelo toque, fortalece o vínculo com a criança, fazendo
com que ela se sinta mais segura e protegida. São gestos de amor que auxiliam
muito no tratamento”, destaca a enfermeira da Coordenação de Cuidados Especiais
da Fundação São Francisco Xavier, Paloma Clara Araújo Zortea.
Com
quase 518 altas de bebês prematuros, no período de janeiro a setembro deste
ano, as unidades de UTI Neonatal do Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga,
promovem o contato pele a pele por meio do método Canguru, técnica que estimula
de forma progressiva a relação com a criança, fazendo com que ela possa sair da
incubadora e passar alguns momentos sobre o tórax da mãe ou do pai. “É o famoso
colinho, algo simples para qualquer bebê, mas muito comemorado em se tratando
de prematuros. É uma emoção muito grande para os pais e para todos da equipe
que acompanham o gesto”, explica Paloma.
Time
do amor
Se
o contato com os pais é considerado fundamental para dar assistência aos
prematuros, imagine quando essa dose de amor ganha reforço. Recentemente, a
unidade Neonatal do HMC retomou a visita dos avós, que podem ficar perto dos
netinhos e netinhas todas as terças-feiras. Por um período de meia hora, eles
levam muito carinho na torcida pela alta dos pequenos.
Maria
Auxiliadora Correia Barcelos visitou as netinhas Melina e Eduarda. Emocionada,
ela conta que ter a oportunidade de encontrá-las, mesmo que brevemente, é um
alívio para o coração. “Saber que uma criança vai nascer prematura nos traz
medo e insegurança, mas estou sempre em oração para que minhas netas fiquem bem
e, a cada visita, é gratificante ver o desenvolvimento delas.”
Acolhimento
Acolhimento
parece ser mesmo o caminho para vencer a prematuridade. Geilza Silva é mãe de
Pérola Vitória, que nasceu com 32 semanas, pesando 1,7kg. A pequena foi
diagnosticada com a síndrome de Dandy-Walker, uma malformação
congênita do cérebro que envolve a região do cerebelo, e precisou ficar 88 dias
internada na UTI Neonatal do HMC.
“Minha filha nasceu com essa síndrome rara e passou por uma cirurgia com nove dias de vida, depois precisou ser entubada duas vezes. Foram momentos de muita apreensão. Por muitas vezes, deixei o hospital desacreditada, mas minha pequena venceu e Deus acalmou meu coração, colocando em meu caminho pessoas maravilhosas. O carinho das técnicas, enfermeiras e médicas, enfim, o cuidado e o amor de todos os profissionais do HMC são um afago na alma”, comentou.
Nenhum comentário