Região do Ibirapuera é ameaçada com aprovação do aumento de ruído
Um abaixo-assinado ganhou força na internet
para tentar reverter a decisão da prefeitura
De carona com o texto
que aprova a regulamentação das “dark kitchens” – cozinhas voltadas apenas ao
atendimento de pedidos de delivery –, a Prefeitura de São Paulo alterou o
parágrafo 2º, do artigo 13º do substitutivo, que estabelece um limite de 85
decibéis para grandes shows e eventos.
Líderes da oposição
argumentam que a proposta tenha um “jabuti” – termo usado quando um tema
diferente é incluído dentro do projeto de lei. Ainda, a prefeitura vem
articulando a elevação do limite sonoro pela cidade, como na região do Allianz
Parque, que é uma ZOE (Zona de Ocupação Especial), e tem sido alvo de multas
devido a infrações ao limite de barulho da região.
A aprovação do aumento
do barulho causou indignação entre os moradores do entorno do Ibirapuera, que
já sofrem com os ruídos provocados pelo próprio parque, além dos ruídos vindos
do aeroporto de Congonhas. Divergentes da decisão do município em permitir o
aumento do barulho, alegando danos prejudiciais à saúde, foi articulado um abaixo-assinado
na internet contra a proposta.
De acordo com
especialistas, com a permissão do aumento do barulho, além do incômodo
instantâneo, a longo prazo destrói, de forma irreversível, as células
sensoriais, provocando surdez, além da sensação de ouvir um zumbido na ausência
de qualquer som externo.
As regras atuais da Lei
de Zoneamento estabelecem um limite na Zona Mista, sendo de 60 dB entre 7h e
19h, 55 db entre 19h e 22h e 50 dB após as 22h. Com a mudança para 85 dB,
multiplica-se por oito a sensação de ruído que chega ao ouvido.
A Organização Mundial
da Saúde (OMS) indica problemas de saúde que vão além da perda de audição, como
estresse, depressão, distúrbios cardiológicos e renais devido a exposição a
altos níveis de ruído.
Segundo Simone Boacnin,
presidente da Associação Viva Moema, a alteração na Lei é incoerente. “A
proposta é um desrespeito com todos os paulistanos, pois são enormes os
prejuízos causados pela elevação dos ruídos, em uma cidade que já é barulhenta
por diversos elementos que produzem ruídos, como aeroporto e trânsito
excessivo. Elevar os decibéis em eventos musicais atende interesses privados, e
não da população”, pondera Simone.
O abaixo-assinado pode
ser acessado através desse link: change.org/p/prefeito-ricardo-nunes-85-decibels-n%C3%A3o?signed=true
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