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Turismo étnico: conheça a nova forma de imergir na cultura de outros povos

Patrimônios materiais e imateriais são os principais atrativos deste modelo, que valoriza e fortalece comunidades

Créditos: iStock

O turismo cultural brasileiro vivencia um momento positivo. O mapeamento realizado pelo Ministério do Turismo, junto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou que, pelo segundo ano seguido, houve aumento no número de viagens motivadas por cultura e gastronomia, com acessos a patrimônios históricos e culturais. Em 2021, a recorrência foi de 16%, e, em 2020, de 15,5%. Desse modo, esse tipo de passeio passa a ocupar a 3ª posição na preferência dos viajantes.

O cenário pandêmico dos últimos dois anos alterou os planos de diversos turistas e, consequentemente, contribuiu para que a procura pelos destinos nacionais fosse aquecida. Ainda assim, esse não é o único fator que exerce influência no fortalecimento do turismo cultural, visto que as características e oportunidades exclusivas dessa modalidade formam um poderoso atrativo para aqueles que buscam por novas experiências. 

Bagagem de memórias

Passear por um museu ou apreciar as belezas arquitetônicas de um povoado acaba sendo um itinerário comum nas viagens cotidianas. Porém, em sua versão cultural/étnica, o visitante se sente provocado a não apenas navegar pelas águas culturais do local, mas, sim, mergulhar de encontro às raízes e histórias que sustentam aquela comunidade, bem como o seu grupo social. 

O antropólogo mundialmente reconhecido Clifford Geertz associa a cultura com o modo de vida de um povo. Logo, nada mais coerente do que o turismo étnico despertar o protagonismo da comunidade local e fazer do visitante um admirador privilegiado. Esse arranjo tem apoio da Organização Mundial do Turismo (OMT), que entende essa forma de fazer turismo como um meio de valorizar e fortalecer as tradições do grupo.

Como viajar?  

Mesmo que o Brasil seja um país de dimensões continentais, é plenamente possível fazer turismo étnico sob quatro rodas. A alternativa pode ser, em algumas situações, mais econômica do que uma viagem aérea. Mas a maior vantagem, inegavelmente, é a autonomia durante todo o trajeto. 

Seja rumo ao norte ou ao sul, a uma comunidade indígena ou quilombola, não existe segredo para conseguir uma boa viagem. Basta planejar o roteiro, instalar um bagageiro de teto no carro para garantir espaço e alimentar a vontade de conhecer diferentes fazeres, saberes e valores culturais, que integram as bases das tradições brasileiras. 

Rotas antirracistas 

O turismo étnico-afro tem encontrado apoio e incentivo em entidades e organizações que entendem a necessidade de combater o apagamento das histórias de negros e negras que foram escravizados no país. Aliadas às agências de turismo afrocentradas, essas iniciativas se comprometem a colocar no mapa e no imaginário dos brasileiros destinos que são símbolos da luta antirracista. Na rota estão, por exemplo, o projeto Prodetur Salvador, na capital baiana; São Luís (MA), que é a segunda capital com maior população negra; e Palmares (AL), local histórico de resistência na época da escravidão.

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