COPOM: Banco Central mantém a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano
Por Elizabeth Farias e Fabrício Silvestre,
economistas do TC
Copom: Brasil | Dezembro de 2022
O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil manteve por
unanimidade a taxa básica de juros brasileira em 13,75% ao ano.
Em comunicado após a decisão, o Copom
reiterou que segue vigilante no combate à inflação, avaliando se a estratégia
de manutenção da taxa de juros será capaz de assegurar a convergência da
inflação.
Sem muitas surpresas, o Bacen reforçou a
estratégia de manutenção da Selic, em 13,75%, por um tempo suficientemente
prolongado.
O Comitê indicou também que acompanhará
com atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal.
O aumento de gastos de forma permanente
e a incerteza sobre o arcabouço fiscal a partir do novo governo podem elevar os
prêmios de risco do país e as expectativas de inflação, diminuindo o espaço
para os cortes na taxa básica de juros no próximo ano.
Em nossa leitura, “o não hesitar em retomar o ciclo se o processo de
desinflação não transcorrer conforme o esperado” ganhou mais peso depois das
movimentações do novo governo para expandir os gastos e da falta de
sinalizações que evidenciam o compromisso com uma regra fiscal crível.
Entendemos que a estratégia do Copom deve se manter consistente com juros
parados e, por ora, a retomada do ciclo de aperto monetário no curto prazo é
de baixa probabilidade e requer uma deterioração expressiva das tensões ao
redor do quadro fiscal.
Desde o último comunicado do Copom, em setembro, o cenário de referência do BC
para inflação foi ajustado de 5,80% para 6,00% em 2022, de 4,80% para
5,00% em 2023 e de 2,90% para 3,00% em 2024.
Em seus cenários para a inflação, a autarquia sinaliza que a balança de riscos
permanece simétrica, com alerta sobre o efeito do quadro fiscal sobre as
expectativas.
Do lado altista, destacam-se: a maior persistência de pressões inflacionárias
globais; a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal; e o crescimento da
atividade econômica acima do esperado.
Já pelo lado baixista, os principais pontos abordam: a queda adicional nos
preços das commodities; a desaceleração mais acentuada da atividade econômica
global; e a manutenção de cortes de impostos federais em 2023.
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