Conheça um pouco mais sobre a magia por trás da série sobre o Balão Mágico, um ícone dos anos 80
Fama precoce e questões que ressoam nos
dias atuais: Ricardo Lerman, editor da série, conta como foi fazer parte dessa
grande produção que fala sobre a trajetória de um dos maiores grupos do país
São
Paulo, julho de 2023 – A turma
do “Balão Mágico” foi um fenômeno da cultura infantil que marcou uma geração.
Agora, quarenta anos depois, Simony, Tob, Jairzinho e
Mike se reencontram para relembrar a trajetória e contar histórias inéditas na série
documental “A Superfantástica História do Balão”.
Dividida em três episódios, que já estão disponíveis no Star+, plataforma de
serviço de streaming por assinatura, a
produção mostra como foi o desenrolar da história do grupo e como isso marcou
cada um dos integrantes de maneira diferente, já que as crianças trabalhavam
como adultos em uma época sem tantas regras e controles. A série discute também
quais as implicações dessas questões, que ressoam nos dias atuais, como a
exposição pública e o impacto da fama precoce, em um contexto de
influenciadores digitais e redes sociais.
Os
diretores, produtores e editores dedicaram boa parte do tempo para refletir
sobre a abordagem mais adequada para contar a história, incorporando toda a
intensidade e frenesi da década. Período marcado por uma mistura de euforia
devido à abertura democrática, a empolgação com novas formas de entretenimento
e, no contexto da série, o reconhecimento da importância do público infantil
como uma fatia significativa do mercado de consumo no Brasil.
Para o
editor da série, Ricardo Terdiman Lerman, que também foi
responsável pela edição de “Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez”,
indicada para o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor série
documental, essa reflexão sobre as consequências e os desafios enfrentados
pelos envolvidos foi algo marcante, já que ao longo da edição ele conseguiu ver
o nascimento de muita coisa atual naquela época e as consequências que isso
trouxe para todos os envolvidos.
Ser
editor de uma grande série documental sobre um dos maiores ícones do país é uma
posição de extrema importância e responsabilidade, pois a função desempenha um
papel fundamental na criação e finalização do produto final, ajudando a moldar
a narrativa, a estrutura e o estilo visual do documentário. Ricardo
trabalhou na edição de todos os episódios de “A Superfantástica
História do Balão”. “Especialmente no primeiro, contribui para tentar chegar
nessa linguagem e estética que estivessem de acordo com a história que seria
contada, depois isso foi aplicado aos outros episódios. O Balão teve toda essa
trajetória, que envolveu muito carinho, qualidade musical, aprendizado, mas
também excessos, traumas, arrependimentos e loucuras da década. Acho que a
edição conseguiu dar conta de passar isso de uma forma pertinente que eu me
orgulho”, afirma o editor.
A edição
também aproveitou algo que foi muito marcante na época, a linguagem do VHS. Uma
ideia, que de acordo com Ricardo, deixou a série com a cara caótica da década.
“Usamos referências ligadas ao formato de vídeo, que eram bem comuns para a
época, como quando as imagens do aniversário de alguém invadiam uma gravação do
programa de culinária que foi gravado na mesma fita. A forma da edição ajudou a
contar uma história que ainda tem ressonância afetiva para muita gente”,
explica o editor, que revela que fazer esse trabalho foi algo desafiador. “Além
da importância do fenômeno musical e televisivo, que por si só já gerava uma
expectativa grande do público para o documentário, era importante encontrar uma
linguagem que estivesse em sintonia com a década de 80, que também foi muito
marcante no Brasil e no mundo”, finaliza Ricardo.
Sobre
Ricardo Lerman
Ricardo,
34 anos, trabalha como editor de audiovisual para cinema, televisão e internet.
Seus trabalhos mais recentes incluem, além de “A Superfantástica
História do Balão” e “Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez”, a edição
da série “Coisa de Menino”, lançada pela HBO, “De amor e de luta” que pode ser
assistida no Globoplay e muitas outras.
Formado
em História pela Universidade de São Paulo, ele tem mestrado na Escola de
Comunicações e Artes pela mesma universidade. Começou no ramo há mais de 12
anos, já fez vídeos para centros culturais, foi trainee e freelancer do jornal
Folha de São Paulo e realizou produções para os mais diversos veículos. Em
2017, se juntou à produtora de televisão e cinema “Producing
Partners”, que tem donos brasileiros que já moram há décadas nos
EUA e realiza produções para países no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Desde então, editou projetos que alcançaram prestígio no mercado de audiovisual e se tornaram referências. Entre eles, o programa “Immersive World” exibido no canal norte-americano “All Arts” e também no canal brasileiro “Arte 1”, que ganhou um Emmy como melhor programa curto sobre arte.
Nenhum comentário