COMBATE à CRIMINALIDADE SIM. CHACINA NÃO
A
chacina do Guarujá, realizada pela Operação Escudo, deflagrada na Baixada
Santista no final de julho de 2023, não pode ficar impune, para os defensores
dos direitos humanos e os democratas em geral.
Esse
fato lamentável deixou, até agora, 16 mortos. Essa ação policial, que contou
com equipes especializadas das polícias Militar e Civil, nas comunidades da
Vila Julia e da Vila Zilda, em Guarujá, litoral de São Paulo, com
aproximadamente 600 agentes, teve início após o PM Patrick Bastos Reis, de 30
anos, morrer baleado durante o patrulhamento no local.
O
Instituto Piracicabano de Estudos e Defesa da Democracia – IPEDD - manifesta
seu repúdio ao assassinato de Patrick, solidariza-se com os seus familiares e
amigos e almeja que, na forma da lei, o autor desse crime seja identificado e
punido.
A
polícia tem que agir, contudo, é inaceitável que tal fato justifique a matança
vingativa e indiscriminada, lamentavelmente endossada pelo governador paulista
e seu secretário de segurança.
Combater
o crime organizado com invasões em comunidades pobres, valendo-se de ações de
guerra por terra e por ar, a exemplo do que faz o estado do Rio de Janeiro, nos
mostrou a ineficácia dessa estratégia, pois os traficantes acabam fugindo, a
comunidade amedrontada acaba perdendo entes queridos e inocentes, os militares
invasores vão embora, ficando na mira dos criminosos os policiais destacados
para guardar e servir a essas comunidades.
Em vez
disso, uma verdadeira política de segurança pública, lastreada em valores
éticos, humanos e democráticos, deve se concentrar na racionalidade, no apuro
tecnológico e no profissionalismo da polícia e não na proclamação fascista de
que “bandido bom é bandido morto”.
O IPEDD
condena esse banho de sangue, que sempre focaliza apenas os pobres e pretos, repudia
o pronunciamento irresponsável do governador do Estado de São Paulo e espera
que os responsáveis sejam identificados, julgados e condenados na forma da lei,
Piracicaba, 3 de agosto de 2023.
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