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O novo PAC e o setor de máquinas e equipamentos

Gino Paulucci Jr.*

O Brasil precisa de taxas de crescimento superiores, de maiores taxas de investimentos, de geração de empregos de qualidade, que garantam maiores rendas e reflitam em melhoria do bem-estar dos cidadãos. Hoje, mais do que nunca é fundamental a adoção de projetos bem estruturados, focados em qualidade de vida a partir da criação de melhores empregos, de investimento em treinamento da mão de obra, do cuidado com o meio ambiente e investimentos em ciência e tecnologia, em modernização e ampliação do capital produtivo, com maior presença no cenário internacional.


Para isso, o Brasil precisa perseguir a construção de uma infraestrutura moderna, precisa desenvolver uma indústria de transformação vigorosa, oferecendo linhas de financiamento atrativas, apoio a pesquisa e inovação e incentivo ao desenvolvimento de cadeias produtivas estratégicas, entre outros fatores.


É sabido que por força de décadas de baixos níveis de investimento provocados por políticas públicas equivocadas, a indústria brasileira vem perdendo importância na formação do produto nacional e, consequentemente, na geração de empregos estáveis e de qualidade. Pode-se dizer que é uma situação que coloca o Brasil como um case de economia que ingressou num processo de desindustrialização precoce, insustentável, numa nação cuja renda individual anual sequer havia atingido o patamar necessário para a absorção de serviços sofisticados.


A reversão dessa situação deve ser a prioridade absoluta em qualquer programa de governo para recolocar o país no caminho do desenvolvimento sustentável, na condição de nação que precisa, antes de mais nada, gerar empregos para seus 40 milhões de cidadãos econômica e socialmente vulneráveis.


Em termos de proposta, o novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento anunciado pelo governo federal em agosto desse ano tem por objetivo melhorar a infraestrutura, estimular o investimento privado e promover o desenvolvimento sustentável. Na prática, essas metas se alinham diretamente com as necessidades do setor de máquinas e equipamentos, especialmente no que se refere a estimular o investimento privado e promover o desenvolvimento.


O PAC se propõe a oferecer incentivos financeiros e fiscais para empresas que investem em inovação e tecnologia, o que é essencial para a competitividade do setor. Máquinas e equipamentos tecnologicamente avançados não apenas aumentam a eficiência das operações, mas também reduzem os impactos ambientais, tornando as empresas mais sustentáveis.


De outro lado, a modernização da infraestrutura, por exemplo, exige uma atualização constante das máquinas utilizadas em projetos de construção, pavimentação, transporte, entre outros. Outro ponto a ser considerado é a geração de empregos. O setor de máquinas e equipamentos é um grande empregador, e o aumento dos investimentos e da demanda por produtos desse setor pode resultar na criação de mais postos de trabalho, o que é crucial para uma recuperação econômica do país.


Mas precisamos lembrar que reduzir fortemente o “Custo Brasil”, além de manter os preços macroeconômicos favoráveis ao investimento produtivo, são condições necessárias para o país registrar crescimento sustentado, ampliar a importância da indústria de transformação no PIB e sua inserção no comércio internacional. Sem mencionar a importância das reformas previstas, principalmente a tributária e administrativa. O novo PAC permitirá isso? Só o tempo dirá.

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