Sustentabilidade na Indústria: construindo um futuro ESG no setor
Por Adriana Catelli
Segundo o estudo
"Transformação ESG: toda boa mudança começa com a gente", realizado
pela consultoria Vertico, apenas 17% das empresas brasileiras contam com uma
área focada em ESG há mais de cinco anos. No entanto, tudo indica que essa
realidade precisará ser transformada a partir de agora. Afinal, o Fórum Econômico Mundial, realizado no início de 2023, adverte sobre o
risco de “policrises”, conjunto de riscos globais aos quais as indústrias
precisam estar atentas.
Neste sentido, a
sustentabilidade na indústria tem ganhado força justamente por estar além da
esfera de preocupação com o meio ambiente, uma vez que, não estar atento a isso
certamente irá impactar as companhias do setor, gerando custos maiores e, até
mesmo, ameaçando a sua permanência no mercado.
Por isso, é
fundamental olhar para a agenda ESG com prioridade. A começar pela redução dos
recursos hídricos, utilização de energia limpa e relacionamento adequado com os
stakeholders, mantendo sempre uma comunicação transparente.
ESG na indústria:
Como as empresas conseguem ser mais eficientes gastando menos?
Essa é a grande
questão dentro da indústria quando o assunto é ESG, pensando que o conceito
está muito atrelado à gestão de desperdícios e ganho de produtividade. Em
resumo, se associadas as siglas às práticas industriais, o “E” está ligado à
gestão de recursos, o “S” ao relacionamento com os stakeholders e o “G”
aos princípios de governança, que pautam as boas práticas ambientais e sociais.
Ocorre que o
debate ambiental permeia pela minimização dos impactos do que é produzido no
meio ambiente e na sociedade. Para tanto, é preciso avaliar as externalidades negativas
que o negócio gera do ponto de vista ambiental e social, o que traz à tona uma
série de discussões, como a necessidade de aplicação de uma logística reversa,
avaliação do consumo de CO2 e produção de lixo eletrônico, além de tantas
outras.
A parte social,
além da relação com os stakeholders, está ligada ao público interno,
quando se coloca em prática as questões relacionadas à diversidade, inclusão,
equidade, liderança feminina e condições de trabalho mais justas. Além disso,
também diz respeito aos fornecedores das companhias, sendo importante
considerar negociações íntegras.
Há também o foco
na comunidade, em que os questionamentos devem diagnosticar os impactos da
indústria nesta camada, como por exemplo: o que produzo é poluente? Contamina a
água? As comunidades ao redor são impactadas?
Por fim, mas não
menos importante, a governança na indústria está atrelada à transparência.
Embora muitas empresas a vejam como compliance, agir de acordo com as
normas não é suficiente no cumprimento das boas práticas de governança. É
preciso garantir clareza nos balanços, em relatórios de sustentabilidade e na
documentação de processos.
Como construir
esse futuro juntos?
Tendo em vista
este cenário, é fundamental que as lideranças fomentem a discussão acerca da sustentabilidade
na indústria, permitindo que as práticas sejam, de fato, parte de sua cultura
organizacional. Só assim as tomadas de decisão serão norteadas pela necessidade
de assegurar o cumprimento da agenda ESG.
Desta forma, o
primeiro passo é ouvir os stakeholders para iniciar um diagnóstico e
entender os riscos e as oportunidades do mercado de atuação relacionadas à
temática. Em um segundo momento, é imprescindível definir os objetivos e
começar a investir recursos, seja de tempo, pessoas e ferramentas.
Para otimizar este
processo, o investimento em tecnologias que apoiem as indústrias preocupadas em
adotar uma economia de baixo carbono, por sua vez, se torna imperativo. Dentre
elas, destacam-se ferramentas que quantifiquem a
emissão de carbono e desperdícios de
energia, avaliando seu impacto ambiental e financeiro, bem como aquelas que
garantem eficiência energética e uma boa gestão do uso de energias limpas,
por exemplo.
Por fim, durante
todas as etapas de construção de uma agenda ESG na indústria, contar com
fornecedores e parceiros adeptos a essas práticas é extremamente estratégico
para as empresas garantirem a máxima eficiência em suas operações, mantendo-se,
por consequência, mais competitivas no mercado.
Adriana Catelli é Commercial Strategy Director Latin America na Fluke do Brasil, companhia líder mundial em ferramentas de teste e medição presente em diversos segmentos da indústria.
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