Carnaval acende alerta para a prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis
Médica ressalta que a relação sexual
desprotegida continua sendo o principal meio de transmissão das ISTs e dá dicas
para curtir a folia sem descuidar da saúde
Carnaval BH- crédito Caca Lanari
Alegria, diversão e
muita paquera. O período carnavalesco já chegou e, para muitas pessoas, essa é
a melhor época do ano. Mas é preciso ficar atento para não descuidar da saúde,
já que essa é uma época propícia às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
As ISTs são doenças
causadas por vírus, bactérias e vários outros microrganismos que são
transmitidos através da relação sexual desprotegida. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), todos os dias, são contabilizados mais de 1 milhão de
casos entre pessoas de 15 a 49 anos de idade.
Dados do Ministério da
Saúde revelam que os jovens são a faixa etária que menos usam camisinha. Em
Minas Gerais, no período de 2017 a 2022, observou-se que, de um total de 23.194
casos de HIV registrados, 51,64% das infecções acometeram pessoas de 20 a
34 anos, totalizando 11.920 diagnósticos.
Segundo a Secretaria de
Estado de Saúde, em 2023, foram notificados, de janeiro a setembro, 17.168
casos de sífilis adquirida, 4.328 de sífilis em gestantes e 1.545 de sífilis congênita.
“As festas de Carnaval
intensificam a importância da conscientização em torno do sexo seguro. Não se
pode descuidar da prevenção”, comenta a alergista e imunologista da Hapvida
NotreDame Intermédica, Gisele Casado.
Conheça as principais
ISTs e sintomas
A médica afirma que
existe uma variedade de ISTs, mas as principais são HIV/aids, herpes, hepatites
virais, sífilis, clamídia, gonorreia, tricomoníase, cancro mole, condiloma
acuminado (HPV) e Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
“Os sintomas podem
variar de acordo com cada paciente e o tipo de patologia apresentada, mas os
quatro mais comuns são corrimento, lesões, úlceras e verrugas. Eles podem
acometer os órgãos genitais, a região anal e também outras áreas do corpo, como
lábios e mão”, alerta a especialista.
Além do sexo sem
camisinha, as infecções sexualmente transmissíveis também podem ocorrer pela
transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e
agulhas.
Prevenção
Gisele Casado explica
que o uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais –
oral, anal e vaginal – é o principal método de prevenção às ISTs.
“É importante lembrar
que quem tem uma vida sexual muito ativa, com vários parceiros, também pode
fazer uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que são comprimidos que protegem
contra a infecção pelo vírus HIV, mas que precisam ser utilizados de forma
combinada com o preservativo para evitar infecção pelas outras ISTs”,
complementa.
Confira outras dicas da
médica para evitar ISTs e cuidar da saúde durante o Carnaval:
• Evite usar trajes de
banho úmidos por períodos longos. Essa medida evita doenças causadas por
fungos, como a candidíase;
• Não compartilhe
objetos pessoais como instrumentos de manicure, pinças, aparelhos de depilação
entre outros;
• Se você teve relação sexual desprotegida,
buscar atendimento médico até 72h após o ocorrido pode ajudar a evitar a
contrair HIV, pois existe a PEP – Profilaxia Pós-Exposição, que consiste no uso
de medicamentos para reduzir o risco de adquirir ISTs.
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