Lei municipal de liberdade econômica deve impulsionar segmento de imóveis comerciais em Belo Horizonte
Foto/Freepik
O mercado imobiliário de Belo Horizonte pode ganhar novo fôlego com a chegada da Lei de Liberdade Econômica. Sancionada em agosto pela Prefeitura, a legislação estabelece medidas que estimulam a agilidade e a inovação no ambiente de negócios. A expectativa é de que o setor imobiliário, especialmente o segmento comercial, seja diretamente impactado, com mais dinamismo na ocupação de imóveis e na geração de oportunidades.
Na visão da empresária Nathália Luiza de Oliveira, diretora de Marketing da Netimóveis BH, maior rede de imobiliárias associadas do Brasil, o mercado imobiliário comercial deve reagir à medida de estímulo econômico de forma positiva, mas também, gradual. Segundo ela, a redução da burocracia para abertura e funcionamento das empresas, especialmente as de baixo risco, deve incentivar novos empreendedores a buscar espaços físicos para iniciar suas atividades. "Isso pode levar a um aumento na ocupação de imóveis ociosos, especialmente em regiões urbanas já consolidadas", explica.
Na rede de imobiliárias associadas, Nathália aponta que já há indícios de maior movimentação, especialmente por parte de pequenos empreendedores e autônomos que antes evitavam a formalização. Entre os tipos de imóveis mais procurados, a diretora destaca que espaços mais compactos e, consequentemente, mais acessíveis ganham o interesse de profissionais liberais, prestadores de serviço e lojistas.
Nathália acrescenta que a tendência é de uma maior demanda por lojas de rua, que imprimem uma maior visibilidade local e são ideais para micro e pequenos negócios. "Espaços multifuncionais também têm sido alvo de muita procura, pois são imóveis com possibilidade de adaptação para diferentes tipos de negócio, como cafés, coworkings e até pequenos comércios. A escolha depende muito do setor e da natureza do risco da atividade", observa.
Além de espaços multifuncionais, modelos alternativos, como lojas modulares, contêineres comerciais, pop-up stores (lojas temporárias), quiosques e unidades móveis (como food trucks), também ganham espaço com a economia criativa. "Empreendedores digitais, por exemplo, buscam modelos mais flexíveis e econômicos, o que valoriza o conceito de espaços alternativos. A lei municipal cria um ambiente propício para que esses formatos deixem de ser exceção e se tornem mais comuns e acessíveis", explica Nathália.
Na avaliação dela, é necessário que o segmento se antecipe para atender a uma aceleração na procura por imóveis comerciais bem localizados. Esse movimento passa pelo mapeamento de imóveis ociosos e pela readequação de espaços para usos comerciais de pequeno porte, além da adaptação de imóveis residenciais ou mistos em áreas de uso compartilhado. A especialista destaca ainda que é essencial capacitar corretores e administradores para compreenderem a nova legislação e orientarem os empreendedores na regularização. "Agilidade nas negociações, flexibilidade contratual, transparência e segurança dos processos são diferenciais importantes para capturar essa nova onda de demanda", afirma.
Debate no mercado imobiliário
O tema foi pauta de um café realizado, neste mês, pela CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais), que recebeu o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Adriano Faria, para discutir os efeitos da medida e suas implicações para o setor imobiliário. Em linhas gerais, a lei estabelece medidas práticas como a presunção de boa-fé do empreendedor, a aprovação tácita em casos de ausência de resposta dentro do prazo estipulado pela administração pública, a liberação de horários de funcionamento dos estabelecimentos (inclusive em feriados, respeitando legislações ambientais, trabalhistas e condominiais) e a dispensa de alvará para atividades consideradas de baixo risco.
Nenhum comentário