Últimas

Black Friday 2025 chega sob desconfiança: 55% dos brasileiros ainda não decidiram se vão às compras

 Monitoramento de preços cresce, “autopresente” domina as motivações e busca por segurança financeira reduz impulsos de compra

Minas Gerais - Novembro de 2025. Com a aproximação da Black Friday, marcada para o próximo dia 28 de novembro, o varejo brasileiro enfrenta um cenário de forte cautela e desconfiança do consumidor. Um levantamento realizado pela Hibou, em parceria com a Score Agency, revela que 55% dos brasileiros seguem indecisos sobre ir às compras, e 31% já afirmam categoricamente que não pretendem participar do evento. Essa hesitação se reflete diretamente na intenção de compra, que despencou de 54% em 2024 para apenas 45% este ano.

A era do consumidor que esperava a data para descobrir as ofertas parece estar em xeque.O estudo mostra que apenas 7% dos consumidores deixam para conferir os preços no dia da Black Friday. Em contrapartida, 42% monitoram ativamente os valores antes do evento para garantir que o desconto é genuíno e fugir da "maquiagem de preços". O planejamento também se antecipou: 22% dos potenciais compradores iniciaram suas pesquisas de preços entre agosto e setembro.

A psicóloga da Afya Contagem, Dra Amanda Alves Ramos Piacente, comenta que esse comportamento reflete uma busca maior por segurança, influenciada por experiências anteriores. “Em vez de se deixarem levar apenas pelo apelo das promoções, algumas pessoas passam a ponderar mais antes de tomar uma decisão. Existe um movimento crescente de interesse por organização financeira e consumo mais consciente, o que favorece reflexões mais profundas e maior cautela antes de adquirir um produto”.

A motivação de compra também mudou, segundo a pesquisa, enquanto o "autopresente" é a principal justificativa (88%), a busca por um produto caro que só valeria a pena na data caiu pela metade, passando de 14% em 2024 para apenas 7% em 2025. 

Dra Amanda Piacente explica que quando falamos das estratégias que costumam aparecer na Black Friday, como cronômetros ou avisos de “poucas unidades”, vale lembrar que esses recursos criam um senso de urgência. “Em momentos em que o tempo parece limitado, há uma tendência de tomar decisões com menos comparação ou reflexão. Além disso, o medo de “perder uma oportunidade” costuma pesar mais emocionalmente do que a perspectiva de ganhar um benefício, tornando ofertas percebidas como escassas ainda mais atraentes”, complementa a psicóloga da Afya Contagem.

Embora preço e desconto continuem sendo decisivos para 83% dos entrevistados, o frete grátis já se firmou como o segundo elemento mais relevante, influenciando 42% das escolhas de compra. Em contrapartida, itens que já foram tendência, como cashback (6%) e kits promocionais (13%), hoje exercem pouca influência na decisão final. 

Proteção contra golpes na Black Friday

Mesmo com um ambiente nacional mais cauteloso, a data segue como um fenômeno global, um estudo da Accenture aponta que o setor deve movimentar US$1,2 trilhão em 2025 no mundo. Boa parte desse volume ocorre no ambiente digital. No Brasil, por exemplo, estimativas da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) indicam que o e-commerce deve atingir R$234,9 bilhões em faturamento neste ano.

O advogado da Afya Sete Lagoas, Deilton Ribeiro Brasil, informa que nas compras online, o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor garante o direito de arrependimento em até sete dias após o recebimento do produto ou serviço, sem necessidade de justificativa. 

“Para assegurar que esse direito seja respeitado, o consumidor deve guardar os comprovantes de compra, verificar os canais oficiais da loja para solicitar o cancelamento, manter registros de e-mails e mensagens, testar o produto apenas dentro do uso razoável e lembrar que o fornecedor deve devolver integralmente os valores pagos, incluindo frete e demais taxas”.

Deilton Ribeiro reforça que a proteção do consumidor contra falsas promoções está prevista nos artigos 30, 35 e 37 do Código de Defesa do Consumidor. O artigo 37 veda a publicidade enganosa, o que inclui a manipulação de preços e práticas como “metade do dobro”. Já o artigo 30 estabelece que toda oferta vincula o fornecedor, e, caso não seja cumprida, o consumidor pode, conforme o artigo 35, exigir o preço anunciado, aceitar um produto equivalente ou rescindir o contrato com restituição integral do valor pago.

“Para evitar fraudes, recomenda-se acompanhar o histórico de preços, comparar valores, registrar ofertas e guardar prints. Ao identificar qualquer irregularidade, o consumidor pode invocar esses dispositivos legais e denunciar o fornecedor aos órgãos de defesa do consumidor”, conclui o advogado da Afya Sete Lagoas. 

BLACK FRIDAY.jpg

Créditos: Istock

Sobre a Afya 


A Afya, maior ecossistema de educação e soluções para a prática médica do Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde em todas as regiões do país. São 3.753 vagas de Medicina aprovadas pelo MEC e 3.643 vagas de Medicina em operação, com mais de 24 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar. Mais informações em: www.afya.com.br e ir.afya.com.br. 

Nenhum comentário